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Manual de Direito Processual do Trabalho

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3.2.3. Trabalha<strong>do</strong>r avulso<br />

Conforme Mauricio Godinho Delga<strong>do</strong>: “O obreiro avulso correspon<strong>de</strong> à modalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>r eventual, que oferta sua força <strong>de</strong> trabalho, por curtos perío<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> tempo, a distintos toma<strong>do</strong>res, sem se fixar especificamente a qualquer <strong>de</strong>les” (47) .<br />

Historicamente, o trabalho avulso surgiu nos portos, sen<strong>do</strong> os trabalha<strong>do</strong>res<br />

arregimenta<strong>do</strong>s pelo sindicato para prestar serviços para os diversos opera<strong>do</strong>res<br />

portuários.<br />

A Constituição Fe<strong>de</strong>ral igualou os direitos <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r avulso aos <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r<br />

regi<strong>do</strong> pela legislação trabalhista. Nesse senti<strong>do</strong>, é o art. 7 o , XXXIV, da CF,<br />

quan<strong>do</strong> assevera “igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> direitos entre o trabalha<strong>do</strong>r com vínculo empregatício<br />

permanente e o trabalha<strong>do</strong>r avulso.” Não obstante, apesar <strong>de</strong> fazer jus a to<strong>do</strong>s os<br />

direitos trabalhistas, não tem o registro em carteira <strong>de</strong> trabalho.<br />

Atualmente, o trabalho avulso é regi<strong>do</strong> pela Lei n. 12.815/13, sen<strong>do</strong> o trabalha<strong>do</strong>r<br />

avulso arregimenta<strong>do</strong> para prestar serviços aos Opera<strong>do</strong>res Portuários pelo Órgão<br />

Gestor <strong>de</strong> Mão <strong>de</strong> Obra (OGMO).<br />

Nos termos <strong>do</strong> art. 32 da Lei n. 12.815/13: “Os opera<strong>do</strong>res portuários <strong>de</strong>vem<br />

constituir, em cada porto organiza<strong>do</strong>, um órgão <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra <strong>do</strong> trabalho<br />

portuário, ten<strong>do</strong> como finalida<strong>de</strong>: I – administrar o fornecimento da mão <strong>de</strong> obra<br />

<strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r portuário e <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r portuário avulso; II – manter, com exclusivida<strong>de</strong>,<br />

o cadastro <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r portuário e o registro <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r portuário<br />

avulso; III – promover o treinamento e a habilitação profissional <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r<br />

portuário, inscreven<strong>do</strong>-o no cadastro; IV – selecionar e registrar o trabalha<strong>do</strong>r portuário<br />

avulso; V – estabelecer o número <strong>de</strong> vagas, a forma e a periodicida<strong>de</strong> para<br />

acesso ao registro <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r portuário avulso; VI – expedir os <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r portuário; VII – arrecadar e repassar, aos respectivos<br />

beneficiários, os valores <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>s pelos opera<strong>do</strong>res portuários, relativos à remuneração<br />

<strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r portuário avulso e aos correspon<strong>de</strong>ntes encargos fiscais, sociais e<br />

previ<strong>de</strong>nciários.”<br />

Nos termos da Lei n. 12.815/13, o órgão gestor <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra organizará e<br />

manterá cadastro <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res portuários habilita<strong>do</strong>s ao <strong>de</strong>sempenho das ativida<strong>de</strong>s,<br />

bem como o registro <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res portuários avulsos, para o exercício<br />

das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> capatazia, estiva, conferência <strong>de</strong> carga, conserto <strong>de</strong> carga, bloco<br />

e vigilância <strong>de</strong> embarcações.<br />

O toma<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s serviços (Opera<strong>do</strong>r Portuário) bem como o Órgão Gestor <strong>de</strong><br />

Mão <strong>de</strong> Obra respon<strong>de</strong>rão solidariamente pelos direitos trabalhistas <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r<br />

avulso, pois ambos são <strong>de</strong>stinatários e beneficiários da mão <strong>de</strong> obra <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r<br />

avulso, restan<strong>do</strong> aplicável analogicamente os arts. 455 da CLT e 942 <strong>do</strong> CC.<br />

(47) DELGADO, Mauricio Godinho. Curso <strong>de</strong> direito <strong>do</strong> trabalho. 7. ed. São Paulo: LTr, 2008. p. 341.<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 235

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