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Manual de Direito Processual do Trabalho

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Reconhecemos, por outro la<strong>do</strong>, que as ciências processuais <strong>de</strong>vem caminhar<br />

juntas, e o Processo <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, em razão <strong>do</strong>s princípios da subsidiarieda<strong>de</strong>, <strong>do</strong><br />

acesso à justiça, da duração razoável <strong>do</strong> processo, po<strong>de</strong> se aproveitar <strong>do</strong>s benefícios<br />

obti<strong>do</strong>s pelo Processo Comum.<br />

Além disso, a autonomia <strong>do</strong> direito processual <strong>do</strong> trabalho não po<strong>de</strong> ser<br />

motivo para isolamento e acomodação <strong>do</strong> intérprete. Há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> constante<br />

diálogo entre o direito processual <strong>do</strong> trabalho e os outros ramos <strong>do</strong> direito processual,<br />

principalmente com os princípios fundamentais <strong>do</strong> processo consagra<strong>do</strong>s na<br />

Constituição Fe<strong>de</strong>ral.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, Mário Pasco nos adverte:<br />

“A autonomia <strong>do</strong> direito processual <strong>do</strong> trabalho é inquestionável em<br />

sua perspectiva teórica, embora seu correlato prático varie em ênfase<br />

<strong>de</strong> país para país; autonomia que, certamente, não significa autarquia<br />

nem isolamento, mas natural inter<strong>de</strong>pendência, numa relação <strong>de</strong> mútuo<br />

enriquecimento entre as diversas disciplinas processuais” (21) .<br />

Reconhecer como autônomo o direito processual <strong>do</strong> trabalho propicia maior<br />

visibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta ciência processual, contribuin<strong>do</strong> para a melhoria <strong>de</strong> seus institutos,<br />

atrain<strong>do</strong> maior interesse <strong>do</strong>s estudiosos para esta ciência.<br />

Desse mo<strong>do</strong>, pensamos ser o <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> autônomo em face<br />

<strong>do</strong> <strong>Direito</strong> Material <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> e também <strong>do</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> Civil (22) .<br />

Atualmente, há gran<strong>de</strong>s discussões, na <strong>do</strong>utrina e na jurisprudência, sobre<br />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um Código <strong>de</strong> Processo <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> que atualizaria a legislação<br />

processual trabalhista, daria maior visibilida<strong>de</strong> ao <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong><br />

e propiciaria maior efetivida<strong>de</strong> à jurisdição trabalhista e também maior segurança<br />

jurídica na aplicação da lei processual trabalhista.<br />

Muitos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m um Código <strong>de</strong> Processo <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>. Outros são contrários,<br />

asseveran<strong>do</strong> que ele provocará estagnação da lei processual trabalhista e retirará a<br />

agilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> procedimento, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que o Processo <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> é impulsiona<strong>do</strong><br />

por princípios.<br />

De nossa parte, um Código <strong>de</strong> Processo <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> sistematizan<strong>do</strong> os princípios<br />

e institutos peculiares <strong>do</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, bem como atualizan<strong>do</strong> as<br />

(21) Ob. cit., p. 46.<br />

(22) No senti<strong>do</strong> da autonomia <strong>do</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m autores <strong>de</strong> nomeada: Amauri<br />

Mascaro Nascimento (Curso <strong>de</strong> direito processual <strong>do</strong> trabalho. São Paulo: Saraiva); Sergio Pinto Martins<br />

(<strong>Direito</strong> processual <strong>do</strong> trabalho. São Paulo: Atlas); Mozart Victor Russomano (Comentários à Consolidação<br />

das Leis <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Forense); José Augusto Rodrigues Pinto (Processo trabalhista <strong>de</strong><br />

conhecimento. São Paulo: LTr); Wagner D. Giglio (<strong>Direito</strong> processual <strong>do</strong> trabalho. São Paulo: Saraiva);<br />

Coqueijo Costa (<strong>Direito</strong> judiciário <strong>do</strong> trabalho. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Forense); Renato Saraiva (Curso <strong>de</strong> direito<br />

processual <strong>do</strong> trabalho. São Paulo: Méto<strong>do</strong>) e Cléber Lúcio <strong>de</strong> Almeida (<strong>Direito</strong> processual <strong>do</strong> trabalho.<br />

Belo Horizonte: Del Rey).<br />

124 Mauro Schiavi

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