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Manual de Direito Processual do Trabalho

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<strong>do</strong> referi<strong>do</strong> <strong>de</strong>pósito na hipótese <strong>de</strong> insuficiência econômica <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>r pessoa física,<br />

conforme consta <strong>do</strong>s autos <strong>do</strong> PROC. TST-RR-932/2004-043-12-40.1, assentan<strong>do</strong> que a<br />

dispensa <strong>do</strong> <strong>de</strong>pósito recursal se justifica, na hipótese <strong>de</strong> insuficiência econômica, como<br />

sen<strong>do</strong> condição <strong>de</strong> revisão <strong>de</strong> eventual sentença injusta ou ilegal, representan<strong>do</strong> apenas a<br />

não exigência temporária <strong>do</strong> pagamento <strong>do</strong>s débitos trabalhistas que forem judicialmente<br />

reconheci<strong>do</strong>s, até que transite em julga<strong>do</strong> a <strong>de</strong>cisão, em situação análoga à da multa <strong>do</strong><br />

art. 557, § 2 o , <strong>do</strong> CPC. 5. Assim, ten<strong>do</strong> o Reclama<strong>do</strong>, pessoa física, postula<strong>do</strong> o direito<br />

à gratuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> justiça e apresenta<strong>do</strong> <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> que não po<strong>de</strong> arcar com as <strong>de</strong>spesas<br />

<strong>do</strong> processo sem prejuízo <strong>do</strong> sustento próprio, com fundamento na Lei n. 1.060/50,<br />

verifica-se a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ferimento <strong>do</strong> pleito. II) DECISÃO INTERLOCUTÓRIA<br />

— IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA — RAZÕES RECURSAIS QUE NÃO ATACAM OS<br />

FUNDAMENTOS DO DESPACHO DENEGATÓRIO DO SEGUIMENTO DO RECURSO<br />

DE REVISTA — DESFUNDAMENTAÇÃO — ÓBICE DA SÚMULA N. 422 DO TST. Não<br />

ten<strong>do</strong> o agravo <strong>de</strong> instrumento investi<strong>do</strong> contra o fundamento <strong>do</strong> <strong>de</strong>spacho <strong>de</strong>negatório <strong>do</strong><br />

seguimento <strong>do</strong> recurso <strong>de</strong> revista (no caso, a Súmula n. 214 <strong>do</strong> TST, em face da <strong>de</strong>cisão<br />

recorrida ser interlocutória), falta-lhe a necessária motivação, tropeçan<strong>do</strong> no óbice da<br />

Súmula n. 422 <strong>do</strong> TST, porque <strong>de</strong>sfundamenta<strong>do</strong>. Agravo <strong>de</strong> instrumento <strong>de</strong>sprovi<strong>do</strong>.”<br />

(AIRR – 435/2006-071-03-40.3 – Data <strong>de</strong> Julgamento: 24.6.2008 – relator Ministro: Ives<br />

Gandra Martins Filho – 7 a T. – DJ 15.8.2008)<br />

O Código <strong>de</strong> Processo Civil, <strong>de</strong> aplicação supletiva ao Processo <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong><br />

(arts. 15 <strong>do</strong> CPC e 769, da CLT), no art. 98, possibilita o <strong>de</strong>ferimento da Justiça à pessoa<br />

jurídica, conforme posição que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos acima. Dispõe o referi<strong>do</strong> dispositivo legal:<br />

“A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência <strong>de</strong> recursos para<br />

pagar as custas, as <strong>de</strong>spesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuida<strong>de</strong><br />

da justiça, na forma da lei.”<br />

17. Dos <strong>de</strong>veres das partes e procura<strong>do</strong>res<br />

Na linguagem popular, diz-se que o processo não é instrumento para se levar<br />

vantagem, por isso, to<strong>do</strong>s os sujeitos que nele atuam, principalmente os atores<br />

principais (juiz, advoga<strong>do</strong>s, autores e réus), <strong>de</strong>vem pautar-se acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> pela<br />

ética e honestida<strong>de</strong>. Assim, os capítulos <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Processo Civil que tratam <strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>veres das partes e <strong>do</strong>s procura<strong>do</strong>res, bem como da litigância <strong>de</strong> má-fé, ganham<br />

<strong>de</strong>staque na Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, como inibi<strong>do</strong>res e sanciona<strong>do</strong>res <strong>de</strong> condutas que<br />

violem os princípios da lealda<strong>de</strong> e boa-fé processual.<br />

Como <strong>de</strong>staca Calamandrei, o processo se aproximará da perfeição quan<strong>do</strong><br />

tornar possível, entre juízes e advoga<strong>do</strong>s, aquela troca <strong>de</strong> perguntas e respostas que<br />

se <strong>de</strong>senrola normalmente entre pessoas que se respeitam, quan<strong>do</strong>, sentadas em volta<br />

<strong>de</strong> uma mesa, buscam, em benefício comum, esclarecer reciprocamente as i<strong>de</strong>ias.<br />

Lealda<strong>de</strong> é conduta honesta, ética, segun<strong>do</strong> os padrões <strong>de</strong> conduta aceitos pela<br />

socieda<strong>de</strong>, é agir com serieda<strong>de</strong> e boa-fé.<br />

Leonel Maschietto (73) , em excelente obra sobre o tema, nos <strong>de</strong>fine o conceito<br />

<strong>de</strong> boa-fé:<br />

(73) MASCHIETTO, Leonel. A litigância <strong>de</strong> má-fé na Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>: princípios, evolução histórica, preceitos<br />

legais e análise da responsabilização <strong>do</strong> advoga<strong>do</strong>. São Paulo: LTr, 2007. p. 19-20.<br />

398 Mauro Schiavi

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