11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

o princípio da restitutio in integrum. Desta feita, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> o pagamento <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização pelos<br />

honorários <strong>de</strong>spendi<strong>do</strong>s.” (TRT/SP – 02018008420085020045 (02018200804502001) –<br />

RO – Ac. 4 a T. – 20110377480 – rel. Sergio Winnik – DOE 1 o .4.2011)<br />

“In<strong>de</strong>nização <strong>de</strong> honorários <strong>de</strong> advoga<strong>do</strong>. A restituição integral <strong>do</strong> bem da vida solapa<strong>do</strong><br />

por <strong>de</strong>srespeito à legislação <strong>do</strong> trabalho segue como uma quimera para os trabalha<strong>do</strong>res, em<br />

razão da jurisprudência que se conserva nas Súmulas ns. 219 e 329 <strong>do</strong> Tribunal Superior<br />

<strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>. A dinâmica social está a exigir mudança nesta perspectiva, inclusive para<br />

ampliação da proteção da parte hipossuficiente e da efetivida<strong>de</strong> da legislação trabalhista.<br />

A alternativa <strong>do</strong> art. 404 <strong>do</strong> código civil não cuida <strong>de</strong> honorário por mera sucumbência,<br />

mas <strong>de</strong>volve aquilo a que a parte tinha direito e não foi espontaneamente respeita<strong>do</strong> pelo<br />

agressor.” (TRT/SP – 00325000320085020053 – RO – Ac. 14 a T. – 20120498183 – rel.<br />

Marcos Neves Fava – DOE 15.5.2012)<br />

“POSIÇÃO MAJORITÁRIA DA TURMA. INDENIZAÇÃO DOS HONORÁRIOS ADVO-<br />

CATÍCIOS CONTRATUAIS. PRINCÍPIO DO RESTITUTIO IN INTEGRUM. Honorários<br />

contratuais não se confun<strong>de</strong>m com honorários sucumbenciais. O primeiro <strong>de</strong>corre <strong>de</strong><br />

ajuste contratual entre advoga<strong>do</strong> e cliente e, o segun<strong>do</strong> <strong>de</strong>corre da sucumbência da parte.<br />

Os honorários sucumbenciais só são <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>s na Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, quan<strong>do</strong> se tratan<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> relação processual entre emprega<strong>do</strong> e emprega<strong>do</strong>r, quan<strong>do</strong> houver assistência sindical<br />

consoante disposto na Lei n. 5.584/70. O mesmo não se po<strong>de</strong> dizer <strong>do</strong>s honorários contratuais,<br />

porquanto, com o advento da Emenda Constitucional n. 45/2004, que em muito<br />

ampliou a competência da Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, trazen<strong>do</strong> para a seara <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong><br />

to<strong>do</strong>s os trabalha<strong>do</strong>res, emprega<strong>do</strong>s ou não e, portanto, li<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mera relação <strong>de</strong> trabalho,<br />

novos paradigmas foram estabeleci<strong>do</strong>s. Ante o amplo plexo das matérias contempladas pela<br />

hodierna competência <strong>de</strong>sta Especializada, houve substancial aumento da complexida<strong>de</strong><br />

das li<strong>de</strong>s que aqui tramitam, <strong>de</strong> sorte que, a <strong>de</strong>speito da manutenção <strong>do</strong> ius postulandi <strong>do</strong><br />

emprega<strong>do</strong> e emprega<strong>do</strong>r nesta seara (art. 791, da CLT), há quase que uma premente necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> contratação <strong>de</strong> advoga<strong>do</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, prevalece em nosso sistema jurídico o<br />

princípio pelo qual aquele que causa prejuízo tem o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nizar <strong>de</strong> forma integral.<br />

Destarte, a in<strong>de</strong>nização por dano material obe<strong>de</strong>ce ao princípio <strong>do</strong> restitutio in integrum.<br />

O emprega<strong>do</strong>r que não cumpre as obrigações contratuais e obriga o trabalha<strong>do</strong>r a ajuizar<br />

ação para obter o reconhecimento <strong>de</strong> seus direitos pratica ato ilícito e <strong>de</strong>ve in<strong>de</strong>nizar o<br />

prejudica<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma integral inclusive no que se refere às <strong>de</strong>spesas que o obrigou a fazer<br />

na busca <strong>do</strong> reconhecimento <strong>do</strong> seu direito. Entre tais <strong>de</strong>spesas se encontra a contratação<br />

<strong>de</strong> advoga<strong>do</strong>, sem o qual dificilmente o direito seria <strong>de</strong> fato reconheci<strong>do</strong>. Daí porque cabível<br />

a in<strong>de</strong>nização correspon<strong>de</strong>nte aos honorários advocatícios contratuais com fundamento<br />

no Código Civil — arts. 389, 395 e 404 — <strong>de</strong> sorte a recompor as <strong>de</strong>spesas experimentadas<br />

pelo lesa<strong>do</strong> em razão da contratação <strong>de</strong> advoga<strong>do</strong> para patrocinar a sua <strong>de</strong>manda em busca<br />

<strong>do</strong> cumprimento força<strong>do</strong> da obrigação. RELAÇÃO DE EMPREGO. NEGATIVA. ÔNUS DA<br />

PROVA. Sen<strong>do</strong> a relação <strong>de</strong> emprego fato constitutivo, a sua prova é ônus <strong>do</strong> autor, a teor<br />

<strong>do</strong> que dispõe o art. 333, inciso I, <strong>do</strong> CPC e art. 818, da CLT, quan<strong>do</strong> negada, pelo Reclama<strong>do</strong>,<br />

qualquer relação <strong>de</strong> trabalho. Desse mo<strong>do</strong>, uma vez negada a existência <strong>de</strong> vínculo<br />

empregatício e sequer admitida a prestação <strong>de</strong> serviços, incumbe ao autor <strong>de</strong>monstrar a<br />

verificação <strong>do</strong>s pressupostos <strong>de</strong> caracterização da relação <strong>de</strong> emprego alegada, quais sejam:<br />

pessoalida<strong>de</strong>, não eventualida<strong>de</strong>, onerosida<strong>de</strong> e subordinação jurídica.” (TRT 5 a Região.<br />

Processo 0000299-44.2011.5.05.0028 RecOrd, ac. n. 148665/2013, rel a Des a Luíza Lomba,<br />

2 a Turma, DJ 10.7.2013)<br />

“HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. JUSTIÇA DO TRABALHO. Segun<strong>do</strong> o art. 389 <strong>do</strong> Código<br />

Civil, os honorários advocatícios são <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>s no caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>scumprimento da obrigação,<br />

seja <strong>de</strong> natureza civil ou trabalhista. O art. 404 <strong>do</strong> menciona<strong>do</strong> diploma legal <strong>de</strong>termina<br />

que as perdas e danos sejam quitadas juntamente com os honorários advocatícios. Por<br />

390 Mauro Schiavi

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!