11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

VI – quan<strong>do</strong> for her<strong>de</strong>iro presuntivo, <strong>do</strong>natário ou emprega<strong>do</strong>r <strong>de</strong> qualquer das partes;<br />

VII – em que figure como parte instituição <strong>de</strong> ensino com a qual tenha relação <strong>de</strong> emprego<br />

ou <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> contrato <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços;<br />

VIII – em que figure como parte cliente <strong>do</strong> escritório <strong>de</strong> advocacia <strong>de</strong> seu cônjuge, companheiro<br />

ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive,<br />

mesmo que patrocina<strong>do</strong> por advoga<strong>do</strong> <strong>de</strong> outro escritório;<br />

IX – quan<strong>do</strong> promover ação contra a parte ou seu advoga<strong>do</strong>.<br />

§ 1 o Na hipótese <strong>do</strong> inciso III, o impedimento só se verifica quan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>fensor público, o<br />

advoga<strong>do</strong> ou o membro <strong>do</strong> Ministério Público já integrava o processo antes <strong>do</strong> início da<br />

ativida<strong>de</strong> judicante <strong>do</strong> juiz.<br />

§ 2 o É vedada a criação <strong>de</strong> fato superveniente a fim <strong>de</strong> caracterizar impedimento <strong>do</strong> juiz.<br />

§ 3 o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso <strong>de</strong> mandato conferi<strong>do</strong><br />

a membro <strong>de</strong> escritório <strong>de</strong> advocacia que tenha em seus quadros advoga<strong>do</strong> que<br />

individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente<br />

no processo.”<br />

O art. 145 <strong>do</strong> CPC disciplina as hipóteses <strong>de</strong> suspeição <strong>do</strong> juiz. Aduz o referi<strong>do</strong><br />

dispositivo legal:<br />

“Há suspeição <strong>do</strong> juiz:<br />

I – amigo íntimo ou inimigo <strong>de</strong> qualquer das partes ou <strong>de</strong> seus advoga<strong>do</strong>s;<br />

II – que receber presentes <strong>de</strong> pessoas que tiverem interesse na causa antes ou <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

inicia<strong>do</strong> o processo, que aconselhar alguma das partes acerca <strong>do</strong> objeto da causa ou que<br />

subministrar meios para aten<strong>de</strong>r às <strong>de</strong>spesas <strong>do</strong> litígio;<br />

III – quan<strong>do</strong> qualquer das partes for sua cre<strong>do</strong>ra ou <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>ra, <strong>de</strong> seu cônjuge ou companheiro<br />

ou <strong>de</strong> parentes <strong>de</strong>stes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;<br />

IV – interessa<strong>do</strong> no julgamento <strong>do</strong> processo em favor <strong>de</strong> qualquer das partes.<br />

§ 1 o Po<strong>de</strong>rá o juiz <strong>de</strong>clarar-se suspeito por motivo <strong>de</strong> foro íntimo, sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>clarar suas razões.<br />

§ 2 o Será ilegítima a alegação <strong>de</strong> suspeição quan<strong>do</strong>:<br />

I – houver si<strong>do</strong> provocada por quem a alega;<br />

II – a parte que a alega houver pratica<strong>do</strong> ato que signifique manifesta aceitação <strong>do</strong> argüi<strong>do</strong>.”<br />

O Código atual inova em face <strong>do</strong> anterior ao disciplinar como hipótese <strong>de</strong> suspeição<br />

a amiza<strong>de</strong> entre juiz e advoga<strong>do</strong> da parte. De nossa parte, a presente hipótese<br />

é justa e razoável. Muitos juízes, mesmo antes da alteração, tomavam a iniciativa <strong>de</strong><br />

se consi<strong>de</strong>rarem suspeitos em razão <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> com o advoga<strong>do</strong> que patrocina a<br />

causa, como medida <strong>de</strong> transparência e <strong>de</strong> imparcialida<strong>de</strong>. Não obstante, a amiza<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ve ser mais próxima. Em Varas <strong>do</strong> interior, os juízes conhecem os advoga<strong>do</strong>s e,<br />

muitas vezes, têm um contato profissional mais próximo. Entretanto, esse contato<br />

não é suficiente para configurar suspeição <strong>do</strong> juiz.<br />

Também o Código prevê, aperfeiçoan<strong>do</strong> o Código anterior, a possibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

juiz <strong>de</strong>clarar-se suspeito por motivo <strong>de</strong> foro íntimo, sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>clarar<br />

suas razões.<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 653

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!