11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

constitucional é real, substancial, significan<strong>do</strong> que o juiz <strong>de</strong>ve tratar<br />

igualmente os iguais e <strong>de</strong>sigualmente os <strong>de</strong>siguais na exata medida <strong>de</strong><br />

suas <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s.”<br />

Em razão <strong>de</strong>sse princípio, no processo, as partes <strong>de</strong>vem ter as mesmas oportunida<strong>de</strong>s,<br />

ou seja, a parida<strong>de</strong> <strong>de</strong> armas (101) , cumprin<strong>do</strong> ao juiz zelar para que isso<br />

seja observa<strong>do</strong>. De outro la<strong>do</strong>, cumpre ao juiz, como diretor <strong>do</strong> processo, assegurar<br />

que o litigante mais forte não entorpeça o litigante mais fraco no processo.<br />

Têm entendi<strong>do</strong> a <strong>do</strong>utrina e a jurisprudência que estabelecimento <strong>de</strong> prazos<br />

processuais diferencia<strong>do</strong>s ao Ministério Público e à Fazenda Pública não viola o<br />

princípio da isonomia, em razão da supremacia <strong>do</strong> interesse público que norteia a<br />

atuação <strong>de</strong> tais entes no Processo.<br />

10.1.4. Princípio da inafastabilida<strong>de</strong> da jurisdição (acesso à Justiça)<br />

Assim, ensinam Mauro Cappelletti e Bryant Garth:<br />

“A expressão ‘acesso à Justiça’ é reconhecidamente <strong>de</strong> difícil <strong>de</strong>finição,<br />

mas serve para <strong>de</strong>terminar duas finalida<strong>de</strong>s básicas <strong>do</strong> sistema jurídico<br />

— o sistema pelo qual as pessoas po<strong>de</strong>m reinvindicar e/ou resolver seus<br />

litígios sob os auspícios <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Primeiro, o sistema <strong>de</strong>ve ser igualmente<br />

acessível a to<strong>do</strong>s; segun<strong>do</strong>, ele <strong>de</strong>ve produizr resulta<strong>do</strong>s que sejam individual<br />

e socialmente justos. Nosso enfoque, aqui, será primordialmente<br />

sobre o primeiro aspecto, mas não po<strong>de</strong>remos per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista o segun<strong>do</strong>.<br />

Sem dúvida, uma premissa básica será a <strong>de</strong> que a justiça social, tal como<br />

<strong>de</strong>sejada por nossas socieda<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>rnas, pressupõe o acesso efetivo.”<br />

(Acesso à Justiça. Porto Alegre: Sérgio Fabris, 2002. p. 8)<br />

O art. 5 o , XXXV, da CF, consagra o chama<strong>do</strong> princípio da inafastabilida<strong>de</strong><br />

da jurisdição ou <strong>do</strong> acesso à justiça. Dispõe o referi<strong>do</strong> dispositivo constitucional:<br />

“A lei não excluirá da apreciação <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Judiciário lesão ou ameaça a direito.”<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma das garantias mais importantes <strong>do</strong> cidadão, uma vez que,<br />

mo<strong>de</strong>rnamente, a acessibilida<strong>de</strong> ao Judiciário é um direito fundamental <strong>de</strong> qualquer<br />

pessoa para efetivação <strong>de</strong> seus direitos. De outro la<strong>do</strong>, não basta apenas a ampla<br />

acessibilida<strong>de</strong> ao Judiciário, mas também que o procedimento seja justo e que produza<br />

resulta<strong>do</strong>s (efetivida<strong>de</strong>).<br />

Conforme Mauro Cappelletti e Bryant Garth (102) : “O enfoque sobre o acesso<br />

— o mo<strong>do</strong> pelo qual os direitos se tornam efetivos — também caracteriza crescentemente<br />

estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>rno processo civil. A discussão teórica, por exemplo, das<br />

várias regras <strong>do</strong> processo civil e <strong>de</strong> como elas po<strong>de</strong>m ser manipuladas em várias<br />

situações hipotéticas po<strong>de</strong> ser instrutiva, mas, sob essas <strong>de</strong>scrições neutras, costuma<br />

(101) Esta expressão é utilizada por Ada Pellegrini Grinover.<br />

(102) CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à justiça. Tradução <strong>de</strong> Ellen Gracie Northfleet. Porto Alegre:<br />

Sérgio Antonio Fabris, 2002. p. 12-13.<br />

92 Mauro Schiavi

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!