11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

quem trabalhar, a forma da prestação <strong>de</strong> serviços e a maneira <strong>de</strong> realização. Na<br />

linguagem popular, é o “patrão <strong>de</strong> si mesmo.”<br />

O trabalha<strong>do</strong>r autônomo é senhor <strong>de</strong> sua ativida<strong>de</strong> e, como regra geral, corre<br />

os riscos da ativida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>sempenha. São indícios <strong>de</strong> ser o trabalho autônomo:<br />

fixação <strong>do</strong> preço pelo trabalha<strong>do</strong>r <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> serviço, não cumprimento <strong>de</strong> jornada,<br />

serviço especializa<strong>do</strong> e <strong>de</strong> curta duração, correr o trabalha<strong>do</strong>r o risco <strong>do</strong> negócio e não<br />

estar inseri<strong>do</strong> na dinâmica empresarial. De outro la<strong>do</strong>, o emprega<strong>do</strong> nunca corre os<br />

riscos da ativida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>sempenha e está sujeito ao po<strong>de</strong>r diretivo <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>r.<br />

O trabalha<strong>do</strong>r autônomo não está sob tutela <strong>do</strong> <strong>Direito</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>. Seus serviços,<br />

como regra, são regi<strong>do</strong>s pelo Código Civil (Contrato <strong>de</strong> Locação <strong>de</strong> Serviços) ou pelo<br />

Código <strong>de</strong> Defesa <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r.<br />

Sobre a diferenciação entre trabalha<strong>do</strong>r autônomo e subordina<strong>do</strong>, ensina com<br />

proprieda<strong>de</strong> Mauricio Godinho Delga<strong>do</strong> (44) :<br />

“A diferenciação central entre as figuras situa-se, porém, repita-se, na<br />

subordinação. Fundamentalmente, trabalho autônomo é aquele que se<br />

realiza sem subordinação <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r ao toma<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s serviços. Autonomia<br />

é conceito antitético ao <strong>de</strong> subordinação. Enquanto esta traduz<br />

a circunstância juridicamente assentada <strong>de</strong> que o trabalha<strong>do</strong>r acolhe a<br />

direção empresarial no tocante ao mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> concretização cotidiana <strong>de</strong><br />

seus serviços, a autonomia traduz a noção <strong>de</strong> que o próprio presta<strong>do</strong>r é<br />

que estabelece e concretiza, cotidianamente, a forma <strong>de</strong> realização <strong>do</strong>s<br />

serviços que pactuou prestar. Na subordinação, a direção central <strong>do</strong> mo<strong>do</strong><br />

cotidiano <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços transfere-se ao toma<strong>do</strong>r; na autonomia,<br />

a direção central <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> cotidiano <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços preserva-se<br />

com o presta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> trabalho” (45) .<br />

3.2.2. Trabalha<strong>do</strong>r eventual<br />

Como já assinalamos, o requisito da não eventualida<strong>de</strong> é necessário para o<br />

reconhecimento da relação <strong>de</strong> emprego. O trabalha<strong>do</strong>r eventual presta serviços <strong>de</strong><br />

forma pessoal, subordinada e onerosa, mas não se fixa a um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> toma<strong>do</strong>r.<br />

Há várias teorias sobre o trabalha<strong>do</strong>r eventual, conforme elenca Amauri Mascaro<br />

Nascimento (46) , quais sejam: a) <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> na prestação <strong>de</strong> serviços: o trabalha<strong>do</strong>r<br />

eventual presta serviços <strong>de</strong> forma ocasional; b) teoria <strong>do</strong>s fins da empresa:<br />

o trabalha<strong>do</strong>r eventual socorre uma ativida<strong>de</strong> relacionada com os fins normais da<br />

empresa; c) fixação: o trabalha<strong>do</strong>r eventual não se fixa a um toma<strong>do</strong>r; d) teoria <strong>do</strong><br />

evento: o trabalha<strong>do</strong>r eventual socorre uma ativida<strong>de</strong> específica <strong>de</strong> curta duração.<br />

Pensamos que o trabalha<strong>do</strong>r eventual é aquele que não se fixa a um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong><br />

toma<strong>do</strong>r <strong>de</strong> serviços e presta serviços <strong>de</strong> curta duração.<br />

(44) DELGADO, Mauricio Godinho. Curso <strong>de</strong> direito <strong>do</strong> trabalho. 4. ed. São Paulo: LTr, 2005. p. 334.<br />

(45) I<strong>de</strong>m.<br />

(46) NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao direito <strong>do</strong> trabalho. 33. ed. São Paulo: LTr, 2007. p. 168.<br />

234 Mauro Schiavi

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!