Biblia Hebraica
peço que não faças comigo, e de Tua presença não buscarei me ocultar: 21 afasta de mim Tua mão e não me amedrontes com Tua ira. 22 Fala-me e eu Te responderei, ou deixa-me falar e Tu me responderás. 23 Quais são minhas iniquidades e meus pecados? Deixa-me saber quais são as minhas transgressões. 24 Por que ocultas Teu rosto e me tomas por Teu inimigo? 25 Queres aterrorizar uma folha levada pelo vento ou perseguir a um restolho de relva, 26 ditando duras sentenças contra mim e culpando-me por pecados de minha mocidade? 27 Colocas grilhões em meus pés e averiguas cuidadosamente todos os meus caminhos, traçando uma fronteira para as plantas dos meus pés. 28 Eu me sinto como algo que vai se desgastando, à semelhança de uma veste roída pelas traças. 14 1 O homem nascido de uma mulher tem uma vida curta, e seus dias são repletos de infortúnios. 2 Ele nasce como uma flor, mas logo fenece. Passa como uma sombra e desaparece. 3 E Tu, para tal voltas Teus olhos, e a Teu julgamento o submetes? 4 Quem pode extrair algo puro do que é impuro? Ninguém! 5 Seus dias estão contados e o número de seus meses é por Ti determinado; demarcas limites que ele não poderá ultrapassar; 6 desvia dele Teu olhar para que tenha descanso, até o momento em que, como o trabalho de um diarista, termine seu dia. 7 Para a árvore há esperança, pois mesmo que venha a ser cortada, ela brotará de novo e não deixará de ter ramos tenros. 8 Mesmo que envelheça na terra seca sua raiz e apodreça seu tronco no pó, 9 ao menor sinal de água ela voltará à vida e novos ramos surgirão. 10 Mas o homem perece e não retorna. Morre, e onde pode ser reencontrado? 11 Assim como um rio que foi drenado e se torna seco, 12 ele jaz e não mais se levanta. Até quando não mais existam os céus, ele não acordará, não voltará a si. 13 Ah, se me baixasses à sepultura e, em segredo, ali me deixasses permanecer até Tua ira se aplacar! Ah, se estabelecesses um prazo determinado e, depois, de mim Te lembrasses! 14 Pode um homem viver novamente depois da morte? Todos os dias eu esperaria, até que chegasse o dia de meu alívio. 15 Tu me chamarias e eu Te responderia. Desejarias reencontrar a criação de Tuas mãos. 16 Mas agora Tu contas meus passos; nem esperas até que eu peque. 17 Minhas transgressões estão numa bolsa selada onde guardas toda a minha iniquidade. 18 Assim como a montanha desaba ante um abalo e rolam as pedras em que ela se desfaz, 19 corroídas, por sua vez, pelas águas e arrastadas pelas inundações, assim destróis as esperanças do ser humano. 20 Tu sempre prevaleces contra ele, e ele se esvai. Tu modificas seu semblante e o dispensas. 21 Se seu filhos recebem honrarias, ele não toma conhecimento disto. Se, ao contrário, são rebaixados, ele não se apercebe disto. 22 Ele só sente a dor de sua carne, e sua alma se enluta por ele. 15 1 Respondeu-lhe então Elifaz, o iemenita, e disse: 2 Deve um sábio buscar respostas usando argumentos vãos e ufanar-se, ficando cheio de vento?
3 Deve argumentar com palavras inúteis e com discursos que nenhum proveito podem trazer? 4 Pois tu tentas afastar o temor e depreciar a devoção a Deus. 5 Tua iniquidade comanda tua boca e escolhes a língua dos astuciosos. 6 Não a minha, mas, sim, tua própria boca te condena. Sim! Contra ti testificam teus próprios lábios. 7 És por acaso o primeiro homem que chegou a nascer? Foste concebido antes que fossem criadas as colinas? 8 Atendes à congregação de Deus e reservas para ti o conhecimento? 9 Que sabes tu, que não o saibamos nós? O que compreendes que esteja além de nossa compreensão? 10 Tanto os já encanecidos como os muito idosos estão entre nós, sendo todos muito mais idosos que teu pai. 11 Acaso são para ti muito pouco o consolo concedido por Deus e as palavras de conforto que são dirigidas a ti? 12 Por que te deixas arrastar por teu coração, e por que pestanejam teus olhos? 13 Por que volves teu espírito contra o Eterno, e deixas tais palavras saírem de tua boca? 14 O que é o ser humano para que se considere puro? O que é o ser nascido de uma mulher para se considerar íntegro? 15 Vê que Ele não deposita Sua confiança nem mesmo nos que lhe são fiéis, e, perante Ele, nem os céus estão puros. 16 Quão menos deve acreditar em quem é malévolo e impuro, e bebe iniquidade como se fosse água. 17 Escuta-me, e te darei explicações; e o que vi te contarei. 18 Sábios o afirmam; isso não ficou oculto ao conhecimento de teus pais. 19 A eles, somente, foi concedida a terra, sem que estranhos por ela pudessem passar. 20 O ímpio se retorce de dor por todos os seus dias, assim como acontece ao opressor durante o número de anos que lhe é concedido. 21 Um estrondo aterrorizante ecoa sempre em seus ouvidos; na época de sua prosperidade o destruidor se abate sobre ele. 22 Ele mesmo não acredita que retornará das trevas, pois se considera condenado a morrer pela espada. 23 Busca em sua volta por pão e se pergunta: Onde estará? Ele sabe que está próximo o dia das trevas. 24 Aflição e angústia o dominam. Prevalecem sobre ele como aquela que acomete um rei que parte para a batalha. 25 Porque sua mão se estendeu contra Deus e se comportou orgulhosamente perante o Todo- Poderoso! 26 Investe contra Ele altaneiramente, julgando-se protegido por seu escudo. 27 Unta seu rosto com gordura, e com graxa recobre seu corpo. 28 Mora em cidades desoladas, em casas que ninguém queria utilizá-las, porque estavam a ponto de se converter em escombros. 29 Rico não virá a ser, não se manterá sua subsistência nem crescerão suas posses. 30 Não conseguirá sair das trevas, e chamas consumirão seus ramos; e pelo alento de sua própria boca virá a perecer. 31 Que não se iluda, crendo em coisas vãs, porque o vazio será sua recompensa. 32 Findará antes de seu tempo, e folhas não vicejarão em seus ramos. 33 Cairão seus frutos, ainda não desenvolvidos, como uvas da vinha; e sua floração, como a da oliveira. 34 Eis que desolação será a companhia do ímpio, e o fogo consumirá a tenda da corrupção. 35 Concebem enganos, criam iniquidade e darão à luz a traição. 16 1 Jó então respondeu e disse: 2 Já escutei muitas palavras como as que pronunciais. Vão
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4 Pois tu tentas afastar o temor e depreciar a devoção a Deus. 5 Tua iniquidade comanda tua<br />
boca e escolhes a língua dos astuciosos. 6 Não a minha, mas, sim, tua própria boca te condena.<br />
Sim! Contra ti testificam teus próprios lábios. 7 És por acaso o primeiro homem que chegou a<br />
nascer? Foste concebido antes que fossem criadas as colinas? 8 Atendes à congregação de<br />
Deus e reservas para ti o conhecimento? 9 Que sabes tu, que não o saibamos nós? O que<br />
compreendes que esteja além de nossa compreensão? 10 Tanto os já encanecidos como os<br />
muito idosos estão entre nós, sendo todos muito mais idosos que teu pai. 11 Acaso são para ti<br />
muito pouco o consolo concedido por Deus e as palavras de conforto que são dirigidas a ti?<br />
12 Por que te deixas arrastar por teu coração, e por que pestanejam teus olhos? 13 Por que<br />
volves teu espírito contra o Eterno, e deixas tais palavras saírem de tua boca? 14 O que é o ser<br />
humano para que se considere puro? O que é o ser nascido de uma mulher para se considerar<br />
íntegro? 15 Vê que Ele não deposita Sua confiança nem mesmo nos que lhe são fiéis, e, perante<br />
Ele, nem os céus estão puros. 16 Quão menos deve acreditar em quem é malévolo e impuro, e<br />
bebe iniquidade como se fosse água. 17 Escuta-me, e te darei explicações; e o que vi te contarei.<br />
18 Sábios o afirmam; isso não ficou oculto ao conhecimento de teus pais. 19 A eles, somente, foi<br />
concedida a terra, sem que estranhos por ela pudessem passar. 20 O ímpio se retorce de dor<br />
por todos os seus dias, assim como acontece ao opressor durante o número de anos que lhe é<br />
concedido. 21 Um estrondo aterrorizante ecoa sempre em seus ouvidos; na época de sua<br />
prosperidade o destruidor se abate sobre ele. 22 Ele mesmo não acredita que retornará das<br />
trevas, pois se considera condenado a morrer pela espada. 23 Busca em sua volta por pão e se<br />
pergunta: Onde estará? Ele sabe que está próximo o dia das trevas. 24 Aflição e angústia o<br />
dominam. Prevalecem sobre ele como aquela que acomete um rei que parte para a batalha.<br />
25 Porque sua mão se estendeu contra Deus e se comportou orgulhosamente perante o Todo-<br />
Poderoso! 26 Investe contra Ele altaneiramente, julgando-se protegido por seu escudo. 27 Unta<br />
seu rosto com gordura, e com graxa recobre seu corpo. 28 Mora em cidades desoladas, em<br />
casas que ninguém queria utilizá-las, porque estavam a ponto de se converter em escombros.<br />
29 Rico não virá a ser, não se manterá sua subsistência nem crescerão suas posses. 30 Não<br />
conseguirá sair das trevas, e chamas consumirão seus ramos; e pelo alento de sua própria boca<br />
virá a perecer. 31 Que não se iluda, crendo em coisas vãs, porque o vazio será sua recompensa.<br />
32 Findará antes de seu tempo, e folhas não vicejarão em seus ramos. 33 Cairão seus frutos,<br />
ainda não desenvolvidos, como uvas da vinha; e sua floração, como a da oliveira. 34 Eis que<br />
desolação será a companhia do ímpio, e o fogo consumirá a tenda da corrupção. 35 Concebem<br />
enganos, criam iniquidade e darão à luz a traição.<br />
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1 Jó então respondeu e disse: 2 Já escutei muitas palavras como as que pronunciais. Vão