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Manual de Direito Processual do Trabalho

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com o processo <strong>do</strong> trabalho. É que o julgamento parcial está finca<strong>do</strong><br />

no princípio da duração razoável <strong>do</strong> processo e da efetivida<strong>de</strong> da tutela<br />

jurisdicional, que são base <strong>do</strong> processo laboral. A<strong>de</strong>mais, não se po<strong>de</strong><br />

esquecer que a CLT é i<strong>de</strong>alizada nos CPC <strong>de</strong> 1939 e 1973, em que a <strong>de</strong>cisão<br />

interlocutória não tinha o condão <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finitiva. Queremos dizer,<br />

apenas a sentença era vista como terminativa ou <strong>de</strong>finitiva <strong>do</strong> feito, <strong>de</strong><br />

mo<strong>do</strong> que somente ela po<strong>de</strong>ria ser impugnável. Com o advento <strong>do</strong> novo<br />

CPC, a <strong>de</strong>cisão interlocutória po<strong>de</strong> a ser utilizada para julgar <strong>de</strong>finitivamente<br />

o feito. Isso quer dizer que, por ser <strong>de</strong>finitiva, pensamos que essa<br />

<strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>verá ser recorrível imediatamente por meio <strong>de</strong> recurso ordinário,<br />

passan<strong>do</strong> a ser mais uma exceção a ser incluída na Súmula n. 214 <strong>do</strong> TST.”<br />

O Tribunal Superior <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, por meio <strong>do</strong> art. 5 o , da IN n. 39/16 enten<strong>de</strong>u<br />

pela compatibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> art. 356 <strong>do</strong> CPC, com o processo trabalhista. Com efeito,<br />

dispõe o referi<strong>do</strong> dispositivo:<br />

“Aplicam-se ao Processo <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> as normas <strong>do</strong> art. 356, §§ 1 o a 4 o , <strong>do</strong> CPC que regem o<br />

julgamento antecipa<strong>do</strong> parcial <strong>do</strong> mérito, caben<strong>do</strong> recurso ordinário <strong>de</strong> imediato da sentença.”<br />

De nossa parte, o art. 356, <strong>do</strong> CPC se mostra compatível com o Processo <strong>do</strong><br />

<strong>Trabalho</strong>, mas não obrigatório, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> o Juiz <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, valoran<strong>do</strong> as circunstâncias<br />

<strong>do</strong> caso concreto, os princípios da efetivida<strong>de</strong>, razoabilida<strong>de</strong>, duração razoável <strong>do</strong><br />

processo, <strong>de</strong>ferir, ou não, o julgamento parcial <strong>do</strong> mérito, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> fazê-lo, inclusive,<br />

<strong>de</strong> ofício, conforme possibilita o presente dispositivo civilista.<br />

6.2. Do julgamento <strong>de</strong> improcedência liminar<br />

O Código <strong>de</strong> Processo Civil <strong>de</strong> 2015, para muitos autores, aperfeiçoan<strong>do</strong> dispositivo<br />

semelhante <strong>do</strong> Código anterior (art. 285-A, <strong>do</strong> CPC/73), disciplina no art. 332<br />

<strong>do</strong> CPC, o chama<strong>do</strong> julgamento <strong>de</strong> improcedência liminar <strong>do</strong> pedi<strong>do</strong>.<br />

Dispõe o art. 332 <strong>do</strong> CPC:<br />

“Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da citação <strong>do</strong><br />

réu, julgará liminarmente improce<strong>de</strong>nte o pedi<strong>do</strong> que contrariar: I – enuncia<strong>do</strong> <strong>de</strong> súmula<br />

<strong>do</strong> Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral ou <strong>do</strong> Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça; II – acórdão proferi<strong>do</strong><br />

pelo Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral ou pelo Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça em julgamento <strong>de</strong><br />

recursos repetitivos; III – entendimento firma<strong>do</strong> em inci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> resolução <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandas<br />

repetitivas ou <strong>de</strong> assunção <strong>de</strong> competência; IV – enuncia<strong>do</strong> <strong>de</strong> súmula <strong>de</strong> tribunal <strong>de</strong><br />

justiça sobre direito local. § 1 o O juiz também po<strong>de</strong>rá julgar liminarmente improce<strong>de</strong>nte<br />

o pedi<strong>do</strong> se verificar, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, a ocorrência <strong>de</strong> <strong>de</strong>cadência ou <strong>de</strong> prescrição. § 2 o Não<br />

interposta a apelação, o réu será intima<strong>do</strong> <strong>do</strong> trânsito em julga<strong>do</strong> da sentença, nos termos<br />

<strong>do</strong> art. 241. § 3 o Interposta a apelação, o juiz po<strong>de</strong>rá retratar-se em 5 (cinco) dias. § 4 o Se<br />

houver retratação, o juiz <strong>de</strong>terminará o prosseguimento <strong>do</strong> processo, com a citação <strong>do</strong> réu,<br />

e, se não houver retratação, <strong>de</strong>terminará a citação <strong>do</strong> réu para apresentar contrarrazões,<br />

no prazo <strong>de</strong> 15 (quinze) dias.”<br />

Determina o presente dispositivo que o Juiz, nas causas on<strong>de</strong> não há necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> dilação probatória: vale dizer a controvérsia seja unicamente <strong>de</strong> direito,<br />

<strong>de</strong>ve julgar, liminarmente, improce<strong>de</strong>nte o pedi<strong>do</strong>, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> citação<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 821

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