11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Outrossim, este prazo, como já sedimenta<strong>do</strong> em <strong>do</strong>utrina, tem natureza <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>ncial,<br />

não sen<strong>do</strong> objeto <strong>de</strong> suspensão ou prorrogação.<br />

Nesse diapasão, <strong>de</strong>stacam-se as seguintes ementas:<br />

“Manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> segurança — Decadência. Impetração <strong>do</strong> manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> segurança após transcorri<strong>do</strong><br />

o prazo <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>ncial previsto no art. 18 da Lei n. 1.533/51. Decadência — Remessa<br />

necessária a que se nega provimento.” (TST – SBDI-2 – RXOFMS n. 436/2003.909.09.00-1<br />

– rel. Gelson <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong> – DJ 6.5.05 – p. 729) (RDT n. 06 – Junho <strong>de</strong> 2005)<br />

“Recurso ordinário — Manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> segurança — Decadência — Início da contagem <strong>do</strong><br />

prazo — Primeiro ato que firmou a tese recorrida. Manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> segurança impetra<strong>do</strong> contra<br />

ato <strong>do</strong> juiz, mediante o qual se in<strong>de</strong>feriu pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> reconsi<strong>de</strong>ração da <strong>de</strong>cisão proferida<br />

em liquidação <strong>de</strong> sentença <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong> que a atualização monetária <strong>do</strong> débito observasse<br />

o mês trabalha<strong>do</strong> pelos reclamantes e que os <strong>de</strong>scontos fiscais e previ<strong>de</strong>nciários se<br />

fizessem mês a mês. Ocorre que, nos termos da pacífica jurisprudência <strong>de</strong>sta Corte, ainda<br />

que posteriormente ao ato que firmou a tese recorrida tenham si<strong>do</strong> proferidas outras <strong>de</strong>cisões,<br />

a contagem <strong>do</strong> prazo <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>ncial, para impetração <strong>do</strong> manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> segurança, tem<br />

como marco inicial o primeiro ato dito coator (OJ n. 127/SBDI-2). Impetra<strong>do</strong> o remédio<br />

heroico, após ultrapassa<strong>do</strong>s 120 dias da ciência pela interessada <strong>do</strong> ato impugna<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ve<br />

ser mantida a <strong>de</strong>cadência <strong>de</strong>clarada no acórdão recorri<strong>do</strong>. Recurso ordinário não provi<strong>do</strong>.”<br />

(TST – SBDI-2 – ROMS n. 10.207/2002.000.02.00-1 – rel. Min. José Simpliciano F. <strong>de</strong> F.<br />

Fernan<strong>de</strong>s – DJ 17.6.05 – p. 782) (RDT n. 07 – Julho <strong>de</strong> 2005)<br />

13.9. Do Manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> Segurança Coletivo<br />

Dispõe o art. 5 o , LXX, da Constituição Fe<strong>de</strong>ral: “o manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> segurança coletivo<br />

po<strong>de</strong> ser impetra<strong>do</strong> por: a) parti<strong>do</strong> político com representação no Congresso Nacional;<br />

b) organização sindical, entida<strong>de</strong> <strong>de</strong> classe ou associação legalmente constituída e em<br />

funcionamento há pelo menos um ano, em <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong>s interesses <strong>de</strong> seus membros ou<br />

associa<strong>do</strong>s.”<br />

A Constituição <strong>de</strong> 1988 disciplinou o manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> segurança coletivo como<br />

um direito fundamental <strong>do</strong> cidadão, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> a mo<strong>de</strong>rna tendência <strong>do</strong> acesso<br />

coletivo à justiça quan<strong>do</strong> há violação <strong>de</strong> direito líqui<strong>do</strong> e certo <strong>de</strong> uma coletivida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> pessoas. O texto constitucional tem aplicação imediata, entretanto, somente<br />

em 2009, a legislação ordinária veio disciplinar o manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> segurança coletivo.<br />

Dispõe o art. 21 da Lei n. 12.016/09: “O manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> segurança coletivo po<strong>de</strong><br />

ser impetra<strong>do</strong> por parti<strong>do</strong> político com representação no Congresso Nacional, na<br />

<strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalida<strong>de</strong> partidária,<br />

ou por organização sindical, entida<strong>de</strong> <strong>de</strong> classe ou associação legalmente<br />

constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> direitos<br />

líqui<strong>do</strong>s e certos da totalida<strong>de</strong>, ou <strong>de</strong> parte, <strong>do</strong>s seus membros ou associa<strong>do</strong>s, na<br />

forma <strong>do</strong>s seus estatutos e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que pertinentes às suas finalida<strong>de</strong>s, dispensada, para<br />

tanto, autorização especial. Parágrafo único. Os direitos protegi<strong>do</strong>s pelo manda<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

segurança coletivo po<strong>de</strong>m ser: I – coletivos, assim entendi<strong>do</strong>s, para efeito <strong>de</strong>sta Lei,<br />

os transindividuais, <strong>de</strong> natureza indivisível, <strong>de</strong> que seja titular grupo ou categoria<br />

<strong>de</strong> pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 1505

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!