11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

“VALOR DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS — PARÂMETROS. Não existe no<br />

nosso or<strong>de</strong>namento jurídico dispositivo legal fixan<strong>do</strong> parâmetros ou mesmo valores para<br />

a in<strong>de</strong>nização por dano moral. Com o advento da Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988 não mais<br />

subsiste qualquer regra <strong>de</strong> tarifação da in<strong>de</strong>nização por dano moral. Este é o entendimento<br />

<strong>do</strong> C. STJ manifesta<strong>do</strong> na Súmula n. 281: ‘A in<strong>de</strong>nização por dano moral não está sujeita<br />

à tarifação prevista na Lei <strong>de</strong> Imprensa’. A jurisprudência já sedimentou o entendimento<br />

<strong>de</strong> que a fixação <strong>do</strong> valor <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização por dano moral <strong>de</strong>ve ser feita por arbitramento<br />

(interpretação analógica <strong>do</strong> art. 953 <strong>do</strong> Código Civil), sen<strong>do</strong> que o órgão julga<strong>do</strong>r <strong>de</strong>verá<br />

valorar aspectos como a gravida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ilícito civil pratica<strong>do</strong>, a repercussão <strong>do</strong> fato, a extensão <strong>do</strong><br />

dano (art. 944 <strong>do</strong> Código Civil), a capacida<strong>de</strong> econômica das partes envolvidas e a duração<br />

<strong>do</strong> contrato <strong>de</strong> trabalho. Além <strong>de</strong>sses parâmetros, a <strong>do</strong>utrina e jurisprudência também<br />

apontam uma dupla finalida<strong>de</strong> para o quantum in<strong>de</strong>nizatório: o valor <strong>de</strong>ve proporcionar à<br />

vítima alguma compensação e ao mesmo tempo inibir o transgressor da prática <strong>de</strong> novos<br />

atos ilícitos. Acrescente-se, ainda, que na fixação <strong>de</strong>sse valor in<strong>de</strong>nizatório o órgão julga<strong>do</strong>r<br />

<strong>de</strong>ve pautar-se pelo princípio da razoabilida<strong>de</strong>, a fim <strong>de</strong> encontrar um valor que não seja<br />

ínfimo, nem excessivo para que não se converta em meio <strong>de</strong> enriquecimento sem causa.”<br />

(TRT/SP – 02254005320095020384 – RO – Ac. 12 a T. – 20120219888 – rel. Paulo Kim<br />

Barbosa – DOE 16.3.2012)<br />

A in<strong>de</strong>nização pelo dano <strong>de</strong>corrente <strong>do</strong> assédio processual po<strong>de</strong>rá ser apurada,<br />

liquidada e executada nos próprios autos <strong>do</strong> processo em que ele eclodiu, inclusive<br />

o Juiz <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, ex officio, po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>terminar a in<strong>de</strong>nização.<br />

Nesse mesmo senti<strong>do</strong>, sustenta Mauro Vasni Paroski (96) :<br />

“A imposição da obrigação <strong>de</strong> reparar os danos ao litigante que comete<br />

assédio processual não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> requerimento <strong>do</strong> lesa<strong>do</strong>, porque antes<br />

<strong>de</strong> visar compensar os transtornos causa<strong>do</strong>s a este, tem por escopo<br />

preservar e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o exercício da jurisdição e a autorida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>ve<br />

ser creditada às <strong>de</strong>cisões jurisdicionais.”<br />

(96) In: Revista LTr 72-01/43.<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 419

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!