11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

por quantia certa. Não se trata <strong>de</strong> taxa judiciária, pois não está vincula<strong>do</strong> a um<br />

serviço específico <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Judiciário, e sim <strong>de</strong> um requisito para o conhecimento<br />

<strong>do</strong> recurso e uma garantia <strong>de</strong> futura execução. Além disso, o <strong>de</strong>pósito recursal visa<br />

a coibir recursos protelatórios.<br />

Além disso, conforme vêm enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> acertadamente a <strong>do</strong>utrina e a jurisprudência<br />

majoritária, o duplo grau <strong>de</strong> jurisdição não é um princípio constitucionalmente<br />

alberga<strong>do</strong>, pois não está inseri<strong>do</strong> na cláusula <strong>do</strong> contraditório e ampla <strong>de</strong>fesa.<br />

Pelo exposto, conclui-se que o art. 98, § 1 o , VIII, <strong>do</strong> CPC, não se aplica ao<br />

processo <strong>do</strong> trabalho quanto ao <strong>de</strong>pósito recursal, pois este tem natureza jurídica<br />

não só <strong>de</strong> um pressuposto recursal, mas também <strong>de</strong> garantia para a execução. Sob<br />

outro enfoque, a regra específica <strong>do</strong> art. 899 da CLT prevalece sobre a regra geral<br />

<strong>do</strong> CPC, que não fora i<strong>de</strong>alizada para o processo <strong>do</strong> trabalho.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, <strong>de</strong>stacamos as seguintes ementas:<br />

“DESERÇÃO. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. EMPREGADOR. Na linha <strong>do</strong>s<br />

prece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>sta Corte, a concessão da gratuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Justiça ao emprega<strong>do</strong>r <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

prova <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s financeiras. No caso em exame, a reclamada não fez prova cabal <strong>de</strong> sua<br />

insuficiência econômica, <strong>de</strong> forma que não há como se conce<strong>de</strong>r a prerrogativa pleiteada,<br />

por ausência <strong>de</strong> prova contun<strong>de</strong>nte acerca da dificulda<strong>de</strong> financeira <strong>de</strong>clarada. Com efeito, a<br />

reclamada, embora tenha <strong>de</strong>clara<strong>do</strong>, nas razões <strong>do</strong> agravo <strong>de</strong> instrumento, sua incapacida<strong>de</strong><br />

econômica, não fez prova cabal <strong>de</strong> sua insuficiência financeira. Assim, ainda a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong><br />

se consi<strong>de</strong>rar <strong>de</strong>vida ou não a concessão <strong>do</strong> benefício às pessoas jurídicas, no caso em tela,<br />

não há como se conce<strong>de</strong>r a prerrogativa pleiteada, por ausência <strong>de</strong> prova contun<strong>de</strong>nte acerca<br />

da dificulda<strong>de</strong> financeira <strong>de</strong>clarada. Por outro la<strong>do</strong>, ainda que se conce<strong>de</strong>sse o benefício<br />

processual pleitea<strong>do</strong> pela reclamada, tal privilégio, nos termos <strong>do</strong> disposto <strong>do</strong> art. 3 o , inciso<br />

V, da Lei n. 1.060/50, abrange, tão somente, a isenção <strong>de</strong> custas e outras <strong>de</strong>spesas judiciais,<br />

como os honorários periciais, por exemplo, não absolven<strong>do</strong> o emprega<strong>do</strong>r <strong>de</strong> ter que efetuar<br />

o <strong>de</strong>pósito recursal, que não possui caráter <strong>de</strong> taxa, uma vez que visa garantir o pagamento<br />

da pretensão pleiteada em Juízo (prece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>sta Corte). Assim, não ten<strong>do</strong> a reclamada<br />

efetua<strong>do</strong> o <strong>de</strong>pósito recursal <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> e ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> a con<strong>de</strong>nação estipulada na sentença no<br />

importe <strong>de</strong> R$ 15.000,00 (quinze mil reais), não há que se afastar a <strong>de</strong>serção imputada ao<br />

recurso <strong>de</strong> revista interposto.” (TST – Processo: ARR – 1203-93.2013.5.09.0671 Data <strong>de</strong><br />

Julgamento: 28.10.2015, relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2 a Turma, Data<br />

<strong>de</strong> Publicação: DEJT 6.11.2015)<br />

“AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA REGIDO PELA LEI<br />

N. 13.015/14. JUSTIÇA GRATUITA. PESSOA JURÍDICA. Agravo <strong>de</strong> instrumento provi<strong>do</strong>,<br />

ante possível violação <strong>do</strong> art. 5 o , LV da CF. RECURSO DE REVISTA. JUSTIÇA GRATUITA.<br />

PESSOA JURÍDICA. A Lei n. 1.060/50 estabelece normas aplicáveis à concessão <strong>de</strong> assistência<br />

jurídica aos necessita<strong>do</strong>s, ou seja, regra geral, às pessoas naturais que não disponham<br />

<strong>de</strong> meios econômicos para praticar os atos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> seus interesses ou direitos pela via<br />

judicial. Excepcionalmente, porém, a jurisprudência <strong>de</strong>sta Corte admite a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> concessão <strong>do</strong>s benefícios cita<strong>do</strong>s na Lei n. 1.060/50 às pessoas jurídicas, sempre que<br />

houver prova inequívoca <strong>de</strong> sua dificulda<strong>de</strong> econômica, é dizer, <strong>de</strong> não po<strong>de</strong>rem arcar com<br />

o custo <strong>do</strong> processo, tais como custas e honorários. Ten<strong>do</strong> a Turma Regional consigna<strong>do</strong><br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 909

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!