11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

e po<strong>de</strong>m proporcionar soluções mais satisfatórias <strong>do</strong> que as impostas pelo Esta<strong>do</strong>-juiz. 2.<br />

In casu, o Regional afastou a quitação <strong>do</strong> extinto contrato <strong>de</strong> trabalho por lau<strong>do</strong> arbitral,<br />

reputan<strong>do</strong>-o fruto <strong>de</strong> pressão para o recurso à arbitragem. 3. Nessas condições, a <strong>de</strong>cisão<br />

regional não viola os arts. 1 o da Lei n. 9.307/96 e 840 <strong>do</strong> CC, uma vez que, diante da premissa<br />

fática <strong>do</strong> vício <strong>de</strong> consentimento (indiscutível em se<strong>de</strong> <strong>de</strong> recurso <strong>de</strong> revista, a teor da<br />

Súmula n. 126 <strong>do</strong> TST), a arbitragem per<strong>de</strong>u sua natureza <strong>de</strong> foro <strong>de</strong> eleição. Portanto, a<br />

revista, no particular, encontrava óbice na Súmula n. 221 <strong>do</strong> TST. Agravo <strong>de</strong> instrumento<br />

<strong>de</strong>sprovi<strong>do</strong>.” (Ac. da 7 a Turma <strong>do</strong> C.TST – AIRR 2547/2002-077-02-40 – rel. Min. Ives<br />

Gandra Martins Filho – DJ 8.2.2008)<br />

O Tribunal Superior <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, recentemente, pronunciou-se, admitin<strong>do</strong><br />

a arbitragem para solução <strong>de</strong> conflito individual trabalhista, conforme se constata<br />

da redação das seguintes ementas:<br />

“AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. JUÍZO ARBITRAL. COISA<br />

JULGADA. LEI N. 9.307/96. CONSTITUCIONALIDADE. O art. 5 o , XXXV, da Constituição<br />

Fe<strong>de</strong>ral dispõe sobre a garantia constitucional da universalida<strong>de</strong> da jurisdição, a qual, por<br />

<strong>de</strong>finir que nenhuma lesão ou ameaça a direito po<strong>de</strong> ser excluída da apreciação <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r<br />

Judiciário, não se incompatibiliza com o compromisso arbitral e os efeitos <strong>de</strong> coisa julgada<br />

<strong>de</strong> que trata a Lei n. 9.307/96. É que a arbitragem se caracteriza como forma alternativa<br />

<strong>de</strong> prevenção ou solução <strong>de</strong> conflitos à qual as partes a<strong>de</strong>rem, por força <strong>de</strong> suas próprias<br />

vonta<strong>de</strong>s, e o inciso XXXV <strong>do</strong> art. 5 o da Constituição Fe<strong>de</strong>ral não impõe o direito à ação<br />

como um <strong>de</strong>ver, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que to<strong>do</strong> e qualquer litígio <strong>de</strong>ve ser submeti<strong>do</strong> ao Po<strong>de</strong>r<br />

Judiciário. Dessa forma, as partes, ao a<strong>do</strong>tarem a arbitragem, tão só por isso, não praticam<br />

ato <strong>de</strong> lesão ou ameaça a direito. Assim, reconheci<strong>do</strong> pela Corte Regional que a sentença<br />

arbitral foi proferida nos termos da lei e que não há vício na <strong>de</strong>cisão proferida pelo juízo<br />

arbitral, não se há <strong>de</strong> falar em afronta ao menciona<strong>do</strong> dispositivo constitucional ou em<br />

inconstitucionalida<strong>de</strong> da Lei n. 9.307/96. Despicienda a discussão em torno <strong>do</strong>s arts. 940<br />

<strong>do</strong> Código Civil e 477 da CLT ou <strong>de</strong> que o termo <strong>de</strong> arbitragem não é váli<strong>do</strong> por falta <strong>de</strong><br />

juntada <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos, haja vista que reconheci<strong>do</strong> pelo Tribunal Regional que a sentença<br />

arbitral observou os termos da Lei n. 9.307/96 — a qual não exige a observação daqueles<br />

dispositivos legais — e não tratou da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apresentação <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos (aplicação<br />

das Súmulas ns. 126 e 422 <strong>do</strong> TST). Os arestos apresenta<strong>do</strong>s para confronto <strong>de</strong> teses são<br />

inservíveis, a teor da alínea a <strong>do</strong> art. 896 da CLT e da Súmula n. 296 <strong>de</strong>sta Corte. Agravo<br />

<strong>de</strong> instrumento a que se nega provimento.” (TST – Processo: AIRR – 1475/2000-193-05-<br />

00.7 – Data <strong>de</strong> Julgamento: 15.10.2008 – rel. Min. Pedro Paulo Manus – 7 a Turma – Data<br />

<strong>de</strong> Divulgação: DEJT 17.10.2008)<br />

“RECURSO DE REVISTA — DISSÍDIO INDIVIDUAL — SENTENÇA ARBITRAL — EFEI-<br />

TOS — EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO — ART. 267, VII,<br />

DO CPC. I – É certo que o art. 1 o da Lei n. 9.307/96 estabelece ser a arbitragem meio<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis. Suce<strong>de</strong> que a<br />

irrenunciabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s direitos trabalhistas não é absoluta. Possui relevo no ato da contratação<br />

<strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r e durante vigência <strong>do</strong> pacto laboral, momentos em que o emprega<strong>do</strong><br />

ostenta nítida posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>svantagem, valen<strong>do</strong> salientar que o são normalmente os direitos<br />

relaciona<strong>do</strong>s à higiene, segurança e medicina <strong>do</strong> trabalho, não o sen<strong>do</strong>, em regra, os <strong>de</strong>mais,<br />

por conta da sua expressão meramente patrimonial. Após a extinção <strong>do</strong> contrato <strong>de</strong> trabalho,<br />

a vulnerabilida<strong>de</strong> e hipossuficiência justifica<strong>do</strong>ra da proteção que a lei em princípio<br />

outorga ao trabalha<strong>do</strong>r na vigência <strong>do</strong> contrato implica, <strong>do</strong>ravante, a sua disponibilida<strong>de</strong>,<br />

na medida em que a <strong>de</strong>pendência e subordinação que singularizam a relação empregatícia<br />

<strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> existir. II – O art. 114, § 1 o , da Constituição não proíbe o Juízo <strong>de</strong> arbitragem<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 63

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!