11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Pensamos que nos recursos <strong>de</strong> natureza extraordinária, como o Recurso Especial,<br />

o Extraordinário e o <strong>de</strong> Revista, não possa o Tribunal conhecer matérias <strong>de</strong> ofício, uma<br />

vez que tais recursos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> prequestionamento da matéria, sen<strong>do</strong>, portanto,<br />

recursos <strong>de</strong> fundamentação vinculada pelo Tribunal.<br />

Além disso, a finalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s recursos <strong>de</strong> natureza extraordinária é a uniformização<br />

da interpretação da legislação e guarda das legislações fe<strong>de</strong>ral e constitucional.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, <strong>de</strong>stacamos a seguinte ementa:<br />

“Fungibilida<strong>de</strong> recursal — In<strong>de</strong>ferimento da inicial <strong>de</strong> manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> segurança — Recurso<br />

ordinário para o TST — Não conhecimento, recebimento como agravo regimental e<br />

<strong>de</strong>volução <strong>do</strong>s autos ao TRT. Aplican<strong>do</strong>-se os termos da Orientação Jurispru<strong>de</strong>ncial n.<br />

69 <strong>de</strong>sta c. SBDI-2 ao caso concreto, tem-se que o recurso ordinário interposto contra<br />

<strong>de</strong>spacho monocrático in<strong>de</strong>feritório da petição inicial <strong>do</strong> manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> segurança, po<strong>de</strong>,<br />

pelo princípio <strong>de</strong> fungibilida<strong>de</strong> recursal, ser recebi<strong>do</strong> como agravo regimental. Hipótese<br />

<strong>de</strong> não conhecimento <strong>do</strong> recurso pelo TST e <strong>de</strong>volução <strong>do</strong>s autos ao TRT, para que aprecie o<br />

apelo como agravo regimental. Recurso ordinário não conheci<strong>do</strong>.” (TST – SBDI-2 – ROMS n.<br />

6.443/2005.000.13.00-6 – rel. Min. Renato <strong>de</strong> Lacerda Paiva – DJ 6.10.06 – p. 978) (RDT<br />

n. 11 – novembro <strong>de</strong> 2006)<br />

1.2.6. Variabilida<strong>de</strong><br />

Alguns autores sustentam a existência <strong>do</strong> princípio da variabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s recursos.<br />

Esse princípio consiste na possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o recorrente, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> prazo recursal,<br />

variar o recurso interposto, ou seja, alterar a medida recursal já interposta, com a<br />

finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interpor o recurso correto para a <strong>de</strong>cisão.<br />

Ensina José Augusto Rodrigues Pinto (24) : “A noção da variabilida<strong>de</strong> se con<strong>de</strong>nsa<br />

na possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> um recurso interposto por outro diverso e sucessivo,<br />

que se <strong>de</strong>seja, efetivamente, utilizar.”<br />

Esse princípio constava <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Processo Civil <strong>de</strong> 1939, no art. 809,<br />

primeira parte, em que o litigante po<strong>de</strong>ria variar o recurso <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> prazo legal.<br />

Autores há que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m a aplicação <strong>do</strong> princípio da variabilida<strong>de</strong> no Processo<br />

<strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> em razão da simplicida<strong>de</strong> <strong>do</strong> procedimento, da possibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> jus<br />

postulandi da parte, da ausência <strong>de</strong> prejuízo e da instrumentalida<strong>de</strong> das formas.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Manoel Antonio Teixeira Filho (25) : “Não se po<strong>de</strong> ignorar que<br />

o Processo <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> é informa<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ntre outros princípios, pelo da simplicida<strong>de</strong><br />

(tanto <strong>do</strong> processo quanto <strong>do</strong> procedimento); parece-nos, portanto, <strong>de</strong>srespeitosa<br />

<strong>de</strong>sse princípio qualquer vedação à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a parte variar <strong>de</strong> recurso quan<strong>do</strong><br />

ainda não esgota<strong>do</strong> o prazo para o exercício <strong>de</strong>sta pretensão.”<br />

(24) RODRIGUES PINTO, José Augusto. <strong>Manual</strong> <strong>do</strong>s recursos nos dissídios <strong>do</strong> trabalho. São Paulo: LTr, 2006.<br />

p. 50.<br />

(25) TEIXEIRA FILHO, Manoel Antonio. Sistema <strong>do</strong>s recursos trabalhistas. 10. ed. São Paulo: LTr, 2003.<br />

p. 136.<br />

870 Mauro Schiavi

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!