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Manual de Direito Processual do Trabalho

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<strong>de</strong>corre da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obter através <strong>do</strong> processo a proteção <strong>do</strong> interesse<br />

substancial; pressupõe, por isso, a assertiva <strong>de</strong> lesão a esse interesse e a<br />

aptidão <strong>do</strong> provimento pedi<strong>do</strong> para protegê-lo e satisfazê-lo.”<br />

Como <strong>de</strong>staca Alexandre Freitas Câmara (67) , “o interesse <strong>de</strong> agir é verifica<strong>do</strong><br />

pela presença <strong>de</strong> <strong>do</strong>is elementos, que fazem com que esse requisito <strong>do</strong> provimento<br />

final seja verda<strong>de</strong>iro binômio: ‘necessida<strong>de</strong> da tutela jurisdicional’ e ‘a<strong>de</strong>quação<br />

<strong>do</strong> provimento pleitea<strong>do</strong>’. Fala-se, assim, em ‘interesse-necessida<strong>de</strong>’ e “interesse-<br />

-a<strong>de</strong>quação’. A ausência <strong>de</strong> qualquer <strong>do</strong>s elementos componentes <strong>de</strong>ste binômio<br />

implica ausência <strong>do</strong> próprio interesse <strong>de</strong> agir.”<br />

Estará presente o interesse-necessida<strong>de</strong> quan<strong>do</strong>, sem o processo e sem o exercício da<br />

jurisdição, o sujeito for incapaz <strong>de</strong> obter o bem <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> (68) . Caracteriza-se quan<strong>do</strong><br />

há a pretensão resistida a um direito.<br />

Conforme <strong>de</strong>staca Dinamarco (69) : “O interesse-a<strong>de</strong>quação liga-se à existência<br />

<strong>de</strong> múltiplas espécies <strong>de</strong> provimentos instituí<strong>do</strong>s pela legislação <strong>do</strong> país, cada um<br />

<strong>de</strong>les integran<strong>do</strong> uma técnica e sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s à solução <strong>de</strong> certas situações da<br />

vida indicadas pelo legisla<strong>do</strong>r. Em princípio, não é franqueada ao <strong>de</strong>mandante<br />

a escolha <strong>do</strong> provimento e portanto da espécie <strong>de</strong> tutela a receber. Ainda quan<strong>do</strong> a<br />

interferência <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>-Juiz seja necessária sob pena <strong>de</strong> impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obter<br />

o bem <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> (interesse-necessida<strong>de</strong>), faltar-lhe-á o interesse <strong>de</strong> agir quan<strong>do</strong> pedir<br />

medida jurisdicional que não seja a<strong>de</strong>quada segun<strong>do</strong> a lei.”<br />

O interesse-a<strong>de</strong>quação está atrela<strong>do</strong> à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolha, pelo autor, <strong>do</strong><br />

procedimento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para tutelar sua pretensão. Por exemplo: não po<strong>de</strong> escolher<br />

a via <strong>do</strong> manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> segurança para tutelar uma pretensão <strong>de</strong>stinada ao pagamento<br />

<strong>de</strong> horas extras, uma vez que a via procedimental eleita não está correta para a tutela<br />

<strong>de</strong> uma pretensão con<strong>de</strong>natória.<br />

8.4. Legitimida<strong>de</strong><br />

Ensina Liebman (70) :<br />

“Legitimação para agir (legitimatio ad causam) é a titularida<strong>de</strong> ativa e<br />

passiva da ação. O problema da legitimação consiste em individualizar<br />

a pessoa a quem pertence o interesse <strong>de</strong> agir (e, pois, a ação) e a pessoa<br />

com referência à qual (nei cui confronti) ele existe; em outras palavras,<br />

é um problema que <strong>de</strong>corre da distinção entre a existência objetiva <strong>do</strong><br />

interesse <strong>de</strong> agir e a sua pertinência subjetiva.”<br />

Conforme Dinamarco (71) : “A legitimida<strong>de</strong> ad causam é qualida<strong>de</strong> para estar em<br />

juízo como <strong>de</strong>mandante e <strong>de</strong>manda<strong>do</strong>, em relação a <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> conflito trazi<strong>do</strong><br />

(67) CÂMARA, Alexandre Freitas. Op. cit., p. 128.<br />

(68) DINAMARCO, Cândi<strong>do</strong> Rangel. Instituições <strong>de</strong> direito processual civil. V. I. São Paulo: Malheiros, 2001. p. 302.<br />

(69) Op. cit., p. 302-303.<br />

(70) LIEBMAN, Enrico Tullio. <strong>Manual</strong> <strong>de</strong> direito processual civil. v. I, 3. ed. São Paulo: Malheiros, 2005. p. 208.<br />

(71) DINAMARCO, Cândi<strong>do</strong> Rangel. Instituições <strong>de</strong> direito processual civil. V. I. São Paulo: Malheiros, 2001. p. 303.<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 77

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