11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

a prestigiar, quan<strong>do</strong> <strong>do</strong>tada <strong>de</strong> razoabilida<strong>de</strong>, a solução encontrada pelo juiz que colheu a<br />

prova, eis que foi a autorida<strong>de</strong> que teve contato direto com as partes e testemunhas e, por<br />

isso mesmo, mais habilita<strong>do</strong> para extrair conclusões mais precisas sobre as <strong>de</strong>clarações<br />

divergentes, até porque lhe é possível sopesar, valen<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> impressões e <strong>do</strong> seu talento<br />

sensitivo, da<strong>do</strong>s que escapam <strong>de</strong> registros formais.” (TRT 10 a R. – 2 a T. – rel. Juiz João Luis<br />

Rocha Sampaio – DJe n. 497 – 10.6.10 – p. 85 – Processo RO n. 76200-23/2009.5.10.0101)<br />

(RDT n. 7 – julho <strong>de</strong> 2010)<br />

“Prova testemunhal — Valoração. Prevalência, como regra, <strong>do</strong> convencimento <strong>do</strong> juiz que<br />

colheu a prova. Deve ser prestigia<strong>do</strong>, como regra, o convencimento <strong>do</strong> juiz que colheu a<br />

prova. Ele, afinal, é que manteve o contato vivo, direto e pessoal com as partes e testemunhas,<br />

mediu-lhes as reações, a segurança, a sincerida<strong>de</strong>, a postura. Aspectos, aliás, que<br />

nem sempre se exprimem, que a comunicação escrita, da<strong>do</strong>s os seus acanha<strong>do</strong>s limites,<br />

não permite traduzir. O juízo que colhe o <strong>de</strong>poimento ‘sente’ a testemunha. É por assim<br />

dizer um testemunho <strong>do</strong> <strong>de</strong>poimento. Convencimento, portanto, melhor aparelha<strong>do</strong> e que,<br />

por isso, <strong>de</strong>ve ser preserva<strong>do</strong>, salvo se houver elementos claros e contun<strong>de</strong>ntes em contrário.<br />

Recurso da autora a que se nega provimento.” (TRT/SP – 00112006920105020261<br />

(00112201026102006) – RO – Ac. 11 a T. 20101279889 – rel. Eduar<strong>do</strong> <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong> Silva<br />

– DOE 18.1.2011)<br />

Não obstante, o Código <strong>de</strong> Processo Civil <strong>de</strong> 2015, ao contrário <strong>do</strong> anterior, não<br />

tratou <strong>do</strong> princípio da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> física <strong>do</strong> juiz, sinalizan<strong>do</strong> que ele não será mais<br />

observa<strong>do</strong> nos <strong>do</strong>mínios <strong>do</strong> direito processual civil, o que, <strong>de</strong> nossa parte constitui<br />

retrocesso, pois, conforme expusemos acima, o referi<strong>do</strong> princípio é fundamental<br />

para que se tenha uma <strong>de</strong>cisão justa, e fundamentada em fatos reais.<br />

No mesmo senti<strong>do</strong> se pronuncia Élisson Miessa (30) :<br />

“Com o NCPC, o posicionamento <strong>do</strong> TST <strong>de</strong>verá ser novamente altera<strong>do</strong>,<br />

uma vez que o novel código não reproduizu o teor <strong>do</strong> art. 132 <strong>do</strong><br />

CPC/73, o qual disciplinava o princípio da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> física <strong>do</strong> juiz (...)<br />

No entanto, não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> fazer uma crítica a essa exclusão.<br />

Aspesar <strong>de</strong>ssa alteração, acreditamos que a aplicação <strong>do</strong> princípio da<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> física <strong>do</strong> juiz mostra-se importante ao processo <strong>do</strong> trabalho,<br />

pois conforme apresenta<strong>do</strong>, ele integra o conteú<strong>do</strong> da oralida<strong>de</strong>, essencial<br />

à seara trabalhista. A<strong>de</strong>mais, o princípio da oralida<strong>de</strong> busca a aproximação<br />

<strong>do</strong> julga<strong>do</strong>r aos fatos trazi<strong>do</strong>s aos autos o que, por conseqüência,<br />

aproxima-o da própria realida<strong>de</strong> sociail, fazen<strong>do</strong> com que busque, <strong>de</strong><br />

forma incessante, a ‘verda<strong>de</strong> real’ (...) A exclusão <strong>de</strong>sse princípio iguala<br />

o juízo <strong>de</strong> primeiro grau às instâncias recursais, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que o julga<strong>do</strong>r<br />

ficará circunscrito aos escritos <strong>do</strong>s autos, sem que tenha contao com as<br />

partes e testemunhas envolvidas.”<br />

O Tribunal Superior <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, mesmo diante <strong>do</strong> cancelamento da Súmula<br />

n. 136, vem se pronuncian<strong>do</strong> pela não aplicabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> princípio em questão,<br />

conforme se constata da seguinte ementa:<br />

AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. PRELIMINAR DE<br />

NULIDADE POR INOBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ.<br />

(30) Processo <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>. 3. ed. Salva<strong>do</strong>r: JusPodvim, 2016. p. 54-55.<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 133

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!