11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Dispõe o art. 504 <strong>do</strong> CPC:<br />

“Não fazem coisa julgada:<br />

I – os motivos, ainda que importantes para <strong>de</strong>terminar o alcance da parte dispositiva da<br />

sentença;<br />

II – a verda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s fatos, estabelecida como fundamento da sentença;”<br />

Conforme o referi<strong>do</strong> dispositivo legal, os motivos da <strong>de</strong>cisão, a verda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

fatos constantes da fundamentação, bem como a questão prejudicial <strong>de</strong>cidida na<br />

fundamentação não são abrangi<strong>do</strong>s pelo efeito da coisa julgada material. Somente<br />

o dispositivo da sentença ou acórdão adquire a qualida<strong>de</strong> da coisa julgada material.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, <strong>de</strong>stacamos a seguinte ementa:<br />

“Coisa julgada — Sentença — Decisum. É exato dizer que a coisa julgada se restringe à parte<br />

dispositiva da sentença, a essa expressão, todavia, <strong>de</strong>ve dar-se um senti<strong>do</strong> substancial e não<br />

formalista, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que abranja não só a parte final da sentença, como também qualquer<br />

outro ponto em que tenha o juiz eventualmente provi<strong>do</strong> sobre o pedi<strong>do</strong> das partes. RT<br />

n. 623/125.” (TRT – 12 a R. – 2 a T. – Ac. n. 1931/2003 – rel. Dilnei A. Biléssimo – DJSC<br />

24.2.2003 – p. 158) (RDT n. 3 – março <strong>de</strong> 2003).<br />

Nos termos <strong>do</strong> art. 508 <strong>do</strong> CPC:<br />

“Transitada em julga<strong>do</strong> a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> mérito, consi<strong>de</strong>rar-se-ão <strong>de</strong>duzidas e repelidas todas<br />

as alegações e as <strong>de</strong>fesas que a parte po<strong>de</strong>ria opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição<br />

<strong>do</strong> pedi<strong>do</strong>.”<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, <strong>de</strong>stacamos a seguinte ementa:<br />

“Coisa julgada — Gênese — Oportunida<strong>de</strong> — Limites objetivos — Obrigação <strong>de</strong> fazer —<br />

Multa. 1. Haven<strong>do</strong> cumulação objetiva, <strong>de</strong> par com a ausência <strong>de</strong> interposição <strong>de</strong> recurso<br />

sobre um <strong>do</strong>s temas versa<strong>do</strong>s na li<strong>de</strong>, o trânsito em julga<strong>do</strong> em relação a ele ocorre em<br />

momento anterior aos <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>volvi<strong>do</strong>s à instância revisional. Incidência da Súmula<br />

n. 100, item I, <strong>do</strong> c. TST. 2. É inerente à multa, pelo <strong>de</strong>scumprimento <strong>de</strong> obrigação <strong>de</strong><br />

fazer, a limitação <strong>de</strong> seu valor ao da obrigação principal (arts. 920 <strong>do</strong> CCB/1916, 412 <strong>do</strong><br />

CCB/2002 e OJ SBDI-1 n. 54). 3. Agravo <strong>de</strong> petição conheci<strong>do</strong> e parcialmente provi<strong>do</strong>.” (TRT –<br />

10 a R. – 2 a T. – AP n. 26/2003.020.10.00-9 – rel. João Amílcar – DJ 1.6.07 – p. 19) (RDT<br />

n. 7 – Julho <strong>de</strong> 2007)<br />

Dispõe o art. 505 <strong>do</strong> CPC:<br />

“Nenhum juiz <strong>de</strong>cidirá novamente as questões já <strong>de</strong>cididas, relativas à mesma li<strong>de</strong>, salvo:<br />

I – se, tratan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> relação jurídica <strong>de</strong> trato continua<strong>do</strong>, sobreveio modificação no esta<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> fato ou <strong>de</strong> direito; caso em que po<strong>de</strong>rá a parte pedir a revisão <strong>do</strong> que foi estatuí<strong>do</strong> na<br />

sentença; II – nos <strong>de</strong>mais casos prescritos em lei.”<br />

Como já menciona<strong>do</strong>, a coisa julgada torna imutáveis os efeitos da sentença, exceto:<br />

a) relação jurídica continuativa: é a relação que se prolonga no tempo, ou<br />

seja, que tem continuida<strong>de</strong> após a <strong>de</strong>cisão final. Normalmente, as <strong>de</strong>cisões<br />

proferidas neste tipo <strong>de</strong> relação são provisórias, rebus sic stantibus, pois po<strong>de</strong>m<br />

ser objeto <strong>de</strong> revisão.<br />

834 Mauro Schiavi

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!