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Manual de Direito Processual do Trabalho

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execução, suprimin<strong>do</strong>-se a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> venda e <strong>de</strong> morte <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r. Volta-se<br />

a execução, <strong>do</strong>ravante, não mais à punição <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r, mas ao soddisfacimento<br />

<strong>de</strong>l creditore mediante i beni <strong>de</strong>l <strong>de</strong>bitore me<strong>de</strong>simo”;<br />

e) razões <strong>de</strong> justiça e equida<strong>de</strong>. Conforme sustenta Estêvão Mallet (248) com<br />

suporte no jurista português Manuel <strong>de</strong> Almeida e Sousa, “permanece atual,<br />

portanto, a advertência <strong>do</strong> Alvará Régio <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1979 que,<br />

lembran<strong>do</strong> <strong>de</strong>stinar-se a arrematação não apenas à tutela <strong>do</strong>s cre<strong>do</strong>res, como<br />

também à tutela <strong>do</strong>s <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>res, assinalava: ‘não é justo seja maior o damno<br />

d’este <strong>do</strong> que a utilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s outros’;”<br />

Po<strong>de</strong>mos aplicar ainda a máxima <strong>do</strong> direito segun<strong>do</strong> a qual se <strong>de</strong>ve prestigiar<br />

aquele que terá um prejuízo ao invés daquele que terá um lucro exagera<strong>do</strong> em razão<br />

<strong>do</strong> prejuízo <strong>de</strong> outrem.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, a seguinte ementa:<br />

“DA CONFIGURAÇÃO DO LANÇO OFERTADO COMO VIL. Determinar-se se o lanço<br />

oferta<strong>do</strong> em arrematação há <strong>de</strong> ser reputa<strong>do</strong> vil é tarefa que requer, à míngua <strong>de</strong> <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s<br />

parâmetros legais, o exercício <strong>de</strong> razoabilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> equida<strong>de</strong>. Cumpre levar em consi<strong>de</strong>ração<br />

a natureza alimentar <strong>do</strong>s créditos exequen<strong>do</strong>s no Processo <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, bem como<br />

o fato <strong>de</strong> que a executada, por não se achar insolvente, po<strong>de</strong>ria, em tese, ter exerci<strong>do</strong> a<br />

faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> remir o bem penhora<strong>do</strong> mediante <strong>de</strong>pósito <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> débito, caminho que<br />

menos expunha seu patrimônio aos riscos <strong>de</strong> hasta pública. Não haven<strong>do</strong> ela trilha<strong>do</strong><br />

este caminho, há <strong>de</strong> se sujeitar, dada a natureza alimentar <strong>de</strong> seu débito, às incertezas <strong>do</strong><br />

praceamento <strong>do</strong> bem penhora<strong>do</strong>. O reconhecimento <strong>de</strong> lanço com vil, ten<strong>do</strong>-se em mente<br />

a natureza especialíssima <strong>de</strong> que se reveste o crédito trabalhista, somente ocorrerá quan<strong>do</strong><br />

o preço oferta<strong>do</strong> for cristalinamente inferior a toda razoável <strong>de</strong>preciação admissível. A meu<br />

ver, é acerta<strong>do</strong> o parâmetro jurispru<strong>de</strong>ncial mínimo <strong>de</strong> 20% <strong>do</strong> valor <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> bem,<br />

fixa<strong>do</strong> em prece<strong>de</strong>nte anterior, oriun<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta mesma Eg. Turma julga<strong>do</strong>ra.” (TRT – 10 a<br />

R. – AP 00822-1995-006-10-85-7 – Juiz rel. João Luis Rocha Sampaio – j. em 23.4.2003).<br />

(AP 0198-2002-011-10-00-0 – 3 a T. – TRT – 10 a R. – rel. Juiz Paulo Henrique Blair <strong>de</strong><br />

Oliveira – DJU 13.6.2003)<br />

f) efetivida<strong>de</strong> da execução e resulta<strong>do</strong> útil <strong>do</strong> processo: também o valor da<br />

arrematação <strong>de</strong>ve ser suficiente para cobrir parte razoável <strong>do</strong> crédito e solucionar<br />

a execução.<br />

39. Impugnação da expropriação no Processo <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong><br />

No processo <strong>do</strong> trabalho, po<strong>de</strong>rá o executa<strong>do</strong> opor os embargos à hasta pública<br />

no prazo <strong>de</strong> 05 dias (aplicação analógica <strong>do</strong> art. 884 da CLT) (249) , a ser conta<strong>do</strong><br />

da adjudicação, alienação ou arrematação, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> intimação (250) .<br />

(248) MALLET, Estêvão, op. cit., p. 69-70.<br />

(249) “Em consequência, quer esteja embargan<strong>do</strong> a arrematação ou a adjudicação, dispõe o <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r <strong>de</strong> cinco<br />

dias, conta<strong>do</strong>s da assinatura <strong>do</strong> respectivo auto, para embargar” (RODRIGUES PINTO, José Augusto.<br />

Execução trabalhista. 9. ed. São Paulo: LTr, 2002. p. 282).<br />

(250) Nesse senti<strong>do</strong>, a seguinte ementa: “Arrematação por preço vil. “É causa <strong>de</strong> nulida<strong>de</strong> da execução fiscal,<br />

legitiman<strong>do</strong> a oposição <strong>do</strong>s competentes embargos” (REsp n. 41.550, rel. Min. Demócrito Reinal<strong>do</strong>,<br />

j. 21.2.1994. p. 4.488)<br />

1324 Mauro Schiavi

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