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Manual de Direito Processual do Trabalho

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No mesmo diapasão, é o art. 188 <strong>do</strong> CPC:<br />

“Os atos e os termos processuais in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>terminada, salvo quan<strong>do</strong> a lei<br />

expressamente a exigir, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se váli<strong>do</strong>s os que, realiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong> outro mo<strong>do</strong>, lhe<br />

preencham a finalida<strong>de</strong> essencial.”<br />

Como bem adverte Nelson Nery Junior (6) , o juiz <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>sapegar-se <strong>do</strong> formalismo,<br />

procuran<strong>do</strong> agir <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a propiciar às partes o atingimento da finalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> processo.<br />

Mas <strong>de</strong>ve obe<strong>de</strong>cer às formalida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> processo, garantia <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> direito.<br />

2.3. Princípio da convalidação<br />

Ensina Aldacy Rachid Coutinho (7) :<br />

“Diz-se que convalescer é recuperar saú<strong>de</strong>, permitin<strong>do</strong> inclusive certa<br />

confusão com os <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s ‘remédios jurídicos’. Neles são abordadas as<br />

hipóteses, por conseguinte, em que aquela situação anormal <strong>de</strong> <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> ato é recuperada, ou seja, restabelecida para a normalida<strong>de</strong>. A a<strong>do</strong>ção<br />

<strong>de</strong> uma outra ‘forma’ ou ‘meio’ <strong>de</strong> convalescença implica, portanto, mais<br />

<strong>do</strong> que em qualquer outro princípio, a visualização e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> que<br />

conceito <strong>de</strong> invalida<strong>de</strong> se trata. O sistema das nulida<strong>de</strong>s a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pela<br />

Consolidação das Leis <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> — e ainda o <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Processo<br />

Civil — é to<strong>do</strong> ele volta<strong>do</strong> para proteção <strong>do</strong>s atos processuais e seus<br />

efeitos, estabelecen<strong>do</strong> critérios impeditivos da sua alegação ou da sua<br />

<strong>de</strong>cretação.”<br />

Pelo presente princípio, se as nulida<strong>de</strong>s não forem invocadas no momento<br />

processual oportuno, haverá a convalidação <strong>do</strong> ato inváli<strong>do</strong>, também chamada pela<br />

<strong>do</strong>utrina <strong>de</strong> preclusão <strong>de</strong> se invocar a nulida<strong>de</strong>.<br />

De outro la<strong>do</strong>, somente a nulida<strong>de</strong> relativa, ou seja, a que interessa apenas à<br />

parte, <strong>de</strong>ve ser invocada no momento processual oportuno; já a nulida<strong>de</strong> absoluta<br />

po<strong>de</strong> ser invocada a qualquer tempo, inclusive <strong>de</strong> ofício, não estan<strong>do</strong> abrangida<br />

pelo princípio da convalidação (8) .<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, <strong>de</strong>stacamos as seguintes ementas:<br />

“A irresignação quanto a nulida<strong>de</strong> no processo <strong>de</strong>ve ser manifestada <strong>de</strong> imediato (art. 795,<br />

CLT, c/c art. 245, CPC). Precluiu (eficácia preclusiva — art. 473, CPC) no seu direito a<br />

parte que <strong>de</strong>ixa transcorrer, in albis, o prazo para formular razões finais ou nessa ocasião<br />

nenhuma alusão faz à matéria. Impe<strong>de</strong>, com sua omissão, o exame da questão e a prolação<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, posto que conformada com tu<strong>do</strong> como se realizou. Fecha, assim, a porta para<br />

(6) Código <strong>de</strong> Processo Civil comenta<strong>do</strong> e legislação processual extravagante. 10. ed. São Paulo: RT, 2007. p. 491.<br />

(7) Op. cit., p. 273.<br />

(8) Nesse senti<strong>do</strong>, dispõe o art. 278 <strong>do</strong> CPC, in verbis: “A nulida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s atos <strong>de</strong>ve ser alegada na primeira<br />

oportunida<strong>de</strong> em que couber à parte falar nos autos, sob pena <strong>de</strong> preclusão. Parágrafo único. Não se aplica<br />

esta disposição às nulida<strong>de</strong>s que o juiz <strong>de</strong>va <strong>de</strong>cretar <strong>de</strong> ofício, nem prevalece a preclusão, provan<strong>do</strong> a<br />

parte legítimo impedimento” (o grifo é nosso).<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 491

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