Biblia Hebraica
cumpre o que prometeste. 4 Melhor é não prometer que fazê-lo e não cumprir. 5 Não permitas que tua boca traga pecado à tua carne, e não digas ao mensageiro que foi apenas um engano; por que provocarias a ira Divina contra tua voz, e a destruição para a obra de tuas mãos? 6 Apesar de teus sonhos, palavras e vaidade, teme a Deus! 7 Se percebes opressão contra os justos e negação da justiça e retidão na terra, não te deixes alarmar, pois há um poder mais alto que de cima observa e está acima de tudo. 8 A importância da terra se estende a tudo, e mesmo o rei dela depende. 9 Não se saciará com dinheiro o que ama a prata, nem considerará ter bastante o que ama a opulência, pois também isto é vão e fútil. 10 Quando aumentam os bens, aumentam os que os consomem, e que vantagem advém ao dono senão de apenas contemplálos? 11 É doce o sono do que trabalha, quer se tenha alimentado de muito ou pouco, mas a insaciedade do rico não lhe permitirá dormir. 12 Um mal angustiante tenho percebido sob o sol: riqueza guardada por seu possuidor, apenas para gerar seu próprio dano. 13 Por malignos desígnios ela se desfaz, a tal ponto que nada poderá conceder aos filhos que gerar. 14 Assim como do ventre de sua mãe saiu nu, terminará seus dias sem nada ter em suas mãos como resultado de sua labuta. 15 É cruel e frustrante que assim venha a ser, que ele tenha que partir sem nada, como sem nada veio; que resultado alcançou de seu trabalho? 16 Na escuridão passou a trabalhar seus dias, e só acumulou doenças, frustração e raiva. 17 Eis o que concluí: É bom e mesmo aprazível que o homem coma, beba e se deleite com sua labuta sob o Sol, pelos dias que Deus lhe concede, porque esta é a porção que lhe é destinada. 18 Cada homem a quem Deus concedeu riqueza e possessões, e o poder de comprazer-se com elas e, assim, ser feliz em seu trabalho, deve reconhecer nisto uma dádiva Divina. 19 Pois deve lembrar que, embora não sejam muitos os dias de sua vida, Deus os proveu com alegria. 6 1 Vi entre os homens um mal que prevalece sob o sol. 2 Existir alguém a quem foram concedidas por Deus riqueza, prosperidade e honrarias, para que nada falte dentro do que anseia sua alma, e a quem, no entanto, foi negada a capacidade de aproveitar essas benesses, que vão servir apenas a estranhos – isto é frustrante e doloroso. 3 Se alguém gerou uma centena de filhos, viveu por muitos anos e não se contentou sua alma com tudo isto, e viu-se, ao fim, sem uma sepultura condigna, posso assegurar que melhor que ele está um natimorto, 4 cuja vida foi vã; em escuridão ele partiu e pelo olvido foi encoberto seu nome, 5 além do que não veio a conhecer a luz do sol. Entretanto, ele tem mais quietude que o primeiro. 6 Embora vivesse duas vezes dois mil anos sem nada desfrutar, não seguirá como todos para o mesmo fim? 7 Toda a labuta do homem é para satisfazer sua boca, entretanto nunca se sacia seu apetite. 8 Qual a vantagem do sábio sobre o tolo? E o que falta ao pobre se ele sabe como se comportar na vida? 9 É melhor o que se pode ver do que aquilo que é imaginado – e isto também é frustrante e vão. 10 O que aconteceu já está definido e o homem não pode contender com o que está acima dele.
11 Havendo tantas coisas que incrementam o vazio e a frustração, que proveito tem o homem? 12 Quem pode dizer que vantagem advém ao homem durante o curto espaço de sua fútil existência, que passa como uma sombra? Quem lhe pode mostrar o que virá a acontecer após sua passagem sob o sol? 7 1 Melhor que um bom óleo é um bom nome, e melhor é o dia da morte que o do nascimento. 2 Melhor ir a uma casa enlutada que a uma em festa, pois este é o destino de cada ser humano, e isto deve estar presente no coração dos vivos. 3 Sobriedade é melhor que riso fácil, pois também através de um semblante sério pode o coração se alegrar. 4 O coração do sábio se encontra na casa enlutada, enquanto o dos tolos no recinto de alegrias frívolas. 5 Mais proveitoso é escutar a repreensão dos sábios do que a canção dos tolos. 6 Pois o riso dos néscios se assemelha ao crepitar da lenha sob o caldeirão, e isto é uma coisa vã. 7 A opressão torna tolo o sábio, e o suborno corrompe o coração. 8 Melhor o término de qualquer coisa que seu início; melhor é o paciente que o arrogante. 9 Não permita que se apresse em irar-se seu espírito, pois a ira caracteriza os tolos. 10 Não pergunte 'Como puderam ser melhores os dias que já se foram?' – pois esta não é uma pergunta inteligente. 11 A sabedoria é boa quando acompanhada de uma herança, mais ainda para aqueles que estão sob o sol. 12 Pois quem se abriga sob a sabedoria terá também a cobertura do dinheiro, e o valor do conhecimento preserva a vida de quem o possui. 13 Aprecie o trabalho Divino, pois poderia alguém transformar o que Ele retorceu? 14 Sinta-se feliz nos dias afortunados e pondere nos dias da adversidade. Deus os fez a todos correspondendo um ao outro, para que não pretenda o homem alcançar significados além dos que Ele permite. 15 Vi de tudo durante os fúteis dias de minha vida; o justo que perece praticando o bem e o iníquo que tem vida longa, embora pratique o mal. 16 Não pretendas ser extremamente correto nem incomensuravelmente sábio; por que haverias de atrair sobre ti desolação? 17 Não insistas também em ser perverso, nem queiras ser tolo; por que haverias de morrer antes de tua hora? 18 Bom será que não te esqueças nem de um nem de outro pensamento, pois aquele que teme a Deus livrar-se-á de ambos. 19 Mais do que 10 legisladores que estivessem na cidade, dá a sabedoria força ao sábio. 20 Pois não há sobre a terra alguém tão correto que só faça o bem e não peque jamais. 21 Não dispenses atenção a tudo que se fala para que não escutes teu servo te amaldiçoar. 22 Pois bem sabe teu coração que muitas vezes amaldiçoaste alguém. 23 Com minha sabedoria alcancei tudo isto e disse: 'Tornar-me-ei um sábio!' – mas isto estava além de minha capacidade. 24 Quem saberá alcançar o que está muito distante ou é muito profundo? 25 Dediquei meu coração a pesquisar a sabedoria e a razão de todas as coisas, a buscar compreender a iniquidade da insensatez e a complexidade da loucura. 26 Descobri que mais amarga que a morte é a mulher cujo coração está recheado de armadilhas e redes, e cujas mãos são como grilhões. Quem é justo aos olhos de Deus dela
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que tua boca traga pecado à tua carne, e não digas ao mensageiro que foi apenas um engano;<br />
por que provocarias a ira Divina contra tua voz, e a destruição para a obra de tuas mãos?<br />
6 Apesar de teus sonhos, palavras e vaidade, teme a Deus! 7 Se percebes opressão contra os<br />
justos e negação da justiça e retidão na terra, não te deixes alarmar, pois há um poder mais alto<br />
que de cima observa e está acima de tudo. 8 A importância da terra se estende a tudo, e mesmo o<br />
rei dela depende. 9 Não se saciará com dinheiro o que ama a prata, nem considerará ter<br />
bastante o que ama a opulência, pois também isto é vão e fútil. 10 Quando aumentam os bens,<br />
aumentam os que os consomem, e que vantagem advém ao dono senão de apenas contemplálos?<br />
11 É doce o sono do que trabalha, quer se tenha alimentado de muito ou pouco, mas a<br />
insaciedade do rico não lhe permitirá dormir. 12 Um mal angustiante tenho percebido sob o sol:<br />
riqueza guardada por seu possuidor, apenas para gerar seu próprio dano. 13 Por malignos<br />
desígnios ela se desfaz, a tal ponto que nada poderá conceder aos filhos que gerar. 14 Assim<br />
como do ventre de sua mãe saiu nu, terminará seus dias sem nada ter em suas mãos como<br />
resultado de sua labuta. 15 É cruel e frustrante que assim venha a ser, que ele tenha que partir<br />
sem nada, como sem nada veio; que resultado alcançou de seu trabalho? 16 Na escuridão<br />
passou a trabalhar seus dias, e só acumulou doenças, frustração e raiva. 17 Eis o que concluí: É<br />
bom e mesmo aprazível que o homem coma, beba e se deleite com sua labuta sob o Sol, pelos<br />
dias que Deus lhe concede, porque esta é a porção que lhe é destinada. 18 Cada homem a<br />
quem Deus concedeu riqueza e possessões, e o poder de comprazer-se com elas e, assim, ser<br />
feliz em seu trabalho, deve reconhecer nisto uma dádiva Divina. 19 Pois deve lembrar que,<br />
embora não sejam muitos os dias de sua vida, Deus os proveu com alegria.<br />
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1 Vi entre os homens um mal que prevalece sob o sol. 2 Existir alguém a quem foram<br />
concedidas por Deus riqueza, prosperidade e honrarias, para que nada falte dentro do<br />
que anseia sua alma, e a quem, no entanto, foi negada a capacidade de aproveitar essas<br />
benesses, que vão servir apenas a estranhos – isto é frustrante e doloroso. 3 Se alguém gerou<br />
uma centena de filhos, viveu por muitos anos e não se contentou sua alma com tudo isto, e viu-se,<br />
ao fim, sem uma sepultura condigna, posso assegurar que melhor que ele está um natimorto,<br />
4 cuja vida foi vã; em escuridão ele partiu e pelo olvido foi encoberto seu nome, 5 além do que não<br />
veio a conhecer a luz do sol. Entretanto, ele tem mais quietude que o primeiro. 6 Embora vivesse<br />
duas vezes dois mil anos sem nada desfrutar, não seguirá como todos para o mesmo fim? 7 Toda<br />
a labuta do homem é para satisfazer sua boca, entretanto nunca se sacia seu apetite. 8 Qual a<br />
vantagem do sábio sobre o tolo? E o que falta ao pobre se ele sabe como se comportar na vida?<br />
9 É melhor o que se pode ver do que aquilo que é imaginado – e isto também é frustrante e vão.<br />
10 O que aconteceu já está definido e o homem não pode contender com o que está acima dele.