11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

a propósito, sana-se até mesmo a inexistência jurídica (v. por exemplo, o<br />

art. 37, parágrafo único, <strong>do</strong> CPC).”<br />

De nossa parte, as nulida<strong>de</strong>s precessuais po<strong>de</strong>m ser sanadas tanto em primeiro<br />

grau, como no segun<strong>do</strong> grau <strong>de</strong> jurisdição caso seja possível. Na instância extraordinária<br />

(TST), isso já não será possível, pois exige que a questão tenha si<strong>do</strong> resolvida em<br />

segun<strong>do</strong> grau (prequestionamento).<br />

Sob outro enfoque, hipóteses há em que a nulida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ato processual não<br />

po<strong>de</strong> ser sanada, como nulida<strong>de</strong> da citação, inépcia da inicial, por conter os vícios<br />

elenca<strong>do</strong>s no parágrafo único <strong>do</strong> art. 330 <strong>do</strong> CPC, falta <strong>de</strong> uma das condições da<br />

ação, como ilegitimida<strong>de</strong> das partes, ou falta <strong>de</strong> interesse processual, etc.<br />

2.5. Princípio <strong>do</strong> aproveitamento <strong>do</strong>s atos processuais pratica<strong>do</strong>s<br />

Aproveitar é tornar útil, proveitoso. Conservar é manter, preservar (11) .<br />

Este princípio também é <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> conservação <strong>do</strong>s atos processuais úteis.<br />

Conforme o brocar<strong>do</strong> latino utile per inutile non viciatur: o útil não se vicia pelo inútil.<br />

Desse mo<strong>do</strong>, a <strong>de</strong>claração da nulida<strong>de</strong> não po<strong>de</strong> esten<strong>de</strong>r-se, tampouco retroagir<br />

aos atos validamente pratica<strong>do</strong>s.<br />

Como bem adverte Aldacy Rachid Coutinho (12) , a estrutura <strong>do</strong> Processo faz com<br />

que os atos que o compõem não se revelem <strong>de</strong> forma isolada, mas, ao contrário, se<br />

impliquem mutuamente no tempo e no conteú<strong>do</strong>, <strong>de</strong> forma que possibilite a realização<br />

<strong>do</strong> fim específico a que se propõe, geran<strong>do</strong> os efeitos próprios. A invalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um ato, assim, po<strong>de</strong> causar um impacto maior no Processo <strong>do</strong> que causaria no<br />

direito material.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, dispõe o art. 281 <strong>do</strong> CPC:<br />

“Anula<strong>do</strong> o ato, consi<strong>de</strong>ram-se <strong>de</strong> nenhum efeito to<strong>do</strong>s os subsequentes que <strong>de</strong>le <strong>de</strong>pendam,<br />

todavia, a nulida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma parte <strong>do</strong> ato não prejudicará as outras que <strong>de</strong>la sejam in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.”<br />

Nesse mesmo lastro, o art. 797 da CLT:<br />

“O juiz ou tribunal que pronunciar a nulida<strong>de</strong> <strong>de</strong>clarará os atos a que ela se esten<strong>de</strong>.”<br />

Conforme o art. 798 da CLT:<br />

“A nulida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ato não prejudicará senão os posteriores que <strong>de</strong>le <strong>de</strong>pendam ou sejam<br />

consequência.”<br />

2.6. Princípio <strong>do</strong> interesse<br />

Este princípio está previsto no art. 796, b, da CLT, que assim dispõe:<br />

“A nulida<strong>de</strong> não será pronunciada:<br />

[...] b) quan<strong>do</strong> arguida por quem lhe tiver da<strong>do</strong> causa.”<br />

(11) COUTINHO, Aldacy Rachid. Invalida<strong>de</strong> processual: um estu<strong>do</strong> para o processo <strong>do</strong> trabalho. Rio <strong>de</strong> Janeiro:<br />

Renovar, 2000. p. 313.<br />

(12) Op. cit., p. 313.<br />

494 Mauro Schiavi

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!