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Manual de Direito Processual do Trabalho

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Nesse senti<strong>do</strong>, o Enuncia<strong>do</strong> n. 14 da Jornada Nacional <strong>de</strong> Execução Trabalhista,<br />

realizada em novembro <strong>de</strong> 2010, in verbis:<br />

“PROTESTO NOTARIAL. Frustrada a execução, po<strong>de</strong>rá ser efetua<strong>do</strong> o protesto notarial <strong>do</strong><br />

crédito exequen<strong>do</strong>, tanto em relação ao <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r principal quanto aos <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>res corresponsáveis.”<br />

A realização <strong>do</strong> protesto extrajudicial po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> <strong>de</strong> ofício pelo Juiz<br />

<strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> (art. 878 da CLT) no momento em que o <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r, insta<strong>do</strong> a pagar, não<br />

o faz, tampouco garante a execução indican<strong>do</strong> bens à penhora. No nosso sentir, não<br />

há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se esgotarem os meios <strong>de</strong> execução para levar o título executivo<br />

judicial a protesto, basta que tenha havi<strong>do</strong> o inadimplemento por parte <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r.<br />

A jurisprudência trabalhista já começa a se pronunciar sobre o tema. Nesse<br />

aspecto <strong>de</strong>cidiu o Tribunal Regional <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> da 3 a Região, 7 a Turma – AP 01676-<br />

2004-077-03-00-1, rel. Juiz convoca<strong>do</strong> Jesse Claudio Franco <strong>de</strong> Alencar, julga<strong>do</strong><br />

em 11.2.2010, cuja ementa vale ser transcrita:<br />

“PROTESTO EXTRAJUDICIAL. TÍTULO JUDICIAL TRABALHISTA EM EXECUÇÃO.<br />

A Lei n. 9.492/97 não restringe o protesto extrajudicial em face <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r, reconheci<strong>do</strong><br />

como tal em título judicial, já ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong>, inclusive, celebra<strong>do</strong> convênio entre este Eg.<br />

TRT e os tabeliães <strong>de</strong> protesto <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas Gerais visan<strong>do</strong> à implementação <strong>de</strong><br />

protestos <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões proferidas pela Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> da 3 a Região, com<br />

expressa permissão para a inclusão <strong>de</strong> nomes <strong>de</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>res em listas <strong>de</strong> proteção ao crédito.<br />

A medida constitui importante instrumento <strong>de</strong> coerção indireta <strong>do</strong> executa<strong>do</strong> ao<br />

pagamento da dívida, em face da publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que se reveste e da sua repercussão nas<br />

relações sociais, civis e comerciais <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r. Agravo <strong>de</strong> petição provi<strong>do</strong> para <strong>de</strong>terminar<br />

o protesto extrajudicial <strong>do</strong> título, verificada a tentativa frustrada <strong>de</strong> localização <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r<br />

e <strong>de</strong> bens passíveis <strong>de</strong> penhora.”<br />

Recentemente o Tribunal Superior <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, corretamente, por meio da IN<br />

n. 39/16, enten<strong>de</strong>u aplicáveis ao Processo <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>, tanto o protesto extrajudicial<br />

da <strong>de</strong>cisão não cumprida, como também da inserção <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r em cadastros <strong>de</strong><br />

proteção ao crédito. Com efeito dispõe o art. 17 da referida Instrução:<br />

“Sem prejuízo da inclusão <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r no Banco Nacional <strong>de</strong> Deve<strong>do</strong>res Trabalhistas (CLT,<br />

art. 642-A), aplicam-se à execução trabalhista as normas <strong>do</strong>s arts. 495, 517 e 782, §§ 3 o ,<br />

4 o e 5 o <strong>do</strong> CPC, que tratam respectivamente da hipoteca judiciária, <strong>do</strong> protesto <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

judicial e da inclusão <strong>do</strong> nome <strong>do</strong> executa<strong>do</strong> em cadastros <strong>de</strong> inadimplentes.”<br />

24.6. Da certidão negativa <strong>de</strong> débitos trabalhistas<br />

A Lei n. 12.440, <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2011, institui a Certidão Negativa <strong>de</strong> Débitos<br />

Trabalhistas, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prestigiar os emprega<strong>do</strong>res e toma<strong>do</strong>res <strong>de</strong> serviços<br />

que cumprem, espontaneamente, as execuções trabalhistas, ou não criam embaraços<br />

para o adimplemento <strong>do</strong> crédito trabalhista.<br />

Trata-se <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> alcance social, utilizan<strong>do</strong> o princípio da publicida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> processo com o intuito <strong>de</strong> contribuir para a efetivida<strong>de</strong> da execução trabalhista.<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 1215

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