11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

forem realizadas ou, se produzidas, são insuficientes para a formação <strong>do</strong><br />

convencimento <strong>do</strong> juiz. Em suma, o ônus da prova não <strong>de</strong>termina quem<br />

<strong>de</strong>ve produzir a prova, mas quem assume o risco pela sua não produção.”<br />

1.5.6. Convencimento motiva<strong>do</strong> <strong>do</strong> juiz<br />

Este princípio, também chama<strong>do</strong> pela <strong>do</strong>utrina <strong>de</strong> persuasão racional, possibilita<br />

ao juiz firmar seu convencimento, livremente, sobre a verossimilhança <strong>do</strong>s fatos<br />

da causa, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que apresente os motivos <strong>de</strong> sua convicção (arts. 371 <strong>do</strong> CPC e 93,<br />

IX, da CF).<br />

No aspecto, <strong>de</strong>staca-se a seguinte ementa:<br />

“Análise probatória. As provas produzidas <strong>de</strong>vem ser analisadas em seu conjunto, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong><br />

o juiz examinar o to<strong>do</strong> probatório sem, a priori, preocupar-se com as regras da prova.<br />

To<strong>do</strong> o material produzi<strong>do</strong> nos autos <strong>de</strong>ve ser analisa<strong>do</strong> para a distribuição <strong>do</strong> direito. Ao<br />

juiz cabe fazer uso <strong>do</strong> princípio <strong>do</strong> livre convencimento motiva<strong>do</strong> (subsidiário, art. 131<br />

<strong>do</strong> CPC, mais arts. 765 e 832, estes da CLT). Recurso parcialmente provi<strong>do</strong>.” (TRT/SP –<br />

00012987520105020202 – RO – Ac. 11 a T. – 20120543251 – rel. Ricar<strong>do</strong> Verta Luduvice<br />

– DOE 22.5.2012)<br />

1.5.7. Busca da verda<strong>de</strong> real<br />

Embora muitos autores asseverem que na esfera <strong>do</strong> Processo Civil não se aplica<br />

este princípio, pois o processo não penal se contenta com a chamada verda<strong>de</strong> formal,<br />

qual seja, a que emerge <strong>do</strong>s autos, a mo<strong>de</strong>rna <strong>do</strong>utrina, em razão <strong>do</strong> caráter publicista<br />

<strong>do</strong> processo e da efetivida<strong>de</strong> da jurisdição, tem se posiciona<strong>do</strong> no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que<br />

mesmo no campo processual civil o juiz <strong>de</strong>ve sempre buscar a verda<strong>de</strong> real, ou o<br />

acertamento mais próximo da realida<strong>de</strong>. No Processo <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, a busca da verda<strong>de</strong><br />

real é princípio que se encaixa perfeitamente no campo processual, inclusive por<br />

mandamento legal (art. 765 da CLT). Vale lembrar que o <strong>Direito</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> tem<br />

como um <strong>do</strong>s seus princípios vetores o da primazia da realida<strong>de</strong>. Dizia Carnelutti<br />

que prestigiar a realida<strong>de</strong> é prestar um tributo à verda<strong>de</strong>.<br />

Nesse aspecto, cumpre <strong>de</strong>stacar a seguintes ementas:<br />

“Princípio da primazia da realida<strong>de</strong> — Aplicação. No confronto entre a verda<strong>de</strong> formal, contida<br />

em <strong>do</strong>cumentos, e a verda<strong>de</strong> real, que emerge <strong>do</strong>s fatos, prevalece esta última, ten<strong>do</strong> em<br />

vista a aplicação <strong>do</strong> princípio da primazia da realida<strong>de</strong>. Restan<strong>do</strong> <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> nos autos<br />

que na realização <strong>de</strong> cursos a distância o emprega<strong>do</strong> alega um número <strong>de</strong> horas incompatível<br />

com a realida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s fatos, a postulação não merece ser provida.” (TRT – 12 a R. – 3 a T. – rel a<br />

Lília Leonor Abreu – Doc. n. 1377004 em 2.9.09 – RO n. 860/2008.023.12.00-7) (RDT<br />

n. 10 – outubro <strong>de</strong> 2009)<br />

“PROVA ORAL X PROVA DOCUMENTAL. PRINCÍPIO DA REALIDADE. No <strong>Direito</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>Trabalho</strong>, as provas, <strong>do</strong>cumental e testemunhal, <strong>de</strong>vem ser sopesadas levan<strong>do</strong>-se em consi<strong>de</strong>ração<br />

o princípio da realida<strong>de</strong>, informa<strong>do</strong>r <strong>de</strong>sta Especializada. A prova oral revelou-se<br />

favorável a existência <strong>de</strong> horas extras, inclusive pelo gozo intervalar parcial, o que autoriza<br />

a manutenção da sentença nos seus exatos termos.” (TRT/SP – 01567002520095020384 –<br />

RO – Ac. 4 a T. – 20130223047 – Rel a Ivani Contini Bramante – DOE 22.3.2013)<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 683

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!