11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Conforme o referi<strong>do</strong> dispositivo legal, o menor <strong>de</strong> 18 anos será representa<strong>do</strong><br />

na Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>.<br />

A Consolidação das Leis <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> não faz distinção entre assistência e representação.<br />

No entanto, conforme já nos posicionamos, o art. 793 da CLT a<strong>do</strong>ta o gênero<br />

representação, que envolve a representação e a assistência. Desse mo<strong>do</strong>, pensamos<br />

que o menor entre 16 anos e 18 anos será assisti<strong>do</strong> na Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> por seus<br />

representantes legais e, na falta <strong>de</strong>stes, pela Procura<strong>do</strong>ria da Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>,<br />

pelo Ministério Público Estadual ou cura<strong>do</strong>r nomea<strong>do</strong> pelo juízo. O menor <strong>de</strong> 16<br />

anos será representa<strong>do</strong> em juízo pelas referidas pessoas.<br />

Parte da <strong>do</strong>utrina tem <strong>de</strong>fendi<strong>do</strong> a <strong>de</strong>snecessida<strong>de</strong> da intervenção <strong>do</strong> Ministério<br />

Público <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> quan<strong>do</strong> o menor estiver <strong>de</strong>vidamente assisti<strong>do</strong> ou representa<strong>do</strong><br />

pelos seus representantes legais. Outros <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que, mesmo quan<strong>do</strong> o menor tiver<br />

representante legal, o Juiz <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> <strong>de</strong>ve provocar a intervenção <strong>do</strong> Ministério<br />

Público <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> como custos legis nos termos <strong>do</strong> art. 178, II, <strong>do</strong> CPC.<br />

Pensamos que, se o menor estiver <strong>de</strong>vidamente representa<strong>do</strong> ou assisti<strong>do</strong> em juízo,<br />

o Juiz <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> somente <strong>de</strong>verá provocar a intervenção <strong>do</strong> Ministério Público<br />

<strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> quan<strong>do</strong> os interesses <strong>do</strong> menor colidirem com os <strong>de</strong> seu representante.<br />

Se o menor não tiver representante legal, não houver Procura<strong>do</strong>ria da Justiça<br />

<strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, ele será representa<strong>do</strong> pelo Ministério Público Estadual ou por cura<strong>do</strong>r<br />

nomea<strong>do</strong> em juízo.<br />

Em alguns casos, em localida<strong>de</strong>s distantes, se o menor não tiver representante,<br />

a jurisprudência tem admiti<strong>do</strong> que o advoga<strong>do</strong> possa atuar como cura<strong>do</strong>r nomea<strong>do</strong><br />

pelo próprio Juiz <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, representan<strong>do</strong> o menor em to<strong>do</strong>s os atos processuais.<br />

5. Da capacida<strong>de</strong> postulatória da parte na Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> — O<br />

jus postulandi da parte na Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>. Aspectos críticos e<br />

perspectivas<br />

Ius postulandi é uma locução latina que indica o direito <strong>de</strong> falar, em nome das<br />

partes, no processo. No <strong>Direito</strong> Romano, o pretor criou três or<strong>de</strong>ns: a uns era proibi<strong>do</strong><br />

advogar; a outros, só em causa própria: a terceiros, em prol <strong>de</strong> certas pessoa e para si<br />

mesmo (Digesto, 3, 1, 1, 2) (13) .<br />

Sob o aspecto processual, o jus postulandi é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> postular em juízo<br />

conferida à própria parte na Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, nos termos <strong>do</strong> que dispõe o art. 791,<br />

da CLT, in verbis:<br />

“Os emprega<strong>do</strong>s e os emprega<strong>do</strong>res po<strong>de</strong>rão reclamar pessoalmente perante a Justiça <strong>do</strong><br />

<strong>Trabalho</strong> e acompanhar as suas reclamações até o final.”<br />

Sempre foi polêmica a questão <strong>do</strong> jus postulandi da parte na Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>. Há<br />

quem o <strong>de</strong>fenda, argumentan<strong>do</strong> que é uma forma <strong>de</strong> viabilizar o acesso <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r<br />

à Justiça, principalmente aquele que não tem condições <strong>de</strong> contratar um advoga<strong>do</strong>.<br />

(13) In: MARTINS, Sergio Pinto. <strong>Direito</strong> processual <strong>do</strong> trabalho. 33 ed. São Paulo: Atlas, 2012. p. 190.<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 335

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!