11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

a testemunha era supervisor <strong>de</strong> controle <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e custo <strong>do</strong> produto, ten<strong>do</strong> a<br />

Corte <strong>de</strong> origem consigna<strong>do</strong>, ainda, que a referida testemunha, ouvida como informante,<br />

admitiu exercer cargo <strong>de</strong> confiança, com autonomia (mesmo que limitada) para contratação e<br />

dispensa <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s, possuin<strong>do</strong> po<strong>de</strong>res para negociar contratos em nome da empresa<br />

—, resultan<strong>do</strong> claro o seu interesse no <strong>de</strong>slin<strong>de</strong> da reclamatória. Agravo <strong>de</strong> instrumento<br />

a que se nega provimento [...].” (TST – AIRR – 111540-02.2008.5.03.0087, relator Desembarga<strong>do</strong>r<br />

Convoca<strong>do</strong>: José Maria Quadros <strong>de</strong> Alencar, 1 a Turma, DEJT 18.10.2013)<br />

“NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. Conforme consigna<strong>do</strong> no acórdão regional,<br />

a testemunha indicada pela reclamada, Sr. Caio Gustavo <strong>de</strong> Souza Rodrigues, possui cargo<br />

<strong>de</strong> confiança na empresa, em nível nacional, com quantida<strong>de</strong> significativa <strong>de</strong> subordina<strong>do</strong>s,<br />

cerca <strong>de</strong> 400 emprega<strong>do</strong>s, chegan<strong>do</strong> a ser autorida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamento, ten<strong>do</strong>,<br />

inclusive, po<strong>de</strong>res para recomendar admissão e <strong>de</strong>missão. Assim, concluiu o Regional<br />

estar correta a <strong>de</strong>cisão <strong>do</strong> Juízo <strong>de</strong> origem que acatou a contradita e ouviu o Sr. Caio na<br />

condição <strong>de</strong> informante. Diante <strong>de</strong> tal contexto, não caracteriza cerceamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa,<br />

razão pela qual não se vislumbra a apontada ofensa aos arts. 5 o , LV, da CF e 829 da CLT.”<br />

(TST – AIRR – 388-80.2011.5.10.0011, relatora Ministra: Dora Maria da Costa, 8 a Turma,<br />

DEJT 4.10.2013)<br />

“AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. CERCEAMENTO<br />

DE DEFESA. SUSPEIÇÃO DE TESTEMUNHA OCUPANTE DE CARGO DE GESTÃO DA<br />

RECLAMADA. A Corte Regional firmou entendimento no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que o simples exercício<br />

<strong>do</strong> cargo <strong>de</strong> gerente pela testemunha não é suficiente para caracterizar a suspeição <strong>do</strong> seu<br />

<strong>de</strong>poimento, contu<strong>do</strong>, através <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais elementos presentes nos autos, não firma<strong>do</strong>s por<br />

nenhuma outra prova, restou evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> que a pessoa convidada pela ré era quem <strong>de</strong>finia<br />

quem seria contrata<strong>do</strong> ou não, e qual o tipo <strong>de</strong> serviço a ser executa<strong>do</strong>, confundin<strong>do</strong>-se<br />

assim com próprio emprega<strong>do</strong>r, da<strong>do</strong> o alto grau hierárquico ocupa<strong>do</strong> na empresa. Assim,<br />

fica claro que não caracteriza cerceamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa o in<strong>de</strong>ferimento <strong>de</strong> produção da prova<br />

testemunhal pretendida. Registre-se que nos termos <strong>do</strong> art. 765 da CLT, o Juízo tem ampla<br />

liberda<strong>de</strong> na direção <strong>do</strong> processo. A<strong>de</strong>mais a <strong>de</strong>cisão recorrida foi proferida com base no<br />

art. 405, § 3 o , IV, <strong>do</strong> CPC, não haven<strong>do</strong> que se falar, portanto, em cerceamento ao direito<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa da agravante. Prece<strong>de</strong>nte. Agravo a que se nega provimento.” (TST – Ag-AIRR –<br />

67-95.2010.5.03.0101, relator Ministro: Pedro Paulo Manus, 7 a Turma, DEJT 9.11.2012)<br />

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA — DESCABIMENTO. 1.<br />

CERCEAMENTO DE DEFESA. SUSPEIÇÃO. DECLARAÇÃO DE OFÍCIO. Segun<strong>do</strong> a<br />

jurisprudência <strong>de</strong>sta Corte, não há que cogitar <strong>de</strong> nulida<strong>de</strong> por cerceamento <strong>do</strong> direito<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa, quan<strong>do</strong> o juiz dispensa o <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> testemunha consi<strong>de</strong>rada suspeita, por<br />

constatar sua elevada fidúcia, ainda que o faça <strong>de</strong> ofício. Ressalva <strong>de</strong> entendimento <strong>do</strong><br />

relator [...].” (AIRR – 80300-05.2004.5.04.0023, relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani<br />

<strong>de</strong> Fontan Pereira, 3 a Turma, DEJT 25.11.2011)<br />

No tocante ao preposto que atua em nome <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada reclamada em<br />

diversas reclamações trabalhistas, este fato por si só não o torna suspeito para <strong>de</strong>por<br />

como testemunha em outras reclamações trabalhistas, entretanto, o fato, conforme<br />

as circunstâncias <strong>do</strong> caso, po<strong>de</strong> influir na formação da convicção <strong>do</strong> juízo sobre o<br />

<strong>de</strong>poimento, ou até mesmo sinalizar a suspeição da testemunha. Nesse senti<strong>do</strong>,<br />

vale <strong>de</strong>stacar a seguinte ementa, que retrata com precisão a presente situação:<br />

“TESTEMUNHA QUE FIGUROU COMO PREPOSTA EM OUTROS AUTOS. Segun<strong>do</strong> o<br />

ensinamento <strong>do</strong> ilustre Professor Manuel Antonio Teixeira Filho, as circunstâncias fáticas <strong>do</strong><br />

caso concreto <strong>de</strong>vem ser analisadas para a aceitação <strong>de</strong> testemunha que serviu como preposta<br />

762 Mauro Schiavi

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!