11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Nos termos da Súmula n. 635 <strong>do</strong> Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral: “Cabe ao Presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>do</strong> Tribunal <strong>de</strong> origem <strong>de</strong>cidir o pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> medida cautelar em recurso extraordinário<br />

ainda pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> seu juízo <strong>de</strong> admissibilida<strong>de</strong>.” No mesmo senti<strong>do</strong>, é a Súmula n.<br />

634 <strong>de</strong>ste mesmo tribunal: “Não compete ao Supremo Tribunal conce<strong>de</strong>r medida<br />

cautelar para dar efeito suspensivo a recurso extraordinário que ainda não foi objeto<br />

<strong>de</strong> juízo <strong>de</strong> admissibilida<strong>de</strong> na origem.”<br />

Os entendimentos vaza<strong>do</strong>s nas referidas súmulas são aplicáveis à medida<br />

cautelar requerida durante a tramitação <strong>do</strong> recurso <strong>de</strong> competência <strong>do</strong> TST e para<br />

atribuir efeito suspensivo ao recurso <strong>de</strong> revista perante a Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>. Desse<br />

mo<strong>do</strong>, se o juízo <strong>de</strong> admissibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> recurso <strong>de</strong> revista ainda não foi aprecia<strong>do</strong><br />

pelo Tribunal Regional <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, competirá ao presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>ste apreciar a medida<br />

cautelar. Uma vez aprecia<strong>do</strong> o juízo <strong>de</strong> admissibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> recurso <strong>de</strong> revista e<br />

encaminha<strong>do</strong> o processo ao Tribunal Superior <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, competirá ao Ministro<br />

relator <strong>do</strong> recurso ou ao próprio presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> TST apreciar a medida cautelar, caso<br />

o recurso ainda não tenha si<strong>do</strong> distribuí<strong>do</strong> ao relator.<br />

No mesmo diapasão, pronunciam-se Eduar<strong>do</strong> Gabriel Saad, José Eduar<strong>do</strong> Duarte<br />

Saad e Ana Maria Saad Castelo Branco (31) :<br />

“[...] somos <strong>de</strong> pensamento em que, estan<strong>do</strong> em face <strong>de</strong> processamento<br />

perante um Tribunal Regional <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> o recurso interposto em dissídio<br />

individual ou plúrimo, <strong>de</strong>ve a medida cautelar ser requerida a este<br />

Tribunal e não diretamente perante o TST. Sen<strong>do</strong> processa<strong>do</strong> o recurso e<br />

remeti<strong>do</strong> pelo TRT para o TST, enten<strong>de</strong>mos que a partir <strong>de</strong>ste momento<br />

a ação cautelar <strong>de</strong>verá ser requerida a este Tribunal e não àquele primeiro.<br />

Contu<strong>do</strong>, na hipótese <strong>de</strong> dissídio coletivo, <strong>de</strong>ve a ação cautelar ser<br />

apresentada, diretamente, no TST, mesmo estan<strong>do</strong> o recurso ordinário na<br />

fase <strong>de</strong> processamento perante o TRT, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> regramento próprio<br />

acerca da matéria. Nesse senti<strong>do</strong>, leia-se o disposto no art. 14, da Lei n.<br />

10.192/01, verbis: ‘Art. 14. O recurso interposto <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão normativa<br />

da Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> terá efeito suspensivo, na medida e extensão conferidas<br />

em <strong>de</strong>spacho <strong>do</strong> Presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Tribunal Superior <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>’.”<br />

No aspecto, cumpre <strong>de</strong>stacar a seguinte ementa:<br />

“AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO CAUTELAR. DECISÃO MONOCRÁTICA, EXTIN-<br />

GUINDO O PROCESSO, SEM JULGAMENTO DO MÉRITO, EM FACE DA AUSÊNCIA<br />

DO JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE A QUO DO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO<br />

DE SEGURANÇA. A competência funcional <strong>do</strong> TST, para examinar ação cautelar inci<strong>de</strong>ntal<br />

ao processo principal <strong>de</strong> manda<strong>do</strong> <strong>de</strong> segurança, será <strong>de</strong>finida, quan<strong>do</strong> esgotada a<br />

jurisdição da instância a quo, que no caso <strong>do</strong>s autos ocorrerá após o pronunciamento <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> que a competência cautelar, durante a tramitação recursal, é <strong>do</strong> tribunal e não <strong>do</strong> juiz <strong>de</strong> primeiro grau<br />

(salvo, é claro, o caso em que o recurso, por não ter efeito suspensivo, como o agravo, não impe<strong>de</strong> que<br />

o juiz <strong>de</strong> origem continue a oficiar no processo)” (Processo cautelar. 19. ed. São Paulo: Leud, 2000. p. 118).<br />

(31) Curso <strong>de</strong> direito processual <strong>do</strong> trabalho. 6. ed. São Paulo: LTr, 2008. p. 1.094.<br />

1402 Mauro Schiavi

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!