11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

conforto e <strong>de</strong> dignida<strong>de</strong> pessoal, não se esten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> aos <strong>de</strong>mais bens da entida<strong>de</strong> familiar.<br />

Evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> que o objetivo da penhora não é utiliza<strong>do</strong> para moradia permanente <strong>do</strong>s<br />

agravantes, estan<strong>do</strong> aluga<strong>do</strong>, não cabe falar em sua impenhorabilida<strong>de</strong>, pois não sen<strong>do</strong> o<br />

referi<strong>do</strong> bem utiliza<strong>do</strong> para moradia, não se encontra abrangi<strong>do</strong> pela proteção da Lei n.<br />

8.009/90, que visa a proteger a subsistência da entida<strong>de</strong> familiar, e não favorecer o <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r<br />

inadimplente.” (TRT – 3 a R. – 1 a T. – AP n. 600/2004.057.03.00-4 – rel a Camilla Guimarães<br />

P. Zeidler – DJMG 17.5.05 – p. 17) (RDT n. 09 – Setembro <strong>de</strong> 2005).<br />

“Penhora — Bem <strong>de</strong> família. O disposto no parágrafo único <strong>do</strong> art. 1 o da Lei n. 8.009/90<br />

não se aplica indistintamente a to<strong>do</strong>s os móveis que guarnecem o imóvel <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r. A<br />

proteção atribuída pelo referi<strong>do</strong> dispositivo <strong>de</strong> lei tem o escopo <strong>de</strong> resguardar tão somente<br />

aqueles móveis indispensáveis à vida familiar, não estan<strong>do</strong> abrangi<strong>do</strong>s, assim, aqueles bens<br />

cuja utilida<strong>de</strong>, embora possa trazer benefícios e comodida<strong>de</strong>s à família, não é consi<strong>de</strong>rada<br />

imprescindível.” (TRT – 12 a R. – 1 a T. – AG-PET n. 775/1999.011.12.00-7 – Ac. n.<br />

8.349/04 – rel. Marcos V. Zanchetta – DJ 3.8.04 – p. 155) (RDT n. 9 – Setembro <strong>de</strong> 2004)<br />

O art. 3 o , I, da Lei n. 8.009/90, dizia que a impenhorabilida<strong>de</strong> não se aplicava<br />

para trabalha<strong>do</strong>res da própria residência, como o caso <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res <strong>do</strong>mésticos.<br />

Entretanto, a LC n. 150/15 revogou o referi<strong>do</strong> dispositivo. Doravante, a impenhorabilida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> bem <strong>de</strong> família também resta aplicável para os trabalha<strong>do</strong>res da própria<br />

residência, inclusive os <strong>do</strong>mésticos.<br />

Quan<strong>do</strong> a família possuir mais <strong>de</strong> um imóvel, po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>stinar um <strong>de</strong>les para<br />

ser o bem <strong>de</strong> família, o qual será protegi<strong>do</strong> pela cláusula da impenhorabilida<strong>de</strong>, nos<br />

termos <strong>do</strong> art. 1.711 <strong>do</strong> Código Civil, in verbis:<br />

“Po<strong>de</strong>m os cônjuges, ou a entida<strong>de</strong> familiar, mediante escritura pública ou testamento,<br />

<strong>de</strong>stinar parte <strong>de</strong> seu patrimônio para instituir bem <strong>de</strong> família, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não ultrapasse<br />

um terço <strong>do</strong> patrimônio líqui<strong>do</strong> existente ao tempo da instituição, mantidas as regras<br />

sobre a impenhorabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> imóvel resi<strong>de</strong>ncial estabelecida em lei especial. Parágrafo<br />

único. O terceiro po<strong>de</strong>rá igualmente instituir bem <strong>de</strong> família por testamento ou <strong>do</strong>ação,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a eficácia <strong>do</strong> ato da aceitação expressa <strong>de</strong> ambos os cônjuges beneficia<strong>do</strong>s ou<br />

da entida<strong>de</strong> familiar beneficiada.”<br />

Nos termos <strong>do</strong> art. 1.712 <strong>do</strong> CC, o bem <strong>de</strong> família consistirá em prédio resi<strong>de</strong>ncial<br />

urbano ou rural, com suas pertenças e seus acessórios, <strong>de</strong>stinan<strong>do</strong>-se em<br />

ambos os casos a <strong>do</strong>micílio familiar, e po<strong>de</strong>rá abranger valores mobiliários, cuja<br />

renda será aplicada na conservação <strong>do</strong> imóvel e no sustento da família.<br />

Conforme o art. 1.714 <strong>do</strong> CC, o bem <strong>de</strong> família, quer instituí<strong>do</strong> pelos cônjuges<br />

ou por terceiro, constitui-se pelo registro <strong>de</strong> seu título no Registro <strong>de</strong> Imóveis.<br />

Se o executa<strong>do</strong> tiver mais <strong>de</strong> uma residência e não registrar uma <strong>de</strong>las como<br />

o bem <strong>de</strong> família, a impenhorabilida<strong>de</strong> recairá sobre o <strong>de</strong> menor valor, nos termos<br />

<strong>do</strong> art. 5 o , parágrafo único, da Lei n. 8.009/90, in verbis:<br />

“Na hipótese <strong>de</strong> o casal, ou entida<strong>de</strong> familiar, ser possui<strong>do</strong>r <strong>de</strong> vários imóveis utiliza<strong>do</strong>s<br />

como residência, a impenhorabilida<strong>de</strong> recairá sobre o <strong>de</strong> menor valor, salvo se outro tiver<br />

si<strong>do</strong> registra<strong>do</strong>, para esse fim, no Registro <strong>de</strong> Imóveis e na forma <strong>do</strong> art. 70 <strong>do</strong> Código Civil.”<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 1233

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!