11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

às súmulas fixadas pelo Supremo, mediante <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> processo e, ainda, os julga<strong>do</strong>s<br />

origina<strong>do</strong>s <strong>de</strong> controle direto <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong>.”<br />

No mesmo senti<strong>do</strong>, pronunciam-se Nélson Nery Júnior e Rosa Maria <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong><br />

Nery (110) :<br />

“O CPC 927 confere aos preceitos arrola<strong>do</strong>s nos incisos III a V natureza<br />

<strong>de</strong> norma geral, <strong>de</strong> lei, equiparan<strong>do</strong>-se, nos efeitos, à súmula vinculante<br />

<strong>do</strong> STF, este sim com natureza jurídica <strong>de</strong> norma geral, na forma da CF<br />

103-A. Como os preceitos enumera<strong>do</strong>s no CPC 927 III a V – jurisprudência<br />

como lei – são inconstitucionais, juízes e tribunais po<strong>de</strong>m fazer<br />

o controle concreto da constitucionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses preceitos. O juiz <strong>de</strong><br />

primeiro grau po<strong>de</strong>, sozinho, fazer o controle da constitucionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lei<br />

ou ato normativo, contesta<strong>do</strong> em face da Constituição. Enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> pela<br />

inconstitucionalida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> observar o preceito inconstitucional<br />

e afastar sua incidência no caso concreto.”<br />

Ainda que se possa argumentar que o art. 927, IV é compatível com a Constituição<br />

Fe<strong>de</strong>ral, somente as súmulas editadas nos mol<strong>de</strong>s <strong>do</strong> art. 926, <strong>do</strong> CPC, <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong><br />

observância obrigatória, vale dizer: aquelas que observam as circunstâncias fáticas<br />

<strong>do</strong>s prece<strong>de</strong>ntes que motivaram sua criação. Desse mo<strong>do</strong>, a partir da vigência <strong>do</strong><br />

novel Código <strong>de</strong> Processo Civil, os Juízes <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> e Tribunais Trabalhistas <strong>de</strong><br />

2 o grau não estão obriga<strong>do</strong>s a seguir as Súmulas <strong>do</strong> Tribunal Superior <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong><br />

já editadas.<br />

Enten<strong>de</strong>mos que a jurisprudência se me<strong>de</strong> pelo aspecto qualitativo e não pela<br />

autorida<strong>de</strong> <strong>do</strong> órgão jurisdicional que a criou. Além disso, a jurisprudência <strong>de</strong> boa<br />

qualida<strong>de</strong> se impõe, naturalmente, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da lei atribuir a ela efeito<br />

vinculante ou não.<br />

2 a Parte — Dos Recursos<br />

Trabalhistas em Espécie<br />

2.1. Do recurso ordinário<br />

2.1.1. Conceito e requisitos<br />

Recurso ordinário é a medida recursal cabível em face da sentença <strong>de</strong> primeiro<br />

grau, proferida pela Vara <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, seja <strong>de</strong> mérito ou não. Quan<strong>do</strong> a sentença é<br />

<strong>de</strong> mérito, diz a <strong>do</strong>utrina que ela é <strong>de</strong>finitiva, e quan<strong>do</strong> não aprecia o mérito, recebe<br />

a <strong>de</strong>nominação terminativa.<br />

(110) Comentários ao Código <strong>de</strong> Processo Civil. São Paulo: RT, 2015. p. 1837.<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 943

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!