Biblia Hebraica
suas viúvas não os lamentarão. 16 Ainda que acumule prata como pó e prepare tantas roupas quanto o barro, 17 elas serão vestidas pelos justos e sua prata, dividida entre os inocentes. 18 A casa que constrói é frágil como a da mariposa; será como uma tenda passageira de um vigia. 19 Ele está rico ao se deitar, mas nada conseguirá guardar; em um abrir e fechar de olhos desaparece sua riqueza. 20 Como uma torrente de água, desaba o terror sobre ele; uma tempestade o arrasta durante a noite. 21 É carregado pelo vento oeste, que o arranca de seu lugar e desaparece. 22 Sim! O vento o arrasta e não o larga, e ele adoraria conseguir fugir de seu poder. 23 Aplaudem os homens de seu lugar o que ocorre, e o apupam até que desapareça de suas vistas. 28 1 Existe uma mina da qual se extrai a prata e um lugar onde se refina o ouro. 2 O ferro é extraído do solo e o cobre é fundido da pedra. 3 O homem consegue pôr fim à escuridão, e pesquisa, até os menores detalhes, as pedras que estão sob a mais profunda escuridão e à sombra da morte. 4 Ele abre um poço em um lugar distante dos caminhos por onde transitam pessoas, em lugares esquecidos dos pés dos caminhantes; (os mineiros) estão afastados dos demais, caminhamdo de um lado para outro. 5 Da terra colhem seu pão e sob ela há fogo escaldante. 6 As pedras que ali se encontram encerram safiras, e na poeira existe ouro. 7 A ave de presa não conhece este caminho, que nunca foi visto pelos olhos de um falcão. 8 As grandes feras ali não pisaram, nem tampouco passou por ali algum leão. 9 O mineiro estende sua mão sobre a pétrea rocha; revolve as montanhas até sua raiz; 10 escava túneis através das rochas; seus olhos observam cada coisa que pode ser valiosa. 11 Detém as correntes de água para que não fluam, e traz à luz o que está oculto. 12 Mas a sabedoria onde pode ser encontrada? E onde é a fonte do conhecimento? 13 O homem não conhece seu preço e tampouco sabe se a encontrará no país dos vivos. 14 O abismo afirma: 'Em mim não está', e o mar proclama: 'Não está comigo'. 15 Não pode ser obtida em troca de ouro e não se pode pesar prata suficiente para comprá-la. 16 Não pode ser avaliada com o ouro de Ofir nem com o precioso ônix ou com safiras. 17 Não se pode compará-la com ouro e vidro nem trocá-la por vasos de ouro finamente acabados. 18 Nem vale lembrar o coral ou o cristal. Sim! Muito acima dos rubis é o preço da sabedoria. 19 Não lhe igualaria o topázio da Etiópia nem pode ser medida com ouro puro. 20 De onde, pois, procede a sabedoria? E em que lugar se encontra a inteligência? 21 Está vedado aos olhos de todos os viventes enxergá-la, e até das aves do céu se oculta. 22 A destruição e a morte dizem: 'Nossos ouvidos escutaram sobre sua fama.' 23 Somente Deus conhece o caminho para chegar a ela, e sabe onde ela se encontra. 24 Porque mira até os confins da terra e percebe tudo que há sob os céus; 25 quando determina ao vento seu peso e avalia as águas por medida, 26 quando dita uma ordem para a chuva e um caminho
para a tempestade de trovões. 27 Ele então a viu e a deu a conhecer. Estabeleceu-a e esquadrinhou-a. 28 Ao homem proclamou: 'O temor do Eterno é a sabedoria, e saber apartar-se do mal é a inteligência.' 29 1 E Jó continuou a expor sua parábola e disse: 2 Oxalá eu estivesse como em meses passados, como nos dias em que Deus zelava por mim, 3 quando Sua lâmpada resplandecia sobre mim e por Sua luz eu podia caminhar pela escuridão. 4 Como nos dias de minha juventude, quando a presença Divina habitava minha tenda; 5 quando, todavia, estava comigo o Todo-Poderoso e meus filhos estavam à minha volta; 6 quando com leite eram regados meus passos e da rocha emanavam para mim rios de azeite; 7 quando eu saía à porta da cidade ou quando preparava meu assento na praça, 8 viam-me os jovens e se escondiam, e se punham de pé os anciãos. 9 Os príncipes se abstinham de falar, tapando com suas mãos a boca. 10 Calava-se a voz dos nobres e suas línguas se apegavam ao paladar. 11 Pois cada ouvido que me escutava me abençoava, e cada olho que me avistava dava testemunho em meu favor. 12 Porque eu resgatava o pobre de seu pranto e ajudava o órfão sem pai que não tinha ninguém por ele. 13 Alcançava-me a bênção dos que estavam a ponto de morrer e eu conseguia fazer com que cantasse de alegria o coração da viúva. 14 De retidão eu me revestia por completo. Minha justiça era como um manto e um diadema que eu não abandonava. 15 Eu chegava a ser olhos para os cegos e pernas para os coxos. 16 Era um pai para o necessitado, e a causa de quem eu não conhecia eu pesquisava (para ajudá-lo). 17 Eu quebrava a mandíbula do injusto e arrancava a presa de seus dentes. 18 Dizia eu então: 'Morrerei instalado em meu ninho e serão multiplicados meus dias como grãos de areia. 19 Minha raiz se estenderá junto às águas e o orvalho estará por toda a noite sobre meus ramos. 20 A glória estará sempre presente em mim e meu arco se renovará em minha mão. 21 Os homens me ouviam com atenção, esperavam meu pronunciamento e atendiam meu conselho.' 22 Não falavam depois de minhas palavras e meu discurso os impregnava. 23 Esperavam por mim como pela chuva e abriam a boca como se aspirassem (minha palavras como) a chuva tardia. 24 Não acreditavam quando eu me ria deles, e não consideravam menos a luz de meu semblante. 25 Eu determinava seu caminho, sentava-me entre eles como chefe e vivia como um rei em seu exército, como alguém que conseguia confortar os enlutados. 30 1 Agora, porém, riem-se de mim os que são mais jovens do que eu, cujos pais eu desdenhava ao colocá-los ao lado dos cães de meu rebanho. 2 E de que me serviria a força de suas mãos? Pois são homens nos quais desapareceu a esperança de alcançar a velhice, 3 e estão extenuados de fadiga e de indigência. Fogem para o deserto, para o vazio e a desolação. 4 Buscam, entre os arbustos, musgo, que, junto com raízes de zimbro, são seu
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para a tempestade de trovões. 27 Ele então a viu e a deu a conhecer. Estabeleceu-a e<br />
esquadrinhou-a. 28 Ao homem proclamou: 'O temor do Eterno é a sabedoria, e saber apartar-se<br />
do mal é a inteligência.'<br />
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1 E Jó continuou a expor sua parábola e disse:<br />
2 Oxalá eu estivesse como em meses passados, como nos dias em que Deus zelava por mim,<br />
3 quando Sua lâmpada resplandecia sobre mim e por Sua luz eu podia caminhar pela escuridão.<br />
4 Como nos dias de minha juventude, quando a presença Divina habitava minha tenda; 5 quando,<br />
todavia, estava comigo o Todo-Poderoso e meus filhos estavam à minha volta; 6 quando com leite<br />
eram regados meus passos e da rocha emanavam para mim rios de azeite; 7 quando eu saía à<br />
porta da cidade ou quando preparava meu assento na praça, 8 viam-me os jovens e se<br />
escondiam, e se punham de pé os anciãos. 9 Os príncipes se abstinham de falar, tapando com<br />
suas mãos a boca. 10 Calava-se a voz dos nobres e suas línguas se apegavam ao paladar.<br />
11 Pois cada ouvido que me escutava me abençoava, e cada olho que me avistava dava<br />
testemunho em meu favor. 12 Porque eu resgatava o pobre de seu pranto e ajudava o órfão sem<br />
pai que não tinha ninguém por ele. 13 Alcançava-me a bênção dos que estavam a ponto de<br />
morrer e eu conseguia fazer com que cantasse de alegria o coração da viúva. 14 De retidão eu<br />
me revestia por completo. Minha justiça era como um manto e um diadema que eu não<br />
abandonava. 15 Eu chegava a ser olhos para os cegos e pernas para os coxos. 16 Era um pai<br />
para o necessitado, e a causa de quem eu não conhecia eu pesquisava (para ajudá-lo). 17 Eu<br />
quebrava a mandíbula do injusto e arrancava a presa de seus dentes. 18 Dizia eu então:<br />
'Morrerei instalado em meu ninho e serão multiplicados meus dias como grãos de areia.<br />
19 Minha raiz se estenderá junto às águas e o orvalho estará por toda a noite sobre meus ramos.<br />
20 A glória estará sempre presente em mim e meu arco se renovará em minha mão. 21 Os<br />
homens me ouviam com atenção, esperavam meu pronunciamento e atendiam meu conselho.'<br />
22 Não falavam depois de minhas palavras e meu discurso os impregnava. 23 Esperavam por<br />
mim como pela chuva e abriam a boca como se aspirassem (minha palavras como) a chuva<br />
tardia. 24 Não acreditavam quando eu me ria deles, e não consideravam menos a luz de meu<br />
semblante. 25 Eu determinava seu caminho, sentava-me entre eles como chefe e vivia como um<br />
rei em seu exército, como alguém que conseguia confortar os enlutados.<br />
30 1 Agora, porém, riem-se de mim os que são mais jovens do que eu, cujos pais eu<br />
desdenhava ao colocá-los ao lado dos cães de meu rebanho. 2 E de que me serviria a<br />
força de suas mãos? Pois são homens nos quais desapareceu a esperança de alcançar a<br />
velhice, 3 e estão extenuados de fadiga e de indigência. Fogem para o deserto, para o vazio e a<br />
desolação. 4 Buscam, entre os arbustos, musgo, que, junto com raízes de zimbro, são seu