11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

algumas fases processuais. Impensável, mo<strong>de</strong>rnamente, se chegar ao término da<br />

relação processual sem o instituto da preclusão, que se <strong>de</strong>fine pela perda <strong>do</strong> direito<br />

<strong>de</strong> se praticar uma faculda<strong>de</strong> processual, seja pelo seu não exercício no prazo previsto<br />

pela lei (temporal), seja por já ter exerci<strong>do</strong> o ato (consumativa), ou por ter pratica<strong>do</strong><br />

um ato incompatível com o ato que já se praticou (lógica).<br />

Ensina José Fre<strong>de</strong>rico Marques (5) :<br />

“Um <strong>do</strong>s institutos processuais que possibilitam, com mais eficácia, o<br />

impulso ex officio <strong>do</strong> procedimento, é o da preclusão. O nomen juris <strong>do</strong><br />

instituto é <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a Chiovenda, que se valeu para isso, conforme ele<br />

próprio o confessa, da palavra encontrada ‘nas fontes’, na poena preclusi<br />

<strong>do</strong> direito comum.”<br />

Prossegue o festeja<strong>do</strong> jurista (6) :<br />

“Sob o ponto <strong>de</strong> vista objetivo, a preclusão é um fato impeditivo, <strong>de</strong>stina<strong>do</strong><br />

a garantir o avanço progressivo da relação processual e a obstar o seu<br />

retorno para fases anteriores <strong>do</strong> procedimento. Do ponto <strong>de</strong> vista subjetivo,<br />

é a perda <strong>de</strong> uma faculda<strong>de</strong> ou direito processual que, por se haver<br />

esgota<strong>do</strong> ou por não ter si<strong>do</strong> exerci<strong>do</strong> em tempo e momento oportuno,<br />

fica praticamente extinto.”<br />

Sen<strong>do</strong> assim, para que o Processo tenha início, meio e fim, a preclusão torna-se<br />

essencial para a solução da li<strong>de</strong>.<br />

No aspecto constitucional, os princípios da inafastabilida<strong>de</strong> e da inevitabilida<strong>de</strong><br />

da jurisdição previstos no art. 5 o da CF asseguram o prosseguimento <strong>do</strong> Processo<br />

até que atinja uma solução final.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, <strong>de</strong>stacam-se as seguintes ementas:<br />

“Ato processual — Preclusão. Para garantir a tranquilida<strong>de</strong> das partes e a or<strong>de</strong>m processual<br />

invocamos a teoria <strong>do</strong>s prazos, com <strong>de</strong>staque para a preclusão temporal, que significa a<br />

perda da faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se praticar <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> ato por não tê-lo feito no momento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>.<br />

Se a parte <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> apresentar insurgência no momento processual oportuno, por não se<br />

lembrar <strong>de</strong> texto <strong>de</strong> lei ou não conhecer a existência <strong>de</strong> norma que po<strong>de</strong>ria reverter a situação<br />

que lhe era <strong>de</strong>sfavorável, não po<strong>de</strong>rá fazê-lo posteriormente, principalmente se não se tratar <strong>de</strong><br />

regra jurídica nova, permissiva <strong>de</strong> arguição a qualquer momento processual.” (TRT – 10 a<br />

R. – 1 a T. – AP n. 1.522/1991.006.10.85-1 – rel. Pedro Luís V. Foltran – DJDF 21.5.04 – p.<br />

3) ( RDT n. 6 – junho <strong>de</strong> 2004)<br />

“Preclusão pro judicato. O art. 836 da CLT veda aos órgãos judiciais trabalhistas conhecer <strong>de</strong><br />

questões já <strong>de</strong>cididas. Embargos <strong>de</strong> <strong>de</strong>claração julga<strong>do</strong>s duas vezes, tem-se que a segunda<br />

<strong>de</strong>cisão é nula, por afronta ao art. 863 da CLT. Assim, ten<strong>do</strong> a primeira <strong>de</strong>cisão consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong><br />

intempestivos os embargos, consequentemente, <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> se operar a interrupção <strong>do</strong><br />

prazo recursal, <strong>de</strong> que trata o art. 538 <strong>do</strong> CPC. Recurso não conheci<strong>do</strong>.” (TRT – 10 a R. – 2 a<br />

T. – Ap. n. 1.854/1990.007.10.00-9 – rel. Mário M. F. Caron – DJDF 11.7.03 – p. 10) (RDT<br />

n. 8 – agosto 2003)<br />

(5) MARQUES, José Fre<strong>de</strong>rico. Instituições <strong>de</strong> direito processual civil. v. II. Campinas: Millennium, 2000. p. 346.<br />

(6) Ibi<strong>de</strong>m, p. 347.<br />

450 Mauro Schiavi

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!