11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>de</strong> tais <strong>do</strong>cumentos, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> a parte que formulou o requerimento individualizar o<br />

<strong>do</strong>cumento, <strong>de</strong>monstrar a finalida<strong>de</strong> da prova, bem como aduzir as circunstâncias em<br />

que se funda o requerimento para afirmar que existe o <strong>do</strong>cumento e ele se encontra<br />

nas mãos <strong>de</strong> terceiro, nos termos <strong>do</strong> art. 397 <strong>do</strong> CPC, in verbis:<br />

“O pedi<strong>do</strong> formula<strong>do</strong> pela parte conterá: I – a individuação, tão completa quanto possível,<br />

<strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento ou da coisa; II – a finalida<strong>de</strong> da prova, indican<strong>do</strong> os fatos que se relacionam<br />

com o <strong>do</strong>cumento ou com a coisa; III – as circunstâncias em que se funda o requerente<br />

para afirmar que o <strong>do</strong>cumento ou a coisa existe e se acha em po<strong>de</strong>r da parte contrária.”<br />

Caso o juiz, diante <strong>do</strong>s elementos <strong>do</strong>s autos, se convença <strong>de</strong> que há <strong>do</strong>cumentos<br />

relevantes para o <strong>de</strong>slin<strong>de</strong> da causa que se encontram na posse <strong>de</strong> uma das partes<br />

ou terceiro, <strong>de</strong>terminará, <strong>de</strong> ofício, a exibição em juízo.<br />

O procedimento da exibição <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos está disciplina<strong>do</strong> nos arts. 396 a<br />

404 <strong>do</strong> CPC, admitin<strong>do</strong>-se o contraditório em face da parte, à qual foi or<strong>de</strong>nada a<br />

exibição, bem como <strong>do</strong> terceiro, a quem foi alega<strong>do</strong> que pertenciam os <strong>do</strong>cumentos.<br />

É comum, no Processo <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, o juiz or<strong>de</strong>nar a exibição, pelo reclama<strong>do</strong>,<br />

<strong>do</strong>s cartões <strong>de</strong> ponto ou recibos <strong>de</strong> pagamento, sob consequência <strong>de</strong> que, se tais<br />

<strong>do</strong>cumentos não forem junta<strong>do</strong>s no prazo assinala<strong>do</strong>, serão reputa<strong>do</strong>s verda<strong>de</strong>iros os<br />

fatos afirma<strong>do</strong>s pelo reclamante na inicial. Nesse senti<strong>do</strong>, dispõe o art. 400 <strong>do</strong> CPC:<br />

“Ao <strong>de</strong>cidir o pedi<strong>do</strong>, o juiz admitirá como verda<strong>de</strong>iros os fatos que, por meio <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento<br />

ou da coisa, a parte pretendia provar se:<br />

I – o requeri<strong>do</strong> não efetuar a exibição nem fizer nenhuma <strong>de</strong>claração no prazo <strong>do</strong> art. 398;<br />

II – a recusa for havida por ilegítima.<br />

Parágrafo único. Sen<strong>do</strong> necessário, o juiz po<strong>de</strong> a<strong>do</strong>tar medidas indutivas, coercitivas,<br />

mandamentais ou sub-rogatórias para que o <strong>do</strong>cumento seja exibi<strong>do</strong>.”<br />

2.3.2. Documentos trabalhistas típicos<br />

2.3.2.1. Carteira <strong>de</strong> <strong>Trabalho</strong> e Previdência Social<br />

A Carteira <strong>de</strong> <strong>Trabalho</strong> e Previdência Social é o <strong>do</strong>cumento por excelência da<br />

prova da relação <strong>de</strong> emprego. Diante da importância da CTPS, a CLT <strong>de</strong>dica uma<br />

série <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s à carteira <strong>de</strong> trabalho e seu registro (arts. 13 a 56).<br />

Não obstante a importância das anotações lançadas a efeito na CTPS, diante<br />

<strong>do</strong> princípio da primazia da realida<strong>de</strong> que norteia o contrato <strong>de</strong> trabalho, a prova <strong>do</strong><br />

contrato <strong>de</strong> trabalho po<strong>de</strong> ser realizada por qualquer meio admiti<strong>do</strong> em direito,<br />

sen<strong>do</strong> relativa a veracida<strong>de</strong> das anotações lançadas a efeito na CTPS <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>.<br />

Muito já se discutiu na <strong>do</strong>utrina sobre ser absoluta a anotação na CTPS <strong>do</strong><br />

emprega<strong>do</strong> em face <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>r, vale dizer: se o emprega<strong>do</strong>r proce<strong>de</strong>u à anotação<br />

na CPTS <strong>do</strong> autor, ele não po<strong>de</strong>rá realizar prova em senti<strong>do</strong> contrário, buscan<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>monstrar que ela não reflete a realida<strong>de</strong>. Atualmente, a questão está praticamente<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 745

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!