11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Nos termos <strong>do</strong> art. 21 da Lei n. 12.016/09, aplicam-se ao manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> segurança<br />

os arts. 46 a 49 da Lei n. 5.869, <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1973 – Código <strong>de</strong> Processo Civil.<br />

Desse mo<strong>do</strong>, ao manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> segurança, aplica-se o regime <strong>de</strong> o litisconsórcio<br />

previsto no Código <strong>de</strong> Processo Civil.<br />

Conforme já sedimenta<strong>do</strong> na jurisprudência, há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o litisconsorte<br />

passivo necessário figurar no processo sob consequência <strong>de</strong> nulida<strong>de</strong>. Será litisconsorte<br />

necessário a pessoa física ou jurídica que foi beneficiada pelo ato pratica<strong>do</strong><br />

pela autorida<strong>de</strong> questionada no manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> segurança.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, dispõe a Súmula n. 631 <strong>do</strong> STF, in verbis:<br />

“Extingue-se o processo <strong>de</strong> manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> segurança se o impetrante não promove, no prazo<br />

assina<strong>do</strong>, a citação <strong>do</strong> litisconsorte passivo necessário.”<br />

Nos termos <strong>do</strong> art. 114 <strong>do</strong> CPC:<br />

“O litisconsórcio será necessário por disposição <strong>de</strong> lei ou quan<strong>do</strong>, pela natureza da relação<br />

jurídica controvertida, a eficácia da sentença <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da citação <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s que <strong>de</strong>vam ser<br />

litisconsortes.”<br />

Discute-se na <strong>do</strong>utrina como resolver o impasse se a lei exigir que mais <strong>de</strong> um<br />

litigante figure no polo ativo da relação jurídico-processual como condição <strong>de</strong><br />

valida<strong>de</strong> <strong>do</strong> processo, uma vez que ninguém po<strong>de</strong> ser obriga<strong>do</strong> a litigar contra sua<br />

vonta<strong>de</strong>. Nesta hipótese, têm entendi<strong>do</strong> a <strong>do</strong>utrina e a jurisprudência que basta que<br />

o litisconsorte necessário que <strong>de</strong>ve figurar no polo ativo seja cita<strong>do</strong> para participar<br />

<strong>do</strong> processo, para que o requisito da lei esteja supri<strong>do</strong>. Essa foi a solução a<strong>do</strong>tada<br />

pelo CPC/2015, no art. 115.<br />

Nos termos <strong>do</strong> art. 25 da Lei n. 12.016/09, não cabem, no processo <strong>de</strong> manda<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> segurança, a interposição <strong>de</strong> embargos infringentes e a con<strong>de</strong>nação ao pagamento<br />

<strong>do</strong>s honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação <strong>de</strong> sanções no caso <strong>de</strong> litigância<br />

<strong>de</strong> má-fé.<br />

O referi<strong>do</strong> dispositivo <strong>de</strong>ixa claro o entendimento sedimenta<strong>do</strong> no Supremo<br />

Tribunal Fe<strong>de</strong>ral (166) no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> não serem cabíveis honorários advocatícios na<br />

ação <strong>de</strong> manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> segurança.<br />

No nosso sentir, não agiu com acerto o legisla<strong>do</strong>r no aspecto, pois o manda<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> segurança é ação judicial que exige a presença <strong>do</strong> advoga<strong>do</strong>. Por isso, não há<br />

motivos para não serem cabíveis os honorários advocatícios. A inexistência da verba<br />

honorária <strong>de</strong>sprestigia a atuação <strong>do</strong> advoga<strong>do</strong>, que é essencial à Administração da<br />

Justiça (art. 133 da CF).<br />

13.6. Da liminar e da recorribilida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>cisão que a aprecia<br />

Dispõe art. 7 o da Lei n. 12.016/2009:<br />

“Ao <strong>de</strong>spachar a inicial, o juiz or<strong>de</strong>nará: I – que se notifique o coator <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> da petição<br />

inicial, envian<strong>do</strong>-lhe a segunda via apresentada com as cópias <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos, a fim <strong>de</strong><br />

(166) Súmula n. 512 <strong>do</strong> STF: “Não cabe con<strong>de</strong>nação em honorários <strong>de</strong> advoga<strong>do</strong> na ação <strong>de</strong> manda<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

segurança.”<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 1501

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!