11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Nesse senti<strong>do</strong>, dispõe o art. 103-A da CF:<br />

“O Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral po<strong>de</strong>rá, <strong>de</strong> ofício ou por provocação, mediante <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> <strong>do</strong>is<br />

terços <strong>do</strong>s seus membros, após reiteradas <strong>de</strong>cisões sobre matéria constitucional, aprovar<br />

súmula que, a partir <strong>de</strong> sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação<br />

aos <strong>de</strong>mais órgãos <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Judiciário e à Administração Pública direta e indireta, nas<br />

esferas fe<strong>de</strong>ral, estadual e municipal, bem como proce<strong>de</strong>r à sua revisão ou cancelamento,<br />

na forma estabelecida em lei. § 1 o – A súmula terá por objetivo a valida<strong>de</strong>, a interpretação<br />

e a eficácia <strong>de</strong> normas <strong>de</strong>terminadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos<br />

judiciários ou entre esses e a Administração Pública que acarrete grave insegurança jurídica<br />

e relevante multiplicação <strong>de</strong> processos sobre questão idêntica. § 2 o – Sem prejuízo <strong>do</strong> que<br />

vier a ser estabeleci<strong>do</strong> em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento <strong>de</strong> súmula po<strong>de</strong>rá<br />

ser provocada por aqueles que po<strong>de</strong>m propor a Ação Direta <strong>de</strong> Inconstitucionalida<strong>de</strong>.<br />

§ 3 o Do ato administrativo ou <strong>de</strong>cisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que<br />

in<strong>de</strong>vidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral que, julgan<strong>do</strong>-a<br />

proce<strong>de</strong>nte, anulará o ato administrativo ou cassará a <strong>de</strong>cisão judicial reclamada, e <strong>de</strong>terminará<br />

que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.”<br />

Em haven<strong>do</strong> Súmula Vinculante <strong>do</strong> Supremo Tribunal em matéria da competência<br />

da Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, os órgãos da Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> (Juízes <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>,<br />

TRTs e TST) terão <strong>de</strong> observá-la. Portanto, as Súmulas Vinculantes em matéria<br />

processual são fontes <strong>do</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>.<br />

f) Equida<strong>de</strong>:<br />

Ensina Nelson Nery Junior (54) :<br />

“Na concepção aristotélica, equida<strong>de</strong> não é o legalmente justo, mas sim<br />

a correção da justiça legal. O equitativo é o justo.”<br />

A equida<strong>de</strong> é fonte subsidiária tanto <strong>do</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> Civil (art. 140, parágrafo<br />

único, <strong>do</strong> CPC) como também <strong>do</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> (art. 8 o da CLT).<br />

A <strong>do</strong>utrina costuma diferenciar o julgamento por equida<strong>de</strong> e o julgamento<br />

com equida<strong>de</strong>.<br />

O julgamento por equida<strong>de</strong> constitui <strong>de</strong>cisão baseada em critérios <strong>de</strong> justiça e<br />

razoabilida<strong>de</strong>, isto é, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> <strong>de</strong> la<strong>do</strong> a lei e aplican<strong>do</strong>-se uma norma criada pelo<br />

julga<strong>do</strong>r no caso concreto. Não obstante, o julgamento por equida<strong>de</strong> somente será<br />

possível quan<strong>do</strong> houver autorização legal.<br />

No Processo <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, o julgamento por equida<strong>de</strong> é possível nos dissídios<br />

coletivos <strong>de</strong> natureza econômica (art. 766 da CLT) e na arbitragem, que po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong> direito ou por equida<strong>de</strong> (Lei n. 9.307/96).<br />

O julgamento com equida<strong>de</strong> não significa <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar a lei, mas interpretá-la<br />

<strong>de</strong> forma justa e razoável, abrandan<strong>do</strong> o seu rigor a fim <strong>de</strong> que se encaixe ao caso<br />

concreto, observan<strong>do</strong>-se a finalida<strong>de</strong> social da norma.<br />

(54) NERY JUNIOR, Nelson. Código <strong>de</strong> Processo Civil comenta<strong>do</strong>. 10. ed. São Paulo: RT, 2007. p. 386.<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 145

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!