11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Po<strong>de</strong>r Judiciário. Desse mo<strong>do</strong>, pensamos que a hipótese se enquadra na <strong>do</strong> § 1 o ,<br />

<strong>do</strong> art. 2 o , da CLT.<br />

O regime <strong>de</strong> contratação <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s após a Lei n. 8.935/94 é o da CLT.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, dispõe o art. 20 da citada Lei:<br />

“Os notários e os oficiais <strong>de</strong> registro po<strong>de</strong>rão, para o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> suas funções, contratar<br />

escreventes, <strong>de</strong>ntre eles escolhen<strong>do</strong> os substitutos, e auxiliares como emprega<strong>do</strong>s, com<br />

remuneração livremente ajustada e sob o regime da legislação <strong>do</strong> trabalho.”<br />

Haven<strong>do</strong> alteração <strong>do</strong> titular da serventia, haverá sucessão para fins trabalhistas, ou<br />

seja, o atual titular da serventia respon<strong>de</strong>rá pelos contratos <strong>de</strong> trabalho <strong>do</strong> antigo titular.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, concordamos com a posição <strong>de</strong> Alice Monteiro <strong>de</strong> Barros, quan<strong>do</strong><br />

sustenta:<br />

“Outros sustentam que emprega<strong>do</strong>r é empresa, vista sob o prisma da<br />

ativida<strong>de</strong> organizada, a qual não se confun<strong>de</strong> com o seu titular. Como<br />

a ativida<strong>de</strong> cartorária é por excelência privada, apesar da ingerência<br />

pública, e consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que a empresa é ativida<strong>de</strong>, o fato <strong>de</strong> o cartório<br />

ter pertenci<strong>do</strong> a vários gestores ou responsáveis não impe<strong>de</strong> a sucessão.<br />

Essa é a nossa posição” (Curso <strong>de</strong> direito <strong>do</strong> trabalho. 4. ed. São Paulo:<br />

LTr, 2008. p. 376).<br />

No aspecto, cumpre <strong>de</strong>stacar a seguinte ementa:<br />

“CARTÓRIO COMO EMPREGADOR TRABALHISTA. LEGITIMIDADE DE PARTE DO<br />

NOTÁRIO. A ativida<strong>de</strong> cartorária é por excelência privada, apesar da ingerência pública<br />

pela relevância <strong>do</strong> serviço presta<strong>do</strong> (art. 236, caput, CF). O autor laborou <strong>de</strong> 1993 a 2001<br />

em prol <strong>de</strong>ssa ativida<strong>de</strong> notarial, sen<strong>do</strong> que a ativida<strong>de</strong> teve vários gestores ou responsáveis.<br />

Dentro da sistemática legal brasileira, emprega<strong>do</strong>r po<strong>de</strong>rá ser pessoa física ou jurídica,<br />

bem como outras entida<strong>de</strong>s que, mesmo não ten<strong>do</strong> personalida<strong>de</strong>, utilizam o trabalho<br />

subordina<strong>do</strong>. O fato <strong>de</strong> o cartório não ter personalida<strong>de</strong> jurídica não implica, necessariamente,<br />

no argumento <strong>de</strong> que não possa ser rotula<strong>do</strong> como emprega<strong>do</strong>r. A lei brasileira não<br />

exige a formalização da ativida<strong>de</strong> organizada, como pessoa jurídica, para fins da imputação<br />

da norma jurídico-trabalhista. O emprega<strong>do</strong>r é a empresa, vista pelo prisma da ativida<strong>de</strong><br />

organizada, logo, não se confun<strong>de</strong> com o seu titular. Como já houve a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> que a<br />

ativida<strong>de</strong>, como empresa, é o efetivo emprega<strong>do</strong>r, como instituição que tenha emprega<strong>do</strong>r,<br />

enten<strong>do</strong> que é possível a caracterização da sucessão nas ativida<strong>de</strong>s notariais ou <strong>de</strong> registro.<br />

Portanto, rejeito a tese <strong>de</strong> ilegitimida<strong>de</strong> <strong>de</strong> parte como o chamamento ao processo <strong>do</strong>s outros<br />

ex-responsáveis pelo cartório.” (TRT/SP. Ac. 20040482965 – 7 a T. – rel. Juiz Francisco<br />

Ferreira Jorge Neto – DOESP 1 o .10.04)<br />

Desse mo<strong>do</strong>, como o emprega<strong>do</strong> <strong>do</strong> cartório extrajudicial tem seu vínculo<br />

regi<strong>do</strong> pela CLT, resta incontestável a competência material da Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong><br />

para dirimir as controvérsias entre trabalha<strong>do</strong>r e cartório extrajudicial.<br />

3.3. Competência da Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> para as relações <strong>de</strong><br />

trabalho que configuram relação <strong>de</strong> consumo<br />

Diz o art. 2 o da Lei n. 8.078/90:<br />

“Consumi<strong>do</strong>r é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço<br />

como <strong>de</strong>stinatário final.”<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 237

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!