11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

tenha consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> a existência <strong>de</strong> distinção entre a questão discutida no processo<br />

e o padrão <strong>de</strong>cisório que lhe <strong>de</strong>u fundamento.<br />

Trata-se <strong>de</strong> inovação, pois a redação original <strong>do</strong> artigo 966 <strong>do</strong> CPC não contemplava<br />

tal hipótese. Doravante, o dispositivo consi<strong>de</strong>ra rescindível a <strong>de</strong>cisão que<br />

aplicou enuncia<strong>do</strong> <strong>de</strong> súmula ou acórdão proferi<strong>do</strong> em casos repetitivos sem fazer<br />

a distinção entre o caso concreto e o padrão <strong>de</strong>cisório que lhe <strong>de</strong>u fundamento.<br />

Nesta hipótese pensamos que a parte interessada na distinção <strong>de</strong>ve articular<br />

o requerimento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fase postulatória, na inicial ou na <strong>de</strong>fesa, bem como em<br />

eventuais razões recursais.<br />

O § 6 o <strong>do</strong> art. 966, <strong>do</strong> CPC exige a observância <strong>de</strong> um requisito específico da<br />

petição inicial na ação rescisória fundada no inciso V <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> dispositivo legal,<br />

qual seja: <strong>de</strong>monstrar, fundamentadamente, tratar-se <strong>de</strong> situação particularizada<br />

por hipótese fática distinta ou <strong>de</strong> questão jurídica não examinada, a impor outra<br />

solução jurídica, sob conseqüência <strong>de</strong> inépcia da petição inicial.<br />

O Tribunal Superior <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> vigência <strong>do</strong> CPC/15, atribuiu<br />

nova redação para a Súmula n. 400 <strong>de</strong> sua jurisprudência, in verbis:<br />

“AÇÃO RESCISÓRIA DE AÇÃO RESCISÓRIA. VIOLAÇÃO MANIFESTA DE NORMA<br />

JURÍDICA. INDICAÇÃO DA MESMA NORMA JURÍDICA APONTADA NA RESCISÓRIA<br />

PRIMITIVA (MESMO DISPOSITIVO DE LEI SOB O CPC DE 1973).<br />

Em se tratan<strong>do</strong> <strong>de</strong> rescisória <strong>de</strong> rescisória, o vício aponta<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve nascer na <strong>de</strong>cisão rescin<strong>de</strong>nda,<br />

não se admitin<strong>do</strong> a rediscussão <strong>do</strong> acerto <strong>do</strong> julgamento da rescisória anterior.<br />

Assim, não proce<strong>de</strong> rescisória calcada no inciso V <strong>do</strong> art. 966 <strong>do</strong> CPC <strong>de</strong> 2015 (art. 485,<br />

V, <strong>do</strong> CPC <strong>de</strong> 1973) para discussão, por má aplicação da mesma norma jurídica, tida por<br />

violada na rescisória anterior, bem como para arguição <strong>de</strong> questões inerentes à ação rescisória<br />

primitiva.” (ex-OJ n. 95 da SBDI-2 – inserida em 27.9.2002 e alterada D 16.4.2004).<br />

Relevante, também, <strong>de</strong>stacar a OJ n. 34, da SDI-II <strong>do</strong> C. TST: in verbis:<br />

“AÇÃO RESCISÓRIA. PLANOS ECONÔMICOS. I – O acolhimento <strong>de</strong> pedi<strong>do</strong> em ação<br />

rescisória <strong>de</strong> plano econômico, fundada no art. 485, inciso V, <strong>do</strong> CPC <strong>de</strong> 1973 pressupõe,<br />

necessariamente, expressa invocação na petição inicial <strong>de</strong> afronta ao art. 5 o , inciso XXXVI,<br />

da Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988. A indicação <strong>de</strong> ofensa literal a preceito <strong>de</strong> lei ordinária<br />

atrai a incidência da Súmula n. 83 <strong>do</strong> TST e Súmula n. 343 <strong>do</strong> STF. II – Se a <strong>de</strong>cisão rescin<strong>de</strong>nda<br />

é posterior à Súmula n. 315 <strong>do</strong> TST (Res. n. 07, DJ 22.9.1993), inaplicável a<br />

Súmula n. 83 <strong>do</strong> TST.”<br />

f) Se fundar em prova, cuja falsida<strong>de</strong> tenha si<strong>do</strong> apurada em<br />

processo criminal ou seja provada na própria ação rescisória<br />

A ação rescisória po<strong>de</strong> ser proposta quan<strong>do</strong> a sentença ou o acórdão se baseou<br />

em prova falsa.<br />

A falsida<strong>de</strong> da prova tem que ter nexo causal com a <strong>de</strong>cisão proferida, ou seja,<br />

a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>ve estar fundamentada na prova falsa.<br />

A falsida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser provada na própria ação rescisória ou ter si<strong>do</strong> apurada<br />

em processo criminal. Neste último caso, exige-se a coisa julgada.<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 1417

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!