11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Como bem adverte Martins Filho (28) , a extensão <strong>de</strong> normas tem se da<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>do</strong> próprio dissídio revisional, consistente na aplicação impositiva a toda a categoria,<br />

<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> firma<strong>do</strong> em relação à parte <strong>de</strong>la, com base no tratamento isonômico <strong>do</strong>s<br />

trabalha<strong>do</strong>res a ela pertencentes.<br />

Dispõe o art. 868 da CLT:<br />

“Em caso <strong>de</strong> dissídio coletivo que tenha por motivo novas condições <strong>de</strong> trabalho, e no qual<br />

figure como parte apenas uma fração <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> uma empresa, po<strong>de</strong>rá o tribunal<br />

competente, na própria <strong>de</strong>cisão, esten<strong>de</strong>r tais condições <strong>de</strong> trabalho, se julgar justo e conveniente,<br />

aos <strong>de</strong>mais emprega<strong>do</strong>s da empresa que forem da mesma profissão <strong>do</strong>s dissi<strong>de</strong>ntes.<br />

Parágrafo único. O Tribunal fixará a data em que a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>ve entrar em execução, bem<br />

como o prazo <strong>de</strong> sua vigência, o qual não po<strong>de</strong>rá ser superior a quatro anos.”<br />

Nos termos <strong>do</strong> art. 869 da CLT, a <strong>de</strong>cisão sobre novas condições <strong>de</strong> trabalho<br />

po<strong>de</strong>rá também ser estendida a to<strong>do</strong>s os emprega<strong>do</strong>s da mesma categoria profissional<br />

compreendida na jurisdição <strong>do</strong> Tribunal:<br />

a) por solicitação <strong>de</strong> um ou mais emprega<strong>do</strong>res, ou <strong>de</strong> qualquer sindicato <strong>de</strong>stes;<br />

b) por solicitação <strong>de</strong> um ou mais sindicatos <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s;<br />

c) ex officio pelo Tribunal que houver proferi<strong>do</strong> a <strong>de</strong>cisão;<br />

d) por solicitação da Procura<strong>do</strong>ria da Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>.<br />

Nos termos <strong>do</strong> art. 870 da CLT: “Para que a <strong>de</strong>cisão possa ser estendida, na<br />

forma <strong>do</strong> artigo anterior, torna-se preciso que três quartos <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>res e três<br />

quartos <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s, ou os respectivos sindicatos, concor<strong>de</strong>m com a extensão<br />

da <strong>de</strong>cisão. § 1 o O tribunal competente marcará prazo, não inferior a trinta nem<br />

superior a sessenta dias, a fim <strong>de</strong> que se manifestem os interessa<strong>do</strong>s. § 2 o Ouvi<strong>do</strong>s<br />

os interessa<strong>do</strong>s e a Procura<strong>do</strong>ria da Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, será o processo submeti<strong>do</strong><br />

ao julgamento <strong>do</strong> Tribunal.”<br />

Como bem adverte Carlos Henrique Bezerra Leite (29) :<br />

“A valida<strong>de</strong> da extensão <strong>do</strong>s efeitos da sentença normativa a to<strong>do</strong>s os<br />

emprega<strong>do</strong>s da mesma categoria profissional, segun<strong>do</strong> o art. 870 da CLT,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> concordância <strong>do</strong>s sindicatos que figurarem nos polos ativo<br />

e passivo da li<strong>de</strong> coletiva ou, se o dissídio coletivo <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />

coletivo frustra<strong>do</strong>, <strong>de</strong> pelo menos três quartos <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>res e três<br />

quartos <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s. Essa norma, a nosso ver, está em harmonia com<br />

a nova redação dada pela EC n. 45/04 ao art. 114, § 2 o , da CF.”<br />

O Tribunal Superior <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> dispõe a respeito no art. 220 <strong>do</strong> seu Regimento<br />

Interno, in verbis:<br />

“Os dissídios coletivos po<strong>de</strong>m ser: I – <strong>de</strong> natureza econômica, para a instituição <strong>de</strong> normas e<br />

condições <strong>de</strong> trabalho; II – <strong>de</strong> natureza jurídica, para interpretação <strong>de</strong> cláusulas <strong>de</strong> sentenças<br />

(28) Op. cit., p. 81.<br />

(29) BEZERRA LEITE, Carlos Henrique. Curso <strong>de</strong> direito processual <strong>do</strong> trabalho. 5. ed. São Paulo: LTr, 2007.<br />

p. 1.051.<br />

1348 Mauro Schiavi

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!