11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

g) Depois <strong>do</strong> trânsito em julga<strong>do</strong>, o autor obtiver prova nova, cuja<br />

existência ignorava, ou <strong>de</strong> que não pô<strong>de</strong> fazer uso, capaz, por si<br />

só, <strong>de</strong> lhe assegurar pronunciamento favorável<br />

A prova nova (admitin<strong>do</strong>-se qualquer meio legal ou moralmente legítimo <strong>de</strong><br />

prova) a que se refere o presente inciso não é a cronologicamente nova, mas a que<br />

já existia à época da ação, mas a parte <strong>de</strong>le não pô<strong>de</strong> fazer uso ou cuja existência<br />

ignorava.<br />

Outrossim, a prova nova, por si só, <strong>de</strong>ve assegurar à parte o pronunciamento<br />

favorável. Por exemplo, o recibo <strong>de</strong> quitação das verbas rescisórias <strong>de</strong>vidamente<br />

homologa<strong>do</strong> (art. 477, § 1 o , da CLT) que não pô<strong>de</strong> ser junta<strong>do</strong> aos autos, mas<br />

comprova a quitação <strong>de</strong> tais verbas em processo no qual o objeto era o pagamento<br />

<strong>do</strong>s títulos rescisórios.<br />

No aspecto, <strong>de</strong>staca-se a Súmula n. 402 <strong>do</strong> C. TST, in verbis:<br />

“AÇÃO RESCISÓRIA. DOCUMENTO NOVO. DISSÍDIO COLETIVO. SENTENÇA NOR-<br />

MATIVA (conversão da Orientação Jurispru<strong>de</strong>ncial n. 20 da SDI-2). Documento novo é o<br />

cronologicamente velho, já existente ao tempo da <strong>de</strong>cisão rescin<strong>de</strong>nda, mas ignora<strong>do</strong> pelo<br />

interessa<strong>do</strong> ou <strong>de</strong> impossível utilização, à época, no processo. Não é <strong>do</strong>cumento novo apto<br />

a viabilizar a <strong>de</strong>sconstituição <strong>de</strong> julga<strong>do</strong>: a) sentença normativa proferida ou transitada<br />

em julga<strong>do</strong> posteriormente à sentença rescin<strong>de</strong>nda; b) sentença normativa preexistente à<br />

sentença rescin<strong>de</strong>nda, mas não exibida no processo principal, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> negligência<br />

da parte, quan<strong>do</strong> podia e <strong>de</strong>veria louvar-se <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumento já existente e não ignora<strong>do</strong><br />

quan<strong>do</strong> emitida a <strong>de</strong>cisão rescin<strong>de</strong>nda.” (ex-OJ n. 20 — inserida em 20.09.00) (Res. n.<br />

137/2005 – DJ 22.8.2005)<br />

h) Fundada em erro <strong>de</strong> fato verificável no exame <strong>do</strong>s autos<br />

Conforme o § 1 o <strong>do</strong> art. 966 <strong>do</strong> CPC, há erro <strong>de</strong> fato quan<strong>do</strong> a <strong>de</strong>cisão rescin<strong>de</strong>nda<br />

admitir fato inexistente ou quan<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>rar inexistente fato efetivamente<br />

ocorri<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto<br />

controverti<strong>do</strong> sobre o qual o juiz <strong>de</strong>veria ter se pronuncia<strong>do</strong>.<br />

No aspecto, a OJ n. 136 da SD-I <strong>do</strong> C. TST, in verbis:<br />

AÇÃO RESCISÓRIA. ERRO DE FATO. CARACTERIZAÇÃO. A caracterização <strong>do</strong> erro <strong>de</strong><br />

fato como causa <strong>de</strong> rescindibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão judicial transitada em julga<strong>do</strong> supõe a afirmação<br />

categórica e indiscutida <strong>de</strong> um fato, na <strong>de</strong>cisão rescin<strong>de</strong>nda, que não correspon<strong>de</strong> à<br />

realida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s autos. O fato afirma<strong>do</strong> pelo julga<strong>do</strong>r, que po<strong>de</strong> ensejar ação rescisória calcada<br />

no inciso VIII <strong>do</strong> art. 966 <strong>do</strong> CPC <strong>de</strong> 2015 (inciso IX <strong>do</strong> art. 485 <strong>do</strong> CPC <strong>de</strong> 1973), é apenas<br />

aquele que se coloca como premissa fática indiscutida <strong>de</strong> um silogismo argumentativo, não<br />

aquele que se apresenta ao final <strong>de</strong>sse mesmo silogismo, como conclusão <strong>de</strong>corrente das<br />

premissas que especificaram as provas oferecidas, para se concluir pela existência <strong>do</strong> fato.<br />

Esta última hipótese é afastada pelo § 1 o <strong>do</strong> art. 966 <strong>do</strong> CPC <strong>de</strong> 2015 (§ 2 o <strong>do</strong> art. 485 <strong>do</strong><br />

CPC <strong>de</strong> 1973), ao exigir que não tenha havi<strong>do</strong> controvérsia sobre o fato e pronunciamento<br />

judicial esmiuçan<strong>do</strong> as provas.<br />

1418 Mauro Schiavi

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!