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Manual de Direito Processual do Trabalho

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A execução provisória, tanto no Processo <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> como no Processo Civil,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciativa <strong>do</strong> cre<strong>do</strong>r, que se responsabilizará pelos danos causa<strong>do</strong>s ao<br />

executa<strong>do</strong>, caso o título que fundamenta a execução seja altera<strong>do</strong> em grau <strong>de</strong> recurso.<br />

A responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> exequente pelos danos causa<strong>do</strong>s ao executa<strong>do</strong> se houver<br />

alteração da <strong>de</strong>cisão é objetiva (art. 520, I, <strong>do</strong> CPC), in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> culpa. Basta o<br />

nexo causal entre a ativida<strong>de</strong> executiva e os danos provoca<strong>do</strong>s ao executa<strong>do</strong> para<br />

o <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r <strong>do</strong> exequente in<strong>de</strong>nizar o executa<strong>do</strong>.<br />

Segun<strong>do</strong> a teoria da responsabilida<strong>de</strong> objetiva, não há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstração<br />

<strong>de</strong> culpa por parte <strong>do</strong> ofensor, sen<strong>do</strong> suficiente a existência <strong>do</strong> dano e <strong>do</strong><br />

nexo causal entre a conduta <strong>do</strong> agente e o dano. Por isso, a responsabilida<strong>de</strong> objetiva<br />

funda-se no princípio <strong>de</strong> equida<strong>de</strong>, pois aquele que lucra com a situação (exercício<br />

da ativida<strong>de</strong>) <strong>de</strong>ve respon<strong>de</strong>r pelo risco ou pelas <strong>de</strong>svantagens <strong>de</strong>la resultantes (93) .<br />

No mesmo diapasão, a visão <strong>de</strong> Luiz Guilherme Marinoni e Sérgio Cruz Arenhart (94) :<br />

“A responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> exequente <strong>de</strong>riva da circunstância <strong>de</strong> a execução ter<br />

altera<strong>do</strong> o patrimônio <strong>do</strong> executa<strong>do</strong> com base em <strong>de</strong>cisão que, posteriormente,<br />

foi reformada diante da interposição <strong>de</strong> recurso. A responsabilida<strong>de</strong><br />

é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> culpa ou ânimo subjetivo <strong>do</strong> exequente, mas <strong>de</strong>corre<br />

apenas da reforma da <strong>de</strong>cisão em que a execução se fun<strong>do</strong>u. Trata-se <strong>de</strong><br />

hipótese <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> objetiva pela prática <strong>de</strong> ato lícito, uma vez<br />

que a execução da <strong>de</strong>cisão provisória não é apenas expressamente autorizada<br />

por lei, como também encontra respal<strong>do</strong> no direito fundamental<br />

à duração razoável <strong>do</strong> processo (art. 5 o , LXXVIII, da CF).”<br />

Caso a <strong>de</strong>cisão seja alterada ou anulada, ficará sem efeito a execução provisória,<br />

restituin<strong>do</strong>-se as partes ao esta<strong>do</strong> anterior e liquida<strong>do</strong>s eventuais prejuízos nos<br />

mesmos autos, por arbitramento.<br />

Dispõe o art. 521 <strong>do</strong> CPC:<br />

“A caução prevista no inciso IV <strong>do</strong> art. 520 po<strong>de</strong>rá ser dispensada nos casos em que:<br />

I – o crédito for <strong>de</strong> natureza alimentar, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> sua origem;<br />

II – o cre<strong>do</strong>r <strong>de</strong>monstrar situação <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>;<br />

III – pen<strong>de</strong>r o agravo <strong>do</strong> art. 1.042 (95) ;<br />

IV – a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da<br />

jurisprudência <strong>do</strong> Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral ou <strong>do</strong> Superior Tribunal <strong>de</strong> Justiça ou em<br />

conformida<strong>de</strong> com acórdão proferi<strong>do</strong> no julgamento <strong>de</strong> casos repetitivos.<br />

(93) FERREIRA NETO, Francisco Jorge et alii. Responsabilida<strong>de</strong> e as relações <strong>de</strong> trabalho. São Paulo: LTr, 1998.<br />

p. 29.<br />

(94) Curso <strong>de</strong> direito processual civil: execução. v. 3. São Paulo: RT, 2007. p. 365.<br />

(95) Art. 1.042 <strong>do</strong> CPC: “Cabe agravo contra <strong>de</strong>cisão <strong>do</strong> presi<strong>de</strong>nte ou <strong>do</strong> vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> tribunal recorri<strong>do</strong><br />

que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quan<strong>do</strong> fundada na aplicação <strong>de</strong> entendimento<br />

firma<strong>do</strong> em regime <strong>de</strong> repercussão geral ou em julgamento <strong>de</strong> recursos repetitivos”.<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 1145

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