11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ao princípio constitucional <strong>do</strong> amplo acesso à justiça, porquanto exige que a parte<br />

lá passe a acompanhar o <strong>de</strong>senrolar <strong>do</strong> feito para, somente em se<strong>de</strong> <strong>de</strong> recurso<br />

ordinário, impugnar a interlocutória, com manifestos prejuízos econômicos e jurídicos<br />

(dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento e <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> sua prova, além <strong>do</strong>s óbices<br />

presumi<strong>do</strong>s para exercer seus atos processuais).”<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, a seguinte ementa:<br />

“Decisão interlocutória — Irrecorribilida<strong>de</strong>. As <strong>de</strong>cisões interlocutórias, na Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>,<br />

só são recorríveis <strong>de</strong> imediato quan<strong>do</strong> terminativas <strong>do</strong> feito, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser impugnadas na<br />

oportunida<strong>de</strong> da interposição <strong>de</strong> recurso contra <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>finitiva, salvo quan<strong>do</strong> proferidas<br />

em acórdão sujeito a recurso para o mesmo Tribunal (TST, Súmula, Enuncia<strong>do</strong> n. 214).”<br />

(TRT – 12 a R. – 2 a T. – Ac. n. 9.926/2002 – rel. Moreira Cacciari – DJSC 9.9.2002 – p. 186)<br />

(RDT n. 10 – outubro <strong>de</strong> 2002)<br />

Gran<strong>de</strong> parte da <strong>do</strong>utrina e, também, parte significativa da jurisprudência,<br />

têm exigi<strong>do</strong> que a parte tenha feito lançar os protestos no processo ou na ata <strong>de</strong><br />

audiência, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar sua irresignação quanto à <strong>de</strong>cisão interlocutória<br />

para que possa questionar o merecimento da <strong>de</strong>cisão quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> recurso em face<br />

da <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>finitiva.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, <strong>de</strong>staca-se a seguinte ementa:<br />

“1. Nulida<strong>de</strong> — Protesto — Inexistência. Se as partes não tinham outras provas, tanto que<br />

sob tal calor a instrução foi encerrada, sem protestos, a nulida<strong>de</strong> em nada aproveitaria a<br />

reclamada, posto que nenhuma das partes tem mais provas a produzir. Tenho sempre dito<br />

que na Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> o respectivo processo também se subsume aos princípios <strong>de</strong><br />

sua utilida<strong>de</strong> e finalida<strong>de</strong>, por isso que não se pronuncia nulida<strong>de</strong> senão haven<strong>do</strong> prejuízo<br />

e mediante provocação das partes na primeira oportunida<strong>de</strong> (CLT, arts. 794 e 795). Encerrada<br />

a instrução processual sem qualquer reserva da reclamada consignada na audiência, não há<br />

nulida<strong>de</strong> a ser <strong>de</strong>clarada. Por outro la<strong>do</strong>, tampouco se repete o ato se se po<strong>de</strong> supri-lo (CLT,<br />

art. 796). 2. Testemunha — Demanda com o mesmo objeto — Quan<strong>do</strong> não há suspeição.<br />

Emprestan<strong>do</strong> melhor temperamento ao Enuncia<strong>do</strong> n. 357/TST, prece<strong>de</strong>ntes há segun<strong>do</strong> os<br />

quais “As testemunhas arroladas pelos autores que <strong>de</strong>mandam contra o réu, consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong><br />

o objeto <strong>do</strong> processo, têm interesse no <strong>de</strong>sfecho <strong>de</strong>sta última <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> serem tidas como<br />

suspeitas.” (STF, RE n. 220.329-1 MT, Min. Marco Aurélio, DJU 20.4.2001); “O mun<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>Direito</strong> não po<strong>de</strong> dissociar-se <strong>do</strong> que realmente ocorre na vida prática. Se a testemunha<br />

<strong>do</strong> reclamante move ação contra a empresa, é evi<strong>de</strong>nte que tem Animus conten<strong>do</strong>r.” (TST,<br />

RR-145.392/94, Min. Ri<strong>de</strong>r Nogueira <strong>de</strong> Brito, DJU 27.9.96). Tu<strong>do</strong>, não obstante, julga<strong>do</strong> o<br />

processo em que a testemunha era parte, e transitada em julga<strong>do</strong> a sentença, antes mesmo da<br />

data em que o testemunho foi presta<strong>do</strong>, <strong>de</strong>sapareceu qualquer interesse pessoal que pu<strong>de</strong>sse<br />

ter a testemunha no <strong>de</strong>sate <strong>de</strong>sta causa.” (TRT 10 a R. – 3 a T. – RO n. 723.2003.007.10.00-0<br />

– rel. Berthol<strong>do</strong> Satyro – DJDF 19.3.04 – p. 35) (RDT n. 4 – Abril <strong>de</strong> 2004)<br />

O protesto, em verda<strong>de</strong>, não existe nem na Legislação <strong>Processual</strong> Trabalhista,<br />

tampouco na <strong>Processual</strong> Civil, entretanto, a praxe e a jurisprudência o admitem por<br />

força <strong>de</strong> interpretação sistemática <strong>do</strong>s arts. 794 e 795 da CLT, a fim <strong>de</strong> evitar eventual<br />

preclusão em face das nulida<strong>de</strong>s, pois exige o art. 795 consolida<strong>do</strong> que as nulida<strong>de</strong>s<br />

sejam invocadas no primeiro momento em que a parte tiver <strong>de</strong> falar nos autos.<br />

882 Mauro Schiavi

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!