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Manual de Direito Processual do Trabalho

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Prévia quanto às parcelas <strong>do</strong> INSS, pois o parágrafo único <strong>do</strong> art. 876 da CLT com a<br />

redação dada pela recente Lei n. 11.457, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2007 (145) , não esten<strong>de</strong>u<br />

a competência da Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> para executar tal parcela.<br />

Desse mo<strong>do</strong>, po<strong>de</strong> o Procura<strong>do</strong>r da Fazenda, muni<strong>do</strong> <strong>do</strong> acor<strong>do</strong> firma<strong>do</strong> perante<br />

a Comissão <strong>de</strong> Conciliação Prévia, ingressar com a Ação Monitória para cobrança<br />

da parcela previ<strong>de</strong>nciária inci<strong>de</strong>nte sobre as verbas <strong>de</strong> ín<strong>do</strong>le salarial.<br />

Quanto à competência territorial, <strong>de</strong>vem ser aplicadas as regras <strong>do</strong> art. 651<br />

da CLT, sen<strong>do</strong> a regra geral <strong>de</strong> competência o local da prestação <strong>do</strong>s serviços (146) .<br />

Acreditamos que, na Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, a ação monitória po<strong>de</strong> ser utilizada tanto<br />

pelos trabalha<strong>do</strong>res como pelos toma<strong>do</strong>res <strong>de</strong> serviços. Não há como se restringir tal<br />

ação para o trabalha<strong>do</strong>r, pois a norma não restringe. Mesmo consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os princípios<br />

da proteção e irrenunciabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> direitos próprios <strong>do</strong> <strong>Direito</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>,<br />

pensamos po<strong>de</strong>r o emprega<strong>do</strong>r se utilizar da ação monitória para pagamento <strong>de</strong> soma<br />

em dinheiro, entrega <strong>de</strong> coisa fungível ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> bem móvel. Entretanto,<br />

<strong>de</strong>ve o Juiz <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> ter cuida<strong>do</strong> mais acentua<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> analisar a serieda<strong>de</strong> e<br />

verossimilhança da prova <strong>do</strong>cumental juntada pelo emprega<strong>do</strong>r.<br />

Nesse mesmo diapasão, <strong>de</strong>stacamos a opinião <strong>de</strong> Estêvão Mallet (147) :<br />

“O procedimento monitório não está a serviço apenas <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>,<br />

para cobrança <strong>de</strong> seus créditos, admitin<strong>do</strong>-se igualmente seja utiliza<strong>do</strong><br />

pelo emprega<strong>do</strong>r. A legislação processual comum não contém qualquer<br />

restrição no particular, não haven<strong>do</strong> incompatibilida<strong>de</strong> alguma entre os<br />

princípios informativos <strong>do</strong> Processo <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> e a <strong>de</strong>manda monitória<br />

proposta pelo emprega<strong>do</strong>r em face <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>. Justifica-se, <strong>de</strong> to<strong>do</strong><br />

mo<strong>do</strong>, a menção expressa <strong>de</strong>ssa possibilida<strong>de</strong>, da<strong>do</strong> encontrarem-se<br />

procedimentos passíveis <strong>de</strong> utilização somente por um <strong>do</strong>s sujeitos da<br />

relação <strong>de</strong> emprego. O inquérito para apuração <strong>de</strong> falta grave, por exemplo,<br />

somente po<strong>de</strong> ser proposto pelo emprega<strong>do</strong>r, como resulta <strong>de</strong> sua<br />

finalida<strong>de</strong> e, bem assim, <strong>do</strong>s próprios termos <strong>do</strong> art. 853, da CLT. Decorre<br />

<strong>do</strong> exposto que, contan<strong>do</strong> o emprega<strong>do</strong>r com prova escrita e presentes os<br />

<strong>de</strong>mais requisitos menciona<strong>do</strong>s no art. 1.102, a <strong>do</strong> CPC, po<strong>de</strong>rá cobrar o<br />

emprega<strong>do</strong> a satisfação da obrigação mediante procedimento monitório,<br />

consistente, por exemplo, na <strong>de</strong>volução <strong>de</strong> vestimentas ou utensílios<br />

cedi<strong>do</strong>s para uso durante a vigência <strong>do</strong> contrato <strong>de</strong> trabalho.”<br />

(145) Diz o parágrafo único <strong>do</strong> art. 876 da CLT: “Serão executadas ex officio as contribuições sociais <strong>de</strong>vidas<br />

em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão proferida pelos Juízes e Tribunais <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, resultantes <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nação ou<br />

homologação <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>, inclusive sobre os salários pagos durante o perío<strong>do</strong> contratual reconheci<strong>do</strong>.”<br />

(146) Nesse senti<strong>do</strong>, é a visão <strong>de</strong> Estêvão Mallet (Procedimento monitório no processo <strong>do</strong> trabalho. São Paulo:<br />

LTr, 2000. p. 48).<br />

(147) Op. cit., p. 55.<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 1487

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