11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

apenas porque use o art. 852-A, da CLT, <strong>de</strong> locução imperativa. A expressão<br />

utilizada, reconhecidas as <strong>de</strong>ficiências e as limitações da interpretação<br />

gramatical, não é o argumento <strong>de</strong>cisivo. Mais importante é o fato <strong>de</strong> que a<br />

forma <strong>do</strong> processo é estabelecida não para satisfazer o interesse particular<br />

<strong>do</strong>s litigantes, mas para permitir a melhor e mais eficiente administração<br />

da justiça, ren<strong>de</strong>n<strong>do</strong> serviço, portanto, ao interesse público.”<br />

3.2. Da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conversão <strong>do</strong> rito sumaríssimo para ordinário<br />

Há divergências na <strong>do</strong>utrina e jurisprudência sobre po<strong>de</strong>r o juiz converter o<br />

rito se a parte erroneamente o elegeu. Alguns argumentam que o rito processual é<br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m pública, não caben<strong>do</strong> ao juiz corrigi-lo. Não obstante, pensamos que o<br />

rito possa ser corrigi<strong>do</strong> pelo juiz, uma vez que ele é o diretor <strong>do</strong> processo, e este<br />

tem caráter instrumental. Des<strong>de</strong> que não haja manifesto prejuízo às partes (art. 794 e<br />

seguintes da CLT) e a petição inicial possa adaptar-se ao rito para o qual <strong>de</strong>terminou<br />

o juiz, acreditamos que o rito possa ser altera<strong>do</strong> ex officio pelo juiz, nos termos <strong>do</strong>s<br />

arts. 765 da CLT e 370 <strong>do</strong> CPC.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, <strong>de</strong>stacamos a seguinte ementa:<br />

“1. Preliminar <strong>de</strong> nulida<strong>de</strong> — Conversão <strong>do</strong> rito processual no <strong>de</strong>curso <strong>do</strong> processo. Em<br />

se tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong> causa sujeita ao rito sumaríssimo, o conhecimento <strong>do</strong> recurso <strong>de</strong> revista<br />

limita-se às hipóteses tratadas no art. 896, § 6 o , da CLT. Contu<strong>do</strong>, a reclamada não cui<strong>do</strong>u<br />

<strong>de</strong> indicar violação direta <strong>de</strong> preceito constitucional, tampouco contrarieda<strong>de</strong> a Enuncia<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> Tribunal Superior <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, inviabilizan<strong>do</strong> o seguimento <strong>do</strong> recurso <strong>de</strong> revista. 2.<br />

Ilegitimida<strong>de</strong> <strong>de</strong> parte. Incumbe à parte indicar violação <strong>de</strong> dispositivo constitucional e/ou<br />

contrarieda<strong>de</strong> à Súmula <strong>de</strong> jurisprudência <strong>do</strong> Tribunal Superior <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, conforme<br />

previsão <strong>do</strong> art. 896, § 6 o , da CLT, para fins <strong>de</strong> conhecimento <strong>do</strong> recurso <strong>de</strong> revista, em<br />

causa submetida ao rito sumaríssimo. 3. Responsabilida<strong>de</strong> subsidiária. Se o Tribunal Regional<br />

<strong>de</strong>ci<strong>de</strong> com base em Súmula <strong>de</strong> jurisprudência <strong>do</strong> Tribunal Superior <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> — no<br />

caso, o Enuncia<strong>do</strong> n. 331, inciso IV —, o conhecimento <strong>do</strong> recurso <strong>de</strong> revista não se viabiliza<br />

por contrarieda<strong>de</strong> ao menciona<strong>do</strong> Enuncia<strong>do</strong>. 4. Agravo <strong>de</strong> instrumento <strong>de</strong>sprovi<strong>do</strong>.”<br />

(TST – 1 a T. – AIRR n. 797.349/2001-8 – rel. Emmanoel Pereira – DJ 27.2.04 – p. 581)<br />

(RDT n. 3 – março <strong>de</strong> 2004)<br />

3.3. Da aplicabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> rito sumaríssimo<br />

Todas as matérias <strong>de</strong> ín<strong>do</strong>le trabalhista da competência da Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong><br />

(art. 114 da CF), in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da complexida<strong>de</strong> da causa, ficam sujeitas ao<br />

rito sumaríssimo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o valor da causa seja superior a <strong>do</strong>is e inferior a quarenta<br />

salários mínimos. Não há exclusão <strong>de</strong> qualquer direito trabalhista que não possa<br />

ser postula<strong>do</strong> pelo rito sumaríssimo.<br />

Outrossim, todas as pretensões trabalhistas po<strong>de</strong>m ser objeto <strong>de</strong> postulação pelo<br />

rito sumaríssimo, tanto os pedi<strong>do</strong>s con<strong>de</strong>natórios como os referentes às obrigações<br />

<strong>de</strong> fazer, dar ou não fazer.<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 845

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!