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Manual de Direito Processual do Trabalho

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sentença <strong>de</strong>claratória, constitutiva ou con<strong>de</strong>natória; no processo <strong>de</strong> execução,<br />

uma <strong>de</strong>terminada providência satisfativa; no processo cautelar, uma <strong>de</strong>terminada<br />

medida cautelar (por meio <strong>de</strong> uma liminar ou <strong>de</strong> uma sentença).<br />

Pedi<strong>do</strong> mediato é o bem da vida reclama<strong>do</strong> pelo autor por meio da ação.”<br />

Diz o art. 840, § 1 o , da CLT, que a inicial trabalhista <strong>de</strong>ve conter o pedi<strong>do</strong>.<br />

Acreditamos que o pedi<strong>do</strong> da inicial trabalhista também <strong>de</strong>ve conter suas especificações,<br />

por aplicação <strong>do</strong> inciso IV <strong>do</strong> art. 319 <strong>do</strong> CPC, que assevera que a inicial<br />

<strong>de</strong>ve conter o pedi<strong>do</strong>, com as suas especificações. Desse mo<strong>do</strong>, a inicial trabalhista <strong>de</strong>ve<br />

conter o pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>talhada e também as especificações <strong>de</strong>ste.<br />

O pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ser certo e <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>, somente se admitin<strong>do</strong> pedi<strong>do</strong> genérico<br />

quan<strong>do</strong> houver autorização legal. De outro la<strong>do</strong>, a inicial que não apresenta pedi<strong>do</strong><br />

não está apta a ser conhecida, pois falta um pressuposto processual <strong>de</strong> existência<br />

da relação jurídica processual.<br />

Há alguns autores que admitem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o Juiz <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> julgar<br />

fora <strong>do</strong> pedi<strong>do</strong> ou até mesmo além <strong>do</strong> pedi<strong>do</strong>, em razão <strong>do</strong>s princípios da celerida<strong>de</strong>,<br />

informalida<strong>de</strong> e simplicida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Processo <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>.<br />

No nosso sentir, pensamos que o Juiz <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> não possa julgar fora <strong>do</strong><br />

pedi<strong>do</strong> ou além <strong>de</strong>le. Somente em casos excepcionais se admite o julgamento ultra<br />

petita, como a aplicabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ofício <strong>do</strong> art. 467 da CLT e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conversão<br />

<strong>do</strong> pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> reintegração em in<strong>de</strong>nização (art. 729 da CLT). Além disso, tem a<br />

jurisprudência admiti<strong>do</strong>, nos casos em que se postula a solidarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada<br />

empresa toma<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra, que o Juiz <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, presentes os requisitos,<br />

possa conce<strong>de</strong>r a con<strong>de</strong>nação subsidiária.<br />

Em razão <strong>do</strong> contraditório e da ampla <strong>de</strong>fesa, o julgamento fora <strong>do</strong> pedi<strong>do</strong> ou<br />

além <strong>de</strong>le, pela Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, somente po<strong>de</strong> ser leva<strong>do</strong> a efeito pelo Juiz<br />

<strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> quan<strong>do</strong> a lei expressamente permitir ou, então, não causar qualquer<br />

prejuízo ao reclama<strong>do</strong>, como nas hipóteses <strong>de</strong> conversão da reintegração em in<strong>de</strong>nização<br />

ou concessão <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> subsidiária quan<strong>do</strong> houve pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

responsabilização solidária.<br />

Conforme o art. 324 <strong>do</strong> CPC: “O pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>. § 1 o É lícito,<br />

porém, formular pedi<strong>do</strong> genérico: I – nas ações universais, se o autor não pu<strong>de</strong>r<br />

individuar os bens <strong>de</strong>manda<strong>do</strong>s; II – quan<strong>do</strong> não for possível <strong>de</strong>terminar, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

logo, as consequências <strong>do</strong> ato ou <strong>do</strong> fato; III – quan<strong>do</strong> a <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> objeto<br />

ou <strong>do</strong> valor da con<strong>de</strong>nação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> ato que <strong>de</strong>va ser pratica<strong>do</strong> pelo réu. § 2 o<br />

O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção.”<br />

Nas reclamações trabalhistas, como regra geral, exige-se que o pedi<strong>do</strong> seja<br />

certo e <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>, pois se trata <strong>de</strong> direitos patrimoniais, e o pedi<strong>do</strong> in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong><br />

po<strong>de</strong> dificultar em <strong>de</strong>masia a compreensão da li<strong>de</strong> e a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa. Nesse<br />

senti<strong>do</strong>, a seguinte ementa:<br />

“Pedi<strong>do</strong> genérico. As verbas trabalhistas em geral não se enquadram nas exceções <strong>de</strong>scritas<br />

nos incisos I a III <strong>do</strong> art. 286 <strong>do</strong> CPC para que se admita pedi<strong>do</strong> genérico nesta Justiça<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 547

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