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Manual de Direito Processual do Trabalho

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a concluir que o feito está pronto para ser julga<strong>do</strong>, não haven<strong>do</strong> neste convencimento<br />

<strong>do</strong> Magistra<strong>do</strong> qualquer error in proce<strong>de</strong>n<strong>do</strong>, capaz <strong>de</strong> justificar a sua impugnação através<br />

<strong>de</strong> correição parcial. Tal matéria refoge <strong>do</strong> raio <strong>de</strong> alcance <strong>do</strong> instrumento correicional,<br />

po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>, contu<strong>do</strong>, ser levantada, oportunamente, perante a instância superior, mediante<br />

a interposição <strong>de</strong> recurso próprio. Medida correicional que se julga incabível.” (TRT – 15 a R.<br />

– CP n. 014/98-9 – Prolat a Irene Luz – DJSP 5.3.98 – p. 52)<br />

“Correição parcial — Determinação <strong>de</strong> juntada <strong>de</strong> certidão <strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> reclamante<br />

faleci<strong>do</strong>, constantes na Previdência Social, para fins <strong>de</strong> <strong>de</strong>ferimento <strong>de</strong> habilitação<br />

inci<strong>de</strong>ntal — Observância <strong>do</strong> disposto na Lei n. 6.858/80 e no art. 1.060, inciso I, <strong>do</strong><br />

CPC — Embasamento legal — Medida correicional improce<strong>de</strong>nte. Decisão que não se<br />

afigura atentatória e nem tampouco tumultuária à boa or<strong>de</strong>m processual. Pelo contrário,<br />

corretamente <strong>de</strong>terminada a apresentação da certidão <strong>do</strong>s <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong> reclamante<br />

faleci<strong>do</strong>, habilita<strong>do</strong>s perante a Previdência Social, na forma <strong>do</strong> que dispõe o art. 1 o da Lei<br />

n. 6.858/80. Para que possa ser <strong>de</strong>ferida a habilitação inci<strong>de</strong>ntal, promovida pelo cônjuge<br />

e her<strong>de</strong>iros necessários, é preciso que estes comprovem, através <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos, não só<br />

o óbito <strong>do</strong> faleci<strong>do</strong>, mas também a sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, conforme preceitua o<br />

art. 1.060, inciso I, <strong>do</strong> CPC. O ato impugna<strong>do</strong> possui embasamento legal, razão pela qual<br />

julga-se improce<strong>de</strong>nte a medida correicional.” (TRT – 15 a R. – CP n. 38/98-7 – Prolat a<br />

Irene Luz – DJSP 5.3.98 – p. 52)<br />

“Correição parcial — Arguição <strong>de</strong> inci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> falsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prova testemunhal — Rejeição<br />

em conformida<strong>de</strong> com o art. 390 e seguintes <strong>do</strong> CPC — Embasamento legal da<br />

<strong>de</strong>cisão — Medida correicional improce<strong>de</strong>nte. De acor<strong>do</strong> com o art. 390 e seguintes<br />

<strong>do</strong> CPC o inci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> falsida<strong>de</strong> tem lugar em qualquer tempo e grau <strong>de</strong> jurisdição,<br />

porém, só po<strong>de</strong> ser suscita<strong>do</strong> em relação à prova <strong>do</strong>cumental produzida no processo,<br />

não sen<strong>do</strong> cabível em face <strong>de</strong> prova testemunhal. O ato impugna<strong>do</strong> tem embasamento<br />

legal, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> plenamente observadas as normas procedimentais pertinentes à arguição<br />

<strong>de</strong> falsida<strong>de</strong>, estabelecidas na legislação processual civil, razão pela qual julga-se<br />

improce<strong>de</strong>nte o pedi<strong>do</strong> correicional.” (TRT – 15 a R. — CP n. 39/98-0 — Prolat a Irene<br />

Luz — DJSP 5.3.98 – p. 52)<br />

Das <strong>de</strong>cisões proferidas pelos Juízes Correge<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s Tribunais, nas correições<br />

parciais, será cabível o Agravo Regimental.<br />

11. Habeas Corpus na Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong><br />

11.1. Conceito e natureza jurídica<br />

O instituto <strong>do</strong> habeas corpus tem sua origem remota no <strong>Direito</strong> Romano, pelo<br />

qual to<strong>do</strong> cidadão podia reclamar a exibição <strong>do</strong> homem livre <strong>de</strong>ti<strong>do</strong> ilegalmente<br />

por meio <strong>de</strong> uma ação privilegiada que se chamava interdicutum <strong>de</strong> libero homine<br />

exhiben<strong>do</strong>. Ocorre, porém, que a noção <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> da Antiguida<strong>de</strong> e mesmo da<br />

Ida<strong>de</strong> Média em nada se assemelhava com os i<strong>de</strong>ais mo<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong>, pois,<br />

como salienta<strong>do</strong> por Pontes <strong>de</strong> Miranda, naquela época, os próprios magistra<strong>do</strong>s<br />

obrigavam os homens livres a prestar-lhes serviços (102) .<br />

(102) MORAES, Alexandre <strong>de</strong>. <strong>Direito</strong> constitucional. 15. ed. São Paulo: Atlas, 2004. p. 138.<br />

1470 Mauro Schiavi

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