11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

tenham interesse jurídico no processo em que se formou a coisa julgada material,<br />

como o sócio da empresa <strong>de</strong>mandada, a empresa <strong>do</strong> mesmo grupo econômico etc.<br />

Nas ações coletivas em que se discutem direitos difusos, coletivos e individuais<br />

homogêneos, a coisa julgada tem efeitos erga omnes e ultra partes, ou seja, tem efeitos<br />

sobre pessoas que não participaram da relação jurídico-processual, nos termos <strong>do</strong>s<br />

arts. 16 da Lei n. 7.347/85 e 103 da Lei n. 8.078/90.<br />

Art. 16 da Lei n. 7.347/85:<br />

“A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial <strong>do</strong><br />

órgão prolator, exceto se o pedi<strong>do</strong> for julga<strong>do</strong> improce<strong>de</strong>nte por insuficiência <strong>de</strong> provas,<br />

hipótese em que qualquer legitima<strong>do</strong> po<strong>de</strong>rá intentar outra ação com idêntico fundamento,<br />

valen<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> nova prova.”<br />

Art. 103 da Lei n. 8.078/90:<br />

“Nas ações coletivas <strong>de</strong> que trata este código, a sentença fará coisa julgada:<br />

I – erga omnes, exceto se o pedi<strong>do</strong> for julga<strong>do</strong> improce<strong>de</strong>nte por insuficiência <strong>de</strong> provas,<br />

hipótese em que qualquer legitima<strong>do</strong> po<strong>de</strong>rá intentar outra ação, com idêntico fundamento,<br />

valen<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> nova prova, na hipótese <strong>do</strong> inciso I <strong>do</strong> parágrafo único <strong>do</strong> art. 81;<br />

II – ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência<br />

por insuficiência <strong>de</strong> provas, nos termos <strong>do</strong> inciso anterior, quan<strong>do</strong> se tratar da hipótese<br />

prevista no inciso II <strong>do</strong> parágrafo único <strong>do</strong> art. 81;<br />

III – erga omnes, apenas no caso <strong>de</strong> procedência <strong>do</strong> pedi<strong>do</strong>, para beneficiar todas as vítimas<br />

e seus sucessores, na hipótese <strong>do</strong> inciso III <strong>do</strong> parágrafo único <strong>do</strong> art. 81. § 1 o Os efeitos da<br />

coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão interesses e direitos individuais<br />

<strong>do</strong>s integrantes da coletivida<strong>de</strong>, <strong>do</strong> grupo, categoria ou classe. § 2 o Na hipótese prevista no<br />

inciso III, em caso <strong>de</strong> improcedência <strong>do</strong> pedi<strong>do</strong>, os interessa<strong>do</strong>s que não tiverem intervin<strong>do</strong><br />

no processo como litisconsortes po<strong>de</strong>rão propor ação <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização a título individual.<br />

§ 3 o Os efeitos da coisa julgada <strong>de</strong> que cuida o art. 16, combina<strong>do</strong> com o art. 13 da<br />

Lei n. 7.347, <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1985, não prejudicarão as ações <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização por danos<br />

pessoalmente sofri<strong>do</strong>s, propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas,<br />

se proce<strong>de</strong>nte o pedi<strong>do</strong>, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que po<strong>de</strong>rão proce<strong>de</strong>r à<br />

liquidação e à execução, nos termos <strong>do</strong>s arts. 96 a 99. § 4 o Aplica-se o disposto no parágrafo<br />

anterior à sentença penal con<strong>de</strong>natória.”<br />

Pensamos não ter segui<strong>do</strong> a melhor diretriz <strong>do</strong> art. 16 da Lei n. 7.347/85, pois<br />

a coisa julgada proferida em ações civis públicas não tem efeito somente no limite da<br />

competência territorial <strong>do</strong> órgão julga<strong>do</strong>r, pois é da essência <strong>do</strong>s interesses difusos<br />

e coletivos gerarem consequências em limite territorial in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>. Portanto,<br />

no nosso sentir, a coisa julgada na Ação Civil Pública produz efeitos em to<strong>do</strong>s os<br />

lugares on<strong>de</strong> houve a eclosão <strong>do</strong>s danos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m difusa ou coletiva. Nesse senti<strong>do</strong>,<br />

são os incisos I e II <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> art. 103 <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Defesa <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r.<br />

Como bem adverte Ronal<strong>do</strong> Lima <strong>do</strong>s Santos (64) em precioso trabalho sobre o tema:<br />

“Essa inoperância da alteração introduzida no art. 16 da LACP <strong>de</strong>corre<br />

igualmente da própria natureza indivisível <strong>do</strong>s interesses tutela<strong>do</strong>s, os<br />

(64) Sindicatos e ações coletivas: acesso à justiça, jurisdição coletiva e tutela <strong>do</strong>s interesses difusos, coletivos<br />

e individuais homogêneos. 2. ed. São Paulo: LTr, 2008. p. 399-400.<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 1443

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!