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Manual de Direito Processual do Trabalho

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Não obstante, a Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> não tem aceita<strong>do</strong> discriminação muito<br />

divorciada <strong>do</strong> pedi<strong>do</strong>, cuja intenção é nitidamente evitar a incidência previ<strong>de</strong>nciária,<br />

tal como discriminação <strong>do</strong> valor integral <strong>do</strong> acor<strong>do</strong> como sen<strong>do</strong> reparação por danos<br />

morais ou in<strong>de</strong>nização civil nos termos <strong>do</strong> art. 186 <strong>do</strong> Código Civil.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, <strong>de</strong>staca-se a seguinte ementa:<br />

“ACORDO HOMOLOGADO. INSS. VERBAS NÃO DISCRIMINADAS. A lei impõe <strong>de</strong> forma<br />

específica algum recolhimento quan<strong>do</strong> não discriminadas as parcelas legais relativas à<br />

contribuição previ<strong>de</strong>nciária, no acor<strong>do</strong> ou na liquidação e nesse caso, o recolhimento <strong>de</strong>verá<br />

ser sobre a totalida<strong>de</strong>. As partes apontaram o valor <strong>do</strong> acor<strong>do</strong> e o título, no entanto,<br />

nos pedi<strong>do</strong>s <strong>de</strong>duzi<strong>do</strong>s na prefacial, aviso-prévio, férias mais terço constitucional, não são<br />

in<strong>de</strong>nizatórios e não há pedi<strong>do</strong> da multa <strong>do</strong> art. 477 da CLT. O parágrafo único <strong>do</strong> art. 43<br />

da Lei n. 8.212/1991: ‘Nas sentenças judiciais ou nos acor<strong>do</strong>s homologa<strong>do</strong>s em que não<br />

figurarem, discriminadamente, as parcelas legais relativas à contribuição previ<strong>de</strong>nciária,<br />

esta incidirá sobre o valor total apura<strong>do</strong> em liquidação <strong>de</strong> sentença ou sobre o valor <strong>do</strong><br />

acor<strong>do</strong> homologa<strong>do</strong> (Parágrafo incluí<strong>do</strong> pela Lei n. 8.620 <strong>de</strong> 5.1.1993).’ As parcelas não<br />

foram discriminadas <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> com a inicial. Observa-se que não po<strong>de</strong>m as partes<br />

encetar o acor<strong>do</strong> da contribuição <strong>de</strong>vida à Previdência <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>, <strong>de</strong> forma plena,<br />

a litiscontestatio.” (TRT/SP – 02215008320095020086 – RO – Ac. 15 a T. – 20120647847<br />

– rel. Carlos Husek – DOE 22.6.2012)<br />

O Tribunal Superior <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> firmou entendimento no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que haverá<br />

incidência da parcela previ<strong>de</strong>nciária sobre os acor<strong>do</strong>s homologa<strong>do</strong>s pela Justiça<br />

<strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> sem reconhecimento <strong>de</strong> vínculo <strong>de</strong> emprego, conforme a redação da<br />

recente OJ n. 398, da sua SDI-I, in verbis:<br />

“Contribuição previ<strong>de</strong>nciária. Acor<strong>do</strong> homologa<strong>do</strong> em juízo sem reconhecimento <strong>de</strong> vínculo<br />

<strong>de</strong> emprego. Contribuinte individual. Recolhimento da alíquota <strong>de</strong> 20% a cargo <strong>do</strong> toma<strong>do</strong>r<br />

e 11% a cargo <strong>do</strong> presta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> serviços.” (DeJT 2.8.2010)<br />

Nos acor<strong>do</strong>s homologa<strong>do</strong>s em juízo em que não haja o reconhecimento <strong>de</strong><br />

vínculo empregatício, é <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> o recolhimento da contribuição previ<strong>de</strong>nciária,<br />

mediante a alíquota <strong>de</strong> 20% a cargo <strong>do</strong> toma<strong>do</strong>r <strong>de</strong> serviços e <strong>de</strong> 11% por parte <strong>do</strong><br />

presta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> serviços, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contribuinte individual, sobre o valor total<br />

<strong>do</strong> acor<strong>do</strong>, respeita<strong>do</strong> o teto <strong>de</strong> contribuição. Inteligência <strong>do</strong> § 4 o <strong>do</strong> art. 30 e <strong>do</strong><br />

inciso III <strong>do</strong> art. 22, to<strong>do</strong>s da Lei n. 8.212, <strong>de</strong> 24.7.1991.<br />

Haven<strong>do</strong> acor<strong>do</strong>, na execução, após o trânsito em julga<strong>do</strong> da <strong>de</strong>cisão, as partes<br />

não po<strong>de</strong>rão alterar a natureza jurídica das parcelas, pois a parcela previ<strong>de</strong>nciária<br />

que inci<strong>de</strong> sobre tais verbas não pertence às partes <strong>do</strong> processo, não estan<strong>do</strong> mais<br />

na livre disposição <strong>de</strong>stas por meio da transação.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, o § 6 o <strong>do</strong> art. 832 da CLT, com a redação dada pela Lei n. 11.457/07,<br />

pacificou a questão. Dispõe o referi<strong>do</strong> dispositivo, in verbis:<br />

“O acor<strong>do</strong> celebra<strong>do</strong> após o trânsito em julga<strong>do</strong> da sentença ou após a elaboração <strong>do</strong>s cálculos<br />

<strong>de</strong> liquidação <strong>de</strong> sentença não prejudicará os créditos da União.”<br />

1186 Mauro Schiavi

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