11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>do</strong> art. 74, § 2 o , da CLT. A não apresentação injustificada <strong>do</strong>s controles <strong>de</strong> frequência<br />

gera presunção relativa <strong>de</strong> veracida<strong>de</strong> da jornada <strong>de</strong> trabalho, a qual po<strong>de</strong> ser elidida por<br />

prova em contrário; II – A presunção <strong>de</strong> veracida<strong>de</strong> da jornada <strong>de</strong> trabalho, ainda que<br />

prevista em instrumento normativo, po<strong>de</strong> ser elidida por prova em contrário; III – Os<br />

cartões <strong>de</strong> ponto que <strong>de</strong>monstram horários <strong>de</strong> entrada e saída uniformes são inváli<strong>do</strong>s<br />

como meio <strong>de</strong> prova, inverten<strong>do</strong>-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a<br />

ser <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>r, prevalecen<strong>do</strong> a jornada da inicial se <strong>de</strong>le não se <strong>de</strong>sincumbir.” (Res.<br />

n. 129/2005 – DJ 22.4.2005)<br />

No aspecto, relevante <strong>de</strong>stacar as seguintes ementas:<br />

“Controles <strong>de</strong> frequência — Prova da jornada. A prova da jornada <strong>de</strong> trabalho é feita,<br />

primordialmente, pelos controles <strong>de</strong> frequência (cf. § 2 o <strong>do</strong> art. 74 da CLT), <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

estes não estampem horários invariáveis (OJ n. 306 da eg. SDI-1 <strong>do</strong> colen<strong>do</strong> TST).” (TRT<br />

3 a R. – 6 a T. – RO n. 259/2004.044.03.00-0 – rel a Lucil<strong>de</strong> D’Ajuda L. <strong>de</strong> Almeida – DJMG<br />

4.11.04 – p. 12) (RDT n. 01 – Janeiro <strong>de</strong> 2005)<br />

“Jornada extraordinária — Ônus da prova. O tema acerca <strong>do</strong> ônus da prova não foi objeto<br />

<strong>de</strong> análise no senti<strong>do</strong> proposto nas razões recursais, ten<strong>do</strong> em vista que a Corte a quo<br />

fixou sua fundamentação no exame da prova constante <strong>do</strong>s autos, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong><br />

quem a produzira, e não se <strong>de</strong>ten<strong>do</strong> na <strong>de</strong>finição <strong>do</strong> ônus subjetivo. Agravo não provi<strong>do</strong>.<br />

Integração <strong>de</strong> horas extraordinárias nos sába<strong>do</strong>s e na gratificação semestral. Verifica-se<br />

que o Tribunal Regional afastou a aplicação da Súmula n. 113 <strong>do</strong> TST à hipótese, ten<strong>do</strong><br />

em vista a estipulação, em norma coletiva, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que o sába<strong>do</strong> seria consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong><br />

dia <strong>de</strong> repouso para efeito <strong>de</strong> pagamento <strong>de</strong> horas extraordinárias. Dessarte, a convenção<br />

coletiva <strong>de</strong>ve prevalecer em <strong>de</strong>trimento <strong>do</strong> disposto na súmula, porquanto resultante da<br />

livre negociação entre as partes sobre direito disponível, além <strong>de</strong> configurar norma mais<br />

benéfica ao emprega<strong>do</strong>. Agravo a que se nega provimento. Horas extras — Intervalo <strong>de</strong><br />

10 minutos a cada 50 minutos trabalha<strong>do</strong>s. A Corte a quo analisou a matéria por prisma<br />

diverso <strong>do</strong> que orientou a abordagem da reclamada em suas razões <strong>de</strong> revista. Aplica-se à<br />

hipótese, em face da ausência <strong>de</strong> prequestionamento, a Súmula n. 297 <strong>do</strong> TST. Agravo não<br />

provi<strong>do</strong>. Descontos salariais – Seguro <strong>de</strong> vida. A assertiva <strong>de</strong> que não restou comprovada<br />

a autorização da reclamante para que fossem efetua<strong>do</strong>s <strong>de</strong>scontos em seus salários a título<br />

<strong>de</strong> seguro <strong>de</strong> vida constitui premissa fática imutável, porquanto consignada <strong>de</strong> forma<br />

expressa na <strong>de</strong>cisão <strong>do</strong> Tribunal Regional. Para afastá-la, seria necessário o reexame <strong>do</strong>s<br />

fatos e das provas <strong>do</strong>s autos — procedimento veda<strong>do</strong> pela Súmula n. 126 <strong>do</strong> TST. Agravo<br />

não provi<strong>do</strong>.” (TST – 1 a T. – AIRR n. 5/2002.661.04.40-4 – rel. Min. Lelio B. Corrêa – DJ<br />

30.06.05 – p. 786) (RDT n. 10 – Outubro <strong>de</strong> 2005)<br />

“Cartões <strong>de</strong> ponto — Horários <strong>de</strong> entrada e saída semelhantes — Ônus da prova — Súmula<br />

n. 338 <strong>do</strong> c. TST — Aplicabilida<strong>de</strong>. São inváli<strong>do</strong>s como meio <strong>de</strong> prova os cartões<br />

<strong>de</strong> ponto em que constem horários <strong>de</strong> entrada e saída semelhantes, inverten<strong>do</strong>-se, neste<br />

caso, o ônus da prova relativo às horas extras, que passa a ser <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>r, prevalecen<strong>do</strong><br />

a jornada da inicial. No caso <strong>do</strong>s autos, os cartões <strong>de</strong> ponto foram impugna<strong>do</strong>s<br />

pelo reclamante, fican<strong>do</strong> clara a sua invalida<strong>de</strong> como meio <strong>de</strong> prova, eis que as anotações<br />

<strong>do</strong>s horários são uniformes, apenas com variações <strong>de</strong> alguns poucos minutos, sen<strong>do</strong> que<br />

este subterfúgio (mínima variação) não exime <strong>do</strong> pagamento <strong>de</strong> horas extras, tentan<strong>do</strong><br />

assim disfarçar a frau<strong>de</strong>, vez que não consta a realida<strong>de</strong> da jornada trabalhada. Logo, não<br />

haven<strong>do</strong> qualquer outra prova quanto à jornada <strong>de</strong> trabalho, é totalmente aplicável ao<br />

caso o item III da Súmula n. 338 <strong>do</strong> c. TST. Recurso conheci<strong>do</strong> e <strong>de</strong>sprovi<strong>do</strong>.” (TRT 15 a<br />

R. – 5 a T. – ROPS n. 743/2005.065.15.00-6 – rel. José Antonio Pancotti – DJ 23.2.07 – p.<br />

55) (RDT n. 04 – abril <strong>de</strong> 2007)<br />

748 Mauro Schiavi

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!