11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

1.6.2.3. Regularida<strong>de</strong> formal<br />

Quanto ao aspecto formal <strong>de</strong> interposição <strong>do</strong> Recurso Ordinário, diz o caput<br />

<strong>do</strong> art. 899 da CLT: “Os recursos serão interpostos por simples petição e terão<br />

efeito meramente <strong>de</strong>volutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a<br />

execução provisória até a penhora.”<br />

Conforme se <strong>de</strong>nota <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> dispositivo, o recurso ordinário po<strong>de</strong>rá ser<br />

interposto por simples petição. Questiona-se: há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o recorrente apresentar<br />

as razões, ou simplesmente <strong>de</strong>clinar que preten<strong>de</strong> a reforma da <strong>de</strong>cisão, sem apontar<br />

os pontos da sentença que preten<strong>de</strong> reformar?<br />

Parte da <strong>do</strong>utrina afirma que mesmo a CLT disciplinan<strong>do</strong> a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

interposição <strong>do</strong> recurso por simples petição, há a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o recorrente apresentar<br />

as razões e <strong>de</strong>clinar os tópicos da sentença que preten<strong>de</strong> reformar, por não existir a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recurso genérico e não propiciar ao Tribunal saber qual tópico da<br />

sentença preten<strong>de</strong> reformar o recorrente.<br />

A <strong>do</strong>utrina tem <strong>de</strong>nonima<strong>do</strong> a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fundamentação da sentença<br />

como princípio da dialeticida<strong>de</strong> ou discursivida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s recursos.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, dispõe o art. 1.010 <strong>do</strong> CPC, in verbis:<br />

“A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo <strong>de</strong> primeiro grau, conterá: I – os<br />

nomes e a qualificação das partes; II – a exposição <strong>do</strong> fato e <strong>do</strong> direito; III – as razões <strong>do</strong><br />

pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> reforma ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>cretação <strong>de</strong> nulida<strong>de</strong>; IV – o pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> nova <strong>de</strong>cisão. § 1 o O<br />

apela<strong>do</strong> será intima<strong>do</strong> para apresentar contrarrazões no prazo <strong>de</strong> 15 (quinze) dias. § 2 o Se<br />

o apela<strong>do</strong> interpuser apelação a<strong>de</strong>siva, o juiz intimará o apelante para apresentar contrarrazões.<br />

§ 3 o Após as formalida<strong>de</strong>s previstas nos §§ 1 o e 2 o , os autos serão remeti<strong>do</strong>s ao tribunal<br />

pelo juiz, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> juízo <strong>de</strong> admissibilida<strong>de</strong>.”<br />

Nesse mesmo pórtico, a opinião <strong>de</strong> Wilson <strong>de</strong> Souza Campos Batalha (78) :<br />

“Estabelece o art. 899 da CLT que os recursos serão interpostos por<br />

simples petição. Entretanto, não significa isto que a parte recorrente<br />

esteja dispensada <strong>de</strong> oferecer as razões que fundamentam o recurso. De<br />

fato, os recursos <strong>de</strong>vem ser interpostos por simples petição; isto é, sua<br />

interposição in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> termo (formalida<strong>de</strong> que ainda subsistia, no<br />

CPC/39, em relação aos agravos no auto <strong>do</strong> processo). Mas a petição <strong>de</strong><br />

recurso <strong>de</strong>ve expor os motivos pelos quais o recorrente não se conforma<br />

com a <strong>de</strong>cisão; <strong>de</strong> outra maneira, não só o Tribunal ad quem não saberia<br />

por que o recurso foi interposto, como ainda seriam facilita<strong>do</strong>s os recursos<br />

protelatórios e a parte recorrida ficaria prejudicada no seu direito <strong>de</strong><br />

apresentar suas razões contrárias às <strong>do</strong> recorrente (art. 900 da CLT).”<br />

(78) CAMPOS BATALHA, Wilson <strong>de</strong> Souza. Trata<strong>do</strong> <strong>de</strong> direito judiciário <strong>do</strong> trabalho. 2. ed. São Paulo: LTr, 1985.<br />

p. 766.<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 913

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!