11.04.2017 Views

Manual de Direito Processual do Trabalho

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

EVOLUÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DESTA E. SUBSEÇÃO. Cinge-se a controvérsia a se<br />

saber se é ou não possível que o Reclamante, após o ajuizamento <strong>de</strong> uma primeira ação<br />

contra seu emprega<strong>do</strong>r, já transitada em julga<strong>do</strong>, proponha novo feito apenas contra o<br />

toma<strong>do</strong>r <strong>de</strong> serviços, preten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> sua responsabilida<strong>de</strong> subsidiária. Embora a jurisprudência<br />

<strong>de</strong>sta e. Subseção tenha, em um primeiro momento, admiti<strong>do</strong> essa possibilida<strong>de</strong><br />

(TST-E-A-ED-RR-536400-73.2005.5.09.0011, rel. Min. Aloysio Corrêa da Veiga, DJU <strong>de</strong><br />

29.6.2007), evoluiu para o senti<strong>do</strong> inverso, estan<strong>do</strong> hoje inclinada no mesmo senti<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> v. acórdão ora embarga<strong>do</strong>, a saber, <strong>de</strong> que tal procedimento afrontaria a coisa julgada<br />

produzida na primeira ação, e atentaria contra o direito <strong>do</strong> toma<strong>do</strong>r <strong>de</strong> serviços à ampla<br />

<strong>de</strong>fesa e ao contraditório. Prece<strong>de</strong>ntes. Ressalva <strong>de</strong> entendimento <strong>do</strong> relator. Recurso <strong>de</strong><br />

embargos não provi<strong>do</strong>.” (Embargos em Embargos <strong>de</strong> Declaração em Recurso <strong>de</strong> Revista n.<br />

TST-E-ED-RR-597600-81.2005.5.09.0011, em que é Embargante Pedro Freitas Ergang e<br />

Embarga<strong>do</strong> Banco <strong>do</strong> Brasil S.A. Brasília, 25 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2010. Rel. Ministro Horácio<br />

Senna Pires)<br />

“AÇÃO AUTÔNOMA PARA ATRIBUIR A RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA AO TOMA-<br />

DOR DE SERVIÇOS APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO PROFERIDA NA<br />

AÇÃO CONTRA O EMPREGADOR. 1. A teor da jurisprudência <strong>de</strong>sta Corte, concentrada<br />

no item IV da Súmula n. 331, o inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte<br />

<strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>r, implica a responsabilida<strong>de</strong> subsidiária <strong>do</strong> toma<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s serviços, quanto<br />

àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da administração direta, das autarquias,<br />

das fundações públicas, das empresas públicas e das socieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> economia mista, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que hajam participa<strong>do</strong> da relação processual e constem também <strong>do</strong> título executivo judicial<br />

(art. 71 da Lei n. 8.666, <strong>de</strong> 21.6.1993). 2. Uma vez transitada em julga<strong>do</strong> <strong>de</strong>cisão proferida<br />

na ação proposta apenas contra o presta<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s serviços, atenta contra o direito <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa<br />

<strong>do</strong> toma<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s serviços, <strong>de</strong>cisão proferida em ação autônoma atribuin<strong>do</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />

subsidiária a este, uma vez que não integrou a relação processual da primeira ação. Recurso<br />

<strong>de</strong> Embargos <strong>de</strong> que se conhece e a que se nega provimento.” (E-RR-261/2006-011-09-<br />

00.8, redator Ministro João Batista Brito Pereira, Subseção I Especializada em Dissídios<br />

Individuais, DEJT 13.11.2009)<br />

Em que pese o respeito que merecem os entendimentos em senti<strong>do</strong> contrário,<br />

pensamos ser possível o chamamento <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r subsidiário na fase <strong>de</strong> execução,<br />

ainda que ele não tenha integra<strong>do</strong> a fase <strong>de</strong> conhecimento.<br />

Com efeito, o <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r subsidiário tem responsabilida<strong>de</strong> patrimonial secundária.<br />

Seus bens po<strong>de</strong>m estar sujeitos à execução. Não se trata <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> processual,<br />

mas, sim, patrimonial. Além disso, nos casos <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> subsidiária,<br />

como ocorre nas hipóteses <strong>de</strong> contratação <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços, o<br />

responsável não é o emprega<strong>do</strong>r e não sabe, ordinariamente, <strong>do</strong>s fatos da relação <strong>de</strong><br />

emprego. Sua <strong>de</strong>fesa se restringe à discussão da responsabilida<strong>de</strong> subsidiária. Desse<br />

mo<strong>do</strong>, o <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r subsidiário po<strong>de</strong> ser chama<strong>do</strong> a respon<strong>de</strong>r na fase executiva, ainda<br />

que não tenha participa<strong>do</strong> da fase <strong>de</strong> conhecimento. Uma vez penhora<strong>do</strong>s seus bens,<br />

ele po<strong>de</strong>rá invocar o benefício <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m, nos termos <strong>do</strong> art. 795 da CLT e também<br />

discutir sua responsabilida<strong>de</strong> em se<strong>de</strong> <strong>de</strong> embargos <strong>de</strong> terceiro (art. 674 <strong>do</strong> CPC).<br />

O presente entendimento prestigia a solvabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> crédito trabalhista e<br />

propicia o aperfeiçoamento <strong>do</strong> instituto da responsabilida<strong>de</strong> subsidiária e um acesso<br />

mais efetivo <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r à Justiça <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong>.<br />

<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> <strong>Direito</strong> <strong>Processual</strong> <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> 1125

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!