Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
nada?<br />
– Mais duas, gatinha!<br />
– Dezenoveeee! – gritou ela, grunhindo.<br />
As tiras da última chicotada foram direto em suas nádegas avermelhadas e<br />
caíram no chão, cansadas de seu próprio exercício.<br />
– Vinte… Vinte… Deus… – soluçou. – Vinte! – Cleo largou o corpo sobre a<br />
grama, ainda abraçada ao saco, completamente entregue.<br />
Lion largou o chicote e pegou Cleo em seus braços, embalando-a contra ele,<br />
consolando-a com seu corpo e sua pele.<br />
Cleo nem sequer se atreveu a fugir. Aquele era um castigo de BDSM, e ela<br />
sabia que seu corpo ardia. Tinha consciência da reação de sua psique diante da<br />
flagelação, mas não entendia a outra sensação que tinha sob a pele.<br />
– Venha aqui, pequena. Você se saiu muito bem… – parabenizou Lion. – Agora<br />
me deixe cuidar de você.<br />
– Não… me deixe em paz.<br />
– Shh, Cleo – Olhou em seus olhos e caminhou com ela nos braços até sentar<br />
na cadeira de vime, apoiando-a sobre as pernas, montada nele. – Sei que você<br />
não sabe como se sentir agora. Mas também sei que, no fundo, no fundo, não foi<br />
dor que você sentiu. – Os peitos nus dos dois se juntaram. Lion a beijou na<br />
cabeça e na têmpora, depois nas bochechas… Também passou as mãos por suas<br />
costas e nádegas para consolar a aflição e o ardor.<br />
Cleo se abraçou a ele, sem pedir permissão e nem o chamar de senhor. Apoiou<br />
a cabeça em seu tórax e deixou que ele oferecesse o calor de que ela precisava.<br />
Mimos. Ela só queria mimos.<br />
“Me console, por favor”, dizia seu interior.<br />
– Desculpa. Desculpe-me pelo que eu disse – gemeu sobre ele. – Não acho<br />
que você teve culpa de nada… fui horrível. Fui uma puta idiota. Me perdoe. Você<br />
perdeu seu melhor amigo no caso e eu…<br />
– Shh. Tudo bem, pequena…<br />
– Não, Lion – chamou-o pelo nome, mas não se importou nem um pouco.<br />
Pegando o rosto dele, disse –: Diga que me perdoa, por favor…<br />
– Sim. Claro que sim. – Seus olhos azuis brilharam ao notar como ela estava<br />
bonita e viva.<br />
– Desculpa – soluçou, abraçando-o.<br />
Lion a acalmou e a confortou, feliz de tê-la assim. Era a primeira vez que Cleo<br />
não o olhava feio, nem lançava uma palavra venenosa, nem ria dele… Agora ela<br />
era acessível. E terna.<br />
– No início – ele explicou –, quando a pessoa se dá conta de que gostou do que<br />
fizeram, fica desorientada. Mas na realidade não é dor, não de verdade –<br />
continuou, beijando o ombro dela e massageando as carnes doloridas. – É uma<br />
dor prazerosa. – Pegou o rosto dela entre as mãos e o elevou um pouco para que