11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Capítulo IX<br />

Das Nulida<strong>de</strong>s no <strong>Direito</strong><br />

<strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong><br />

1. Conceito e espécies<br />

Nulida<strong>de</strong>, segun<strong>do</strong> a melhor <strong>do</strong>utrina, é a privação <strong>do</strong>s efeitos <strong>de</strong> um ato jurídico.<br />

Na esfera processual, a nulida<strong>de</strong> acarreta perda <strong>do</strong> efeito <strong>de</strong> um ato processual, vale<br />

dizer: o ato processual não produzirá os efeitos pretendi<strong>do</strong>s.<br />

Autores há que preferem a expressão invalida<strong>de</strong> processual. Nesse senti<strong>do</strong>, é a<br />

visão <strong>de</strong> Aldacy Rachid Coutinho (1) :<br />

“Mais coerente é a visão da invalida<strong>de</strong> como a atipicida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ato ou a<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ato vicia<strong>do</strong>, que resulta em uma tendência à ineficácia, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que seja alegada e não estejam presentes fatores impeditivos, ou ainda, se<br />

não ministra<strong>do</strong> nenhum remédio jurídico que tenha sana<strong>do</strong> o <strong>de</strong>feito.”<br />

Pensamos ser a invalida<strong>de</strong> gênero, <strong>do</strong> qual as nulida<strong>de</strong>s absolutas e relativas<br />

são espécies.<br />

É consenso na <strong>do</strong>utrina que as nulida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s atos processuais po<strong>de</strong>m ser<br />

absolutas, relativas, ou até mesmo o ato processual po<strong>de</strong> ser inexistente. De outro<br />

la<strong>do</strong>, há as chamadas irregularida<strong>de</strong>s processuais, que são uma espécie <strong>de</strong> nulida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> menor potencial.<br />

São nulos os atos processuais quan<strong>do</strong> violem normas <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m pública e interesse<br />

social. O ato nulo não está sujeito à preclusão e po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>clara<strong>do</strong> <strong>de</strong> ofício<br />

pelo juiz. São relativas as nulida<strong>de</strong>s quan<strong>do</strong> não violem normas <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m pública.<br />

Depen<strong>de</strong>m da iniciativa da parte, não po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser conhecidas <strong>de</strong> ofício.<br />

Os chama<strong>do</strong>s atos inexistentes contêm um vício tão acentua<strong>do</strong> que não chegam<br />

a produzir efeitos. Entretanto, a <strong>do</strong>utrina tem dito que mesmo os atos inexistentes<br />

<strong>de</strong>vem ter seus efeitos cassa<strong>do</strong>s por <strong>de</strong>cisão judicial. Portanto, os atos inexistentes<br />

seguem o mesmo regime das nulida<strong>de</strong>s absolutas.<br />

Nesse contexto, Teresa Arruda Alvim Wambier: “Cremos que se <strong>de</strong>ve repetir em<br />

relação aos atos inexistentes o que foi dito com respeito aos atos nulos: há necessida<strong>de</strong>,<br />

(1) Invalida<strong>de</strong> processual: um estu<strong>do</strong> para o processo <strong>do</strong> trabalho. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Renovar, 2000. p. 121.<br />

488 Mauro Schiavi

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!